A Prefeitura de Uberaba, a Fundação Cultural e a Prefeitura de Sacramento inauguraram na noite dessa terça-feira 10, na Casa da Cultura/Fundação Cultural de Uberaba, localizada na praça Ruy Barbosa, 356, a Exposição 'Mulher, coragem e força: Carolina Maria de Jesus”, retratando a vida da escritora, lavradora, catadora de papel, compositora, sambista, poetisa, dramaturga, cantora, atriz circense e raizeira. Concomitante, a galeria recebe também a Exposição 'Varal de Corpos – Inclusão', da fotógrafa Ruth Gobbo, editora da página Vitrini, neste jornal, que traz uma mostra de fotos clicadas em balé afro nos palcos do Festival de Inverno de Ouro Preto, exposto em julho último naquela cidade durante o festival. As exposições fazem parte das comemorações culturais alusivas ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. As duas mostras são apenas uma parte de uma vasta programação preparada pela Prefeitura de Uberaba, Fundação Cultural e coletivos negros.
Sérgio Barcellos lança 'Carolina por escrito'
Na programação, a presença do professor e pesquisador carioca, Sérgio Barcellos, que vai lançar o livro, “Vida por Escrito – Guia do acervo de Carolina Maria de Jesus', fruto de uma longa pesquisa realizada nas cidades onde Carolina deixou algum rastro ou que ali tivesse algum registro de sua obra. Em Sacramento, por exemplo, Barcellos, não apenas realizou sua pesquisa, como também organizou no Arquivo Público Municipal, com a arquivista Eliana Garcia Vilas Boas todo o acervo de Carolina, até então acondicionado fora dos padrões recomendados.
O objetivo do Guia é propiciar aos futuros pesquisadores de sua obra uma referência, um norte de todo o seu acervo, conforme justificou Barcelos em entrevista ao ET, em maio último: “Faz-se necessário reiterar a importância da organização do arquivo dessa escritora não somente em razão da preservação e guarda de seus documentos originais, o que por si só já justifica a organização de um acervo arquivístico, mas principalmente porque a obra de Carolina ainda é, em sua grande parte, desconhecida”.
Para Barcelos, “somente através da classificação e descrição do arranjo do arquivo e sua divulgação através da disponibilização de um instrumento de pesquisa, que estudantes e pesquisadores poderão conhecer, ainda que superficialmente, a totalidade da produção literária de Carolina – uma produção que por tantas décadas vem sendo vista como constituída somente dos diários publicados, Quarto de Despejo, Casa de Alvenaria e Diário de Bitita (...)”.
O livro mostra que a escritora sacramentana escreveu também outras manifestações literárias como romances, contos, histórias curtas, poemas, máximas e composições musicais, especialmente sambas.