A rua Silva Jardim ganhou uma movimentação diferente no sábado (13) com a realização do II Rock In Sacra, evento promovido pelo Grupo Prosa Boa e Arte, em comemoração ao Dia Mundial do Rock.
Na organização da segunda edição do evento, além do coordenador, o sociólogo Júlio Cezar Pereira e os artistas integrantes do grupo, o grupo encontrou a colaboração do empresário da Lamiró, Arthur Recidive, e do advogado Thiago Scalon.
Empolgando o público, as bandas: Álvaro e seu violão pensante, Artigo 23, Boneco de Corda, Carpe Jam, Cavalo Ervado, Dreams, Fred Crema, Nirvana Cover, TNT System, VX, Wave e, uma banda de Uberaba, a Maddoc.
O destaque vai para os pais e demais familiares dos artistas, pessoas de todas as idades, vibrando com a performance dos roqueiros no palco. E mais ainda aos vizinhos do entorno do evento que, de uma forma ou outra foram um tanto importunados com o som frenético das bandas de rock. Mas...
“No peito e na raça, estamos difundindo a arte a a cultura”
Essa é a definição de Thiago Scalon para a realização do evento que só foi possível graças à vontade e apoio de empresários, pais e do esforço do grupo que temia não poder realizar a festa do rock, por falta de apoio da PMS.
“- Tivemos total apoio e patrocínio da Prefeitura no ano passado para a realização do I Rock in Sacra, cedendo espaço e toda a infraestrutura, o que infelizmente, não tivemos este ano, mas não era por falta de lugar, que iríamos deixar de realizá-lo. Assim, o evento foi feito no peito e na raça. Diante da negativa de apoio da Prefeitura, corremos atrás de patrocínio para as tendas de algumas empresas locais e o som do Vinícius Zandonaide. A rede Brota Cerrado nos deu o palco e Fred Batista cedeu a discotecagem”, informa, agradecendo.
Como o evento não visa lucro, o grupo comercializou comes e bebes, sem álcool, no local, para bancar algumas despesas extras como o aluguel de mesas e cadeiras, a fim de proporcionar um maior conforto ao público presente.
“- Nosso evento visa difundir a arte e a cultura do rock, num ambiente sadio, sem consumo de bebida alcoólica”. De acordo com Thiago, a única contribuição da prefeitura foi colocar os banheiros químicos e ceder os cavaletes para fechar a rua, que tiveram o símbolo do governo tampado com cartaz, mostrando que o 'evento era independente'. Finaliza ressaltando a participação do povo. “O povo já provou que é capaz de realizar as coisas, e realizou mais uma vez, porque essa festa aqui é resultado do coletivo em prol de um bem comum”.
Arthur Recidive lembra a unidade do grupo. “Em todas as reuniões tínhamos um único objetivo, realizar a segunda edição do Rock IN Sacra, comemorar o dia do Rock e conseguimos...”
Júlio César Pereira, reforçando o velho ditado diz: “ 'Comigo ou sem migo’ nós fizemos o Rock In Sacra na raça. Perdemos a estrutura por ser uma administração nova, mas que paga R$ 100 mil para bandas de fora, mas não dá R$ 600,00 para um evento destes. Mas nós, o coletivo Prosa Boa e arte correu atrás e graças aos patrocinadores, os pais e pessoas que acreditam conseguimos fazer o II Rock IN Sacra, um evento sustentável, sem venda de bebida alcóolica e sem lixo espalhado”.
De acordo com Júlio César, algumas pessoas chegavam para o show levando bebida alcóolica, que não era permitida nas tendas. “Se tivéssemos tido seguranças, teríamos como coibir...”
Lembrando que o Dia Mundial do Rock nasceu de um evento solidário, o “Live Aid”, idealizado e organizado por Bob Geldof, um show simultâneo em Londres, Filadélfia e Estados Unidos com o objetivo de pôr fim à fome na Etiópia e que em 16 horas de show transmitido ela BBC arrecadou 100 milhões de dólares que foram revertidos para os pobres da África, Júlio Cesar destaca:
“- Lá, eles tiveram a proposta de mostrar a miséria da África ao mundo, aqui temos uma proposta educacional e de sustentabilidade, de envolver as crianças e família, por isso temos brinquedoteca e professores para orientar, temos até área de descanso à sombra de árvores...”
Fred Batista, sacramentano, filho de Ismar Batista (Di), veio de Ribeirão Preto com toda a tralha pra fazer a discotagem do Rock IN Sacra, uma novidade para muita gente, principalmente os baixinhos que não conheciam o vinil. “Um evento muito bom, educacional, porque o “bolachão” é o verdadeiro jeito de tocar rock e foi com alegria que recebi o convite pra prestigiar a terrinha. Um evento destes é muito importante, para incentivar os jovens a se reunir saudavelmente pra curtir música, a integração que isso propicia, a troca de experiências, as amizades que se formam e, principalmente, o respeito que podemos ver entre uma banda e outra, sem competição, mas cada uma prestigiando as outras, numa verdadeira integração que o rock propicia. Estão de parabéns os organizadores”.
Grafitagem deu vida ao muro nas proximidades do evento