Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Professora faz relatório de reposição de aulas

Edição n° 1229 - 29 Outubro 2010

“Relatório de reposição da greve dos profissionais da educação estadual 2010” é o título do documento, que trata, como o próprio nome indica, da reposição das aulas, referente ao período da greve dos professores estaduais, elaborado pela professora de Língua Portuguesa e Artes, Juliana Menezes de Mello, da EE Dr. Lindolfo Bernardes, da cidade de Conquista. 

O documento de 63 páginas é recheado de listas de presença assinadas pelos alunos, com a discriminação de todos os conteúdos e atividades ministrados, ilustrado com fotografias dos alunos, em algumas das atividades de reposição, num total de 108 aulas, referentes às salas: 9º ano e ensino médio diurno e noturno. 

Além dos conteúdos ministrados, o portfólio da professsora enumera uma a uma as atividades básicas em sala de aula, visita ao sítio ecológico Vó Dila, ao Observatório de Astronomia Camille Flamarion, ambos em Santa Maria, além de trabalhos referentes às Olimpíadas de Língua Portuguesa,  filmes, dentre outros. 

Falando sobre a iniciativa, Juliana, que liderou a greve em Conquista, quer mostrar aos pais e à sociedade, que a responsabilidade do professor no trabalho de reposição das aulas, é muito séria. “Queremos mostrar aos pais e professores que o trabalho de reposição é levado a sério, mostrar que os alunos não ficaram prejudicados. É muito importante, ressaltar que a greve começou no dia 8 de abril. No começo houve uma adesão da quase totalidade dos professores, durante uma semana, participando das mais diversas atividades, indo a BH, participando de manifestos, por acreditarmos que entrar em greve, não é apenas paralisar as aulas”, disse.

A Profa. Juliana considera a reposição das aulas como parte importante da greve. “Os alunos tiveram cada hora/aula reposta com seriedade, com atividades preparadas para essa reposição. Temos aqui listados debates sobre o ECA, trabalho para menores de 14 anos, filmes, teatro, jogos das orações subordinadas, vídeo aula com as novas regras ortográficas, caminhada ecológica, enfim várias atividades que estão previstas dentro da lei. E isso é importante, não só para que os alunos repusessem as aulas a que tinham direito, mas que nós possamos com isso fazer valer as propostas de reivindicação da greve, garantida pela Constituição”, disse mais.

Afirmando que a reposição é perfeitamente Possível, a professora frisou que a greve não traz prejuízo para os alunos e representa um direito constitucional do trabalhador. “Os movimentos sociais, que hoje estão passando por um  momento de criminalização, precisam ser alimentados no sentido de representar algo essencial dentro do processo de evolução do ser e de conquistas sociais”, afirmou, ressaltando que a greve é direito constitucional e a reposição bem feita depõe  a favor desse processo  de luta dos professores”. 

Juliana destaca ainda depoimentos de alunos do ensino médio e do 9º ano: “Da. Juliana, a reposição podia continuar, porque são atividades diferentes'. No dia em fizemos a visia ao Observatóriod e Asrtronomia, uma aluna do 1º colegial, disse: “Professora, pode fazer greve sempre”. 

Finalizando, Juliana explica que apresentou sua proposta de reposição e recebeu todo o apoio da direção para que fosse cumprida. “Tínhamos as aulas do horário normal no matutino e voltávamos à tarde nas quartas-feiras, aproveitávamos o  horário entre 18h00 e 19h00 e adequando à medida das possibilidades da maior parte da sala. Tivemos uma semana direto na última semana de julho, em que todos os professores repuseram e sobrou eu, que permaneci em greve até o fim”, explicou.

Elogiado pela inspetora escolar, Mariléia Abadia Martins, cópia do documento de Juliana será entregue na 39ª Superintendência de Educação, em Uberaba.