Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

15 DE OUTUBRO - Dia do Professor

Edição n° 1227 - 15 Outubro 2010

Houve tempo em que ser professor significava ter o respeito de todos na comunidade, porque sua figura se igualava em dignidade e importância aos pais ou aos mais velhos, os quais tinham a missão sagrada de passar às gerações mais novas a sabedoria. Não apenas o saber contido nos livros, mas o conhecimento e a experiência da vida.

Igualmente por isso, nós éramos chamados de “mestres”.

A procura por essa profissão era comum: as escolas para formar professores se multiplicavam. Ingressar no magistério era tido como ato nobre, era visto como a escolha de um ideal de muito valor.

Quantos entre as crianças e jovens sonhava em ser “mestre”, recebia louvores e incentivos. Socialmente eles tinham muito prestígio e status.

Nossos leitores mais experientes, sabem do que estamos falando e devem estar passando na memória as figuras beneméritas  e inesquecíveis dos professores que tiveram.

O cenário atual, em comparação àquele,  é desolador. Os tempos e o mundo são outros. Os jornais trazem a informação: cursos como de pedagogia e letras, exatamente os mais nobres de outros e ligados à formação de futuros professores para a educação básica,  atualmente têm sido  pouco procurados.

Alguns deles perderam mais da metade do número de inscritos nos últimos três anos, os primeiros do século XXI. O fato é que, aumenta o déficit de professores no Brasil. E, as causas são várias e são avaliadas de modo diverso.

Uma delas, a mais citada, são os baixo salários.. Vejam só a discrepância: o concurso público que convoca candidatos a policiais rodoviários federais anuncia o salário de R$ 5.260,00 e sua exigência é de curso de nível médio. Um professor,porém, que precisa ter curso superior, percebe em média R$ 762,00 em início de carreira. Uma vergonha!...

A diferença é estridente e escandalosa! E mais, a injustiça que se faz com uma classe que perdeu toda a consideração e respeito de que se faz merecedora. 

Cuidar de pessoas é muito mais complexo do que zelar pela ordem do trânsito em estradas. Aliás, são pessoas que sem a educação, a ensina em casa e na escola, acabam-se se tornando responsáveis por acidentes que fazem milhares de vítimas a cada ano.

Outra causa para a queda da procura pelo magistério está na dificuldade sempre maior de lidar com os alunos nas salas de aulas. A questão não é a de estar preparado e de usar pedagogia e métodos adequados às atuais gerações, largamente dominados pela parafernália da tecnologia. O problema é mais profundo: 

crianças e jovens vêm de casa e da sociedade marcados pela falta de respeito, de disciplina e até de caráter.

A formação familiar não urge em princípios e valores. Em geral, os pais dos alunos também carecem de estrutura e orientação para educar os filhos. 

A violência, presente em toda a sociedade passa a ser comum contra professores obrigados a fazer os gostos de adolescentes 

acostumados a impor sua vontade. Os fatos constantes de agressão e quebra-quebra em escolas mostram lamentavelmente, essa realidade.

Na verdade, a pouca atração pela carreira do magistério deve ser 

entendida num contexto mais amplo.De tanto se ver atos de vandalismo de alunos cujo respeito pelos professores é baixo; de tanto se notar ofertas de profissões mais atraentes e com  remuneração melhor, os jovens duvidam em buscar a nobre arte de educar e ensinar.

Os caminhos da sabedoria que lhes cabe propor confrontam necessariamente com a ética que se vê em setores mais importantes da sociedade. A missão deles torna-se tão mais difícil

quanto mais decadente é o mundo em que se vive.

Mas uma coisa resta como certa e absoluta: é impossível prever um

futuro, sem algum tipo de professor. Pois, ele é verdadeiramente imprescindível! Apesar de todas essas mazelas,

parabéns PROFESSORES pelo seu dia!