Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Treze bandas se apresentam no II Rock in Sacra

Edição nº 1371 - 19 Julho 2013

A rua Silva Jardim ganhou uma movimentação diferente no sábado (13) com a realização do II Rock In Sacra, evento promovido pelo Grupo Prosa Boa  e Arte, em comemoração ao Dia Mundial do Rock.  

Na organização da segunda edição do evento, além do coordenador, o sociólogo Júlio Cezar Pereira e os artistas integrantes do grupo, o grupo encontrou a colaboração do empresário  da Lamiró, Arthur Recidive, e do advogado Thiago Scalon.   

Empolgando o público, as bandas: Álvaro e seu violão pensante, Artigo 23, Boneco de Corda, Carpe Jam,  Cavalo Ervado, Dreams,  Fred Crema, Nirvana Cover, TNT System, VX, Wave  e, uma banda de Uberaba, a Maddoc.

O destaque vai para os pais e demais familiares dos artistas, pessoas de todas as idades, vibrando com a performance dos roqueiros no palco. E mais ainda aos vizinhos do entorno do evento que, de uma forma ou outra foram um tanto importunados com o som frenético das bandas de rock. Mas...

 

“No peito e na raça, estamos difundindo a arte a a cultura”

 

Essa é a definição de Thiago Scalon para a realização do evento que só foi possível graças à vontade e apoio de empresários, pais e do esforço do grupo que temia não poder realizar a festa do rock, por falta de apoio da PMS.

“- Tivemos total apoio e patrocínio da Prefeitura no ano passado para a realização do I Rock in Sacra, cedendo espaço e toda a infraestrutura, o que infelizmente, não tivemos este ano, mas não era por falta de lugar, que iríamos deixar de realizá-lo. Assim, o evento foi feito  no peito e na raça. Diante da negativa de apoio da Prefeitura, corremos atrás de patrocínio para as tendas de algumas empresas locais e o som do Vinícius Zandonaide. A rede Brota Cerrado nos deu o palco e Fred Batista cedeu a discotecagem”, informa, agradecendo.

Como o evento não visa lucro, o grupo comercializou comes e bebes, sem álcool, no local, para bancar algumas despesas extras como o aluguel de mesas e cadeiras, a fim de proporcionar um  maior conforto ao público presente. 

“- Nosso evento visa difundir a arte e a cultura do rock, num ambiente sadio, sem consumo de bebida alcoólica”. De acordo com Thiago, a única contribuição da prefeitura foi colocar os banheiros químicos e ceder os cavaletes para fechar a rua, que tiveram o símbolo do governo tampado com cartaz, mostrando que o 'evento era independente'. Finaliza  ressaltando a participação do povo. “O povo já provou que é capaz de realizar as coisas, e realizou mais uma vez, porque  essa festa aqui é resultado do coletivo em prol de um bem comum”. 

Arthur Recidive lembra a unidade do grupo. “Em todas as reuniões tínhamos  um único objetivo, realizar a segunda edição do Rock IN Sacra, comemorar o dia do Rock e conseguimos...”

Júlio César Pereira, reforçando o velho ditado diz: “ 'Comigo ou sem migo’ nós fizemos o Rock In Sacra na raça. Perdemos a estrutura por ser uma administração nova, mas que paga R$ 100 mil para bandas de fora, mas não  dá R$ 600,00  para um evento destes. Mas nós, o coletivo Prosa Boa e arte correu atrás e graças aos patrocinadores, os pais e pessoas que acreditam conseguimos fazer o II Rock IN Sacra,  um evento sustentável, sem venda de bebida alcóolica e sem lixo espalhado”. 

De acordo com Júlio César, algumas pessoas chegavam para o show levando bebida alcóolica, que não era permitida nas tendas. “Se tivéssemos   tido seguranças, teríamos como coibir...”

Lembrando que o  Dia Mundial do Rock nasceu  de um evento solidário, o  “Live Aid”,  idealizado e organizado por  Bob Geldof,  um show simultâneo em Londres, Filadélfia e Estados Unidos com o objetivo de pôr  fim à fome na Etiópia e que em 16 horas de show transmitido ela BBC arrecadou 100 milhões de dólares que foram revertidos para os pobres da África, Júlio Cesar destaca: 

“- Lá, eles tiveram a proposta de mostrar a miséria da África ao mundo, aqui temos uma proposta educacional e de sustentabilidade, de envolver as crianças e família, por isso temos brinquedoteca e professores para orientar, temos até área de descanso à sombra de árvores...”

Fred Batista, sacramentano, filho de Ismar Batista (Di), veio de Ribeirão Preto com toda a tralha pra fazer a discotagem do Rock IN Sacra, uma novidade para muita gente, principalmente os baixinhos que não conheciam o vinil. “Um evento muito bom, educacional, porque o “bolachão” é o verdadeiro jeito de tocar rock e foi com alegria que recebi o convite pra prestigiar a terrinha. Um evento destes é muito importante, para incentivar os jovens a se reunir saudavelmente pra curtir música, a integração que isso propicia, a troca de experiências, as amizades que se formam e, principalmente, o respeito que podemos ver entre uma banda e outra, sem competição, mas cada uma prestigiando as outras, numa verdadeira integração que o rock propicia. Estão de parabéns os organizadores”. 

 

Grafitagem deu vida ao muro nas proximidades do evento

O trabalho de Wender Allan Rodrigues e Dênis Balduino deram um show a parte com a grafitagem (arte urbana), que caiu no gosto dos presentes, inclusive da criançada. 
Dênis Balduino explica que são momentos como este que tornam possível a difusão da arte.
“- Mais uma vez fomos convidados e isso nos dá muita satisfação, porque podemos mostrar a nossa arte. Felizmente a cabeça das pessoas em relação ao grafite está mudando e de fato isto é um trabalho artístico. É muito gratificante podermos mostrar isso na nossa cidade, não precisarmos ir pra fora para trabalhar com esse tipo de arte”, destaca, agradecendo a vizinha que cedeu o espaço para o grafite.
De acordo com Dênis, a arte tem despertado o interesse de outros jovens. “A meninada da minha comunidade no bairro Cajuru gosta muito e eu sempre as oriento em pedir autorização para usar o espaço, ensino que a grafitagem só é arte se tem a autorização do proprietário do muro”, esclarece, porém lamenta a dificuldade em conseguir autorização. “Muitas vezes as pessoas ficam no empurra, joga pra um, joga pra outro e o artista fica impedido de expressar a sua arte por medo de cometer ilegalidade”.
Afirma mais que seus trabalhos são todos feitos mediante autorização. “Tem muita gente que prefere conseguir o perdão do que a autorização, eu prefiro a autorização. Sou profissional da arte, trabalho na elaboração de logos, caricaturas, camisetas e tenho que zelar pelo meu nome. Não faço isso sem autorização e sempre oriento a meninada pra fazer as coisas dentro da lei, porque pra nós, pintar um muro é arte, mas para o proprietário pode ser um insulto”.   
Dênis Robert Balduino sagrou-se campeão nacional do 9º Concurso de Desenho Online, no mês de maio.  
Além da grafitagem, os skatistas deram também um show à parte com suas manobras radicais, nas imediações do local.  
Voltando às terras do Borá
Geovanne Lima é um cearense de Ubajara, que retornou a Sacramento após 13 anos e esteve prestigiando o Rock IN Sacra.  “Morei em Sacramento  entre 96 e 99, conclui aqui o Colegial e retornei às origens. Me formei em Administração, mas sempre trabalhei como  analista programador, o mesmo trabalho que fazia em Sacramento. Há um mês decidi voltar a Sacramento, lugar ronde fiz muitos amigos”, explica, se surpreendendo com o crescimento da cidade. “Vocês não imaginam qual não foi a minha surpresa ao ver o quanto a cidade cresceu e como as pessoas mudaram. Em princípio, tive dificuldade em reconhecer muita gente, afinal treze anos se passaram...”.