Artesanal Vest Arte sacramentana em alta costura

A estilista Raquel Érica Faria Gomes vem despontando no mercado de alta costura com a grife Raquel Gomes. Oferecendo a beleza da arte mineira nos seus trajes, através da empresa Artesanal Vest, Raquel costura e borda para mulheres de todas as idades com  roupas de festa, confecções para noivas e debutantes que ganham as passarelas do país e do exterior. 

Raquel é uma apaixonada pela arte da costura e bordado desde criança. “É um gosto que vem desde criança. Minha avó, Terezinha Lindolfa de Faria, era costureira na região dos Moreiras e Jaguarinha e fazenda Posses.

Vovó vestiu muitas noivas naquela região. Mamãe também era costureira e eu, aos nove anos, já fazia as roupinhas de bonecas e as minhas próprias. Machuquei muito os dedos nas agulhas das máquinas de costura. Papai  ia à cidade e eu pedia para trazer pedrinhas, ele trazia miçangas de várias cores e eu fazia pulseiras, bordava roupas de bonecas e as minhas próprias. Eu sempre gostei dessa arte”, conta. 

Já mocinha, os pais Jerônimo e Edna Gomes  decidiram pegar os filhos e mudar pra cidade. “Recém chegada da roça, fui à luta. Não tinha um projeto definido,  só sabia que gostava de costura e bordado e logo compramos algumas máquinas e comecei a trabalhar em casa, tendendo a encomendas de roupas de festas, bordados... Depois trabalhei com Tutuce Devoz e lá fiquei algum tempo, entre idas e vindas. Numa das minhas saídas, dona Maria Devoz me convidou pra ir para Uberlândia trabalhar  com sua filha, Lica. Fiquei pouco mais de um ano e voltei pra casar. Continuei trabalhando um bom tempo em casa, até que decidi abrir a empresa.”, conta mais.

Ateliê Artesanal Vest nasceu em 2007 

Ao iniciar uma produção em maior escala, Raquel  contratou funcionárias e produzia para particulares e para empresas bordados. Mas logo começou a inadimplência de alguns clientes, teve alguns calotes, golpes até que se viu num grande prejuízo e com muitas dificuldades”, recorda.

“-Cheguei a pensar em parar, mas eu sabia que iria voltar pra casa e continuar o trabalho” – lembra. Com essa força, a jovem profissional não se deixou abater. Pelo contrário, decidiu investir na abertura de um ateliê e criou a Artesanal Vest, no início de 2005. “Registrei a empresa, criei minha marca e iniciei um trabalho de confecção com novidades para noivas, debutantes, roupas de festas, mas sempre com os pés no chão”, conta mais.

Com o ajuda do irmão e sócio, Edinei Faria, foi selecionando as empresas e hoje tem um cadastro de clientes que consomem toda sua produção, em vários estados.

A Artesanal Vest desenvolve uma linha de acessórios e roupas, modelos com trabalhos manuais exclusivos, infantil e adulto, tamanhos especiais desde PP a GG, tudo com conforto e qualidade. Destaque para os corsets e corpetes  em  tela especial, corte anatômico com barbatanas, bojos estruturados, ajuste nas costas,  bordados com  jablonex, vidrilhos, miçangas, cristais, paetês,  fitas de voil, flores, swarovski, e etc.

Ressalte-se ainda as cores são exclusivas, criadas para cada peça. “Compramos o material todo em branco e criamos as cores, as diferentes nuances e cada peça é exclusiva. Somente as pedrarias são coloridas, o mais as cores são criadas aqui.  

De acordo com Raquel a confecção de um corpete dura em média duas semanas ou mais, dependendo do modelo, e são confeccionadas por seis habilidosas mãos de funcionárias que trabalham direto no ateliê, a quem chama de 'minhas colegas de trabalho'. ‘‘Em especial, minha irmã Simone que está comigo desde sempre’’, ressalta’’. Além de  um grupo de artesãs que presta serviços em casa. Mas Raquel também põe a mão na massa. É ela que cria a arte de cada peça, corta e ajuda na costura. 

Raquel se sente feliz e realizada e sonha crescer muito ainda, informando que já teve notícias de suas peças até no exterior. ‘‘A roupa artesanal mineira é muito famosa noutros países, a aceitação é muito grande. as pessoas sabem que por trás de uma roupa dessas há um longo processo de mãos muito habilidosas”, informa.

 Finalizando, Raquel fala mais uma vez de sua paixão pela costura, afirmando que supera tudo para manter o seu ateliê. Graças a Deus, hoje, as coisas vão bem, estamos com agenda cheia, clientes selecionados. As casas de noivas, casas de aluguel de roupas, hoje, estão tercerizando os serviços. Não confeccionam mais  suas peças, elas compram prontas, encomendam as peças para cada temporada e nós somos os seus fornecedores”.