Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Termina o III Festival de Inverno do Parque Náutico de Jaguara

Edição n° 1264 - 01 Julho 2011

 

O último final de semana marcou o encerramento do III Festival de Inverno do Parque Náutico de Jaguara. Foram dois meses de atividades culturais envolvendo as diversas artes: grupos de 11 cidades apresentaram-se de 7 de maio a 26 de junho, mostrando muita música instrumental e voz, fanfarra, banda, corais clássicos, chorinho, viola; balé clássico, dança de rua e folclórica, como o diferente Bumba meu boi; poesia, teatro e mesas de discussão sobre a vanguarda da cultura brasileira. Um espetáculo de cultura que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Enfim, um verdadeiro congraçamento de cultura, talento e beleza, além de dois encontros  especiais, Dia das Mães e o Dia dos Namorados. 

 

Por tudo isso, o Festival de Inverno – a opinião é de todos que ali estiveram – deve ser incorporado ao calendário oficial das atrações culturais e turísticas do município. Não tem dúvida que o Festival de Inverno é hoje a mais importante e rica atração cultural da cidade. Aliás, a edição deste ano já mereceu o reconhecimento do Ministério da Cultura. 

E se o apoio do prefeito Wesley De Santi de Melo, segundo a coordenadora de eventos do Parque Náutico, Paula Virgínia Scalon Afonso, vem sendo dado desde o primeiro Festival, por que não incorporá-lo ao nosso calendário cultural-turístico?

 

 

Parque Náutico encerra Festival de Inverno

 

 

Uma Mesa Redonda sobre Cultura Digital, reunindo professores da Unifacef, Unifran, Unesp, entre eles, o sacramentano, Saulo Amui, além de especialistas de São Paulo, Franca e Ribeirão Preto; outra sobre o Circuito Fora do Eixo, dirigida pelo jornalista de Cultura, Alex Antunes, e mais, Discotecagem, exibição de curta metragem e a apresentação da excelente peça, “Todas as palavras me convêm', pelo Grupo de Arte Cênica, com o ator sacramentano no elenco, Celso Amâncio, marcaram de forma brilhante o encerramento do III Festival de Inverno do Parque Náutico de Jaguara, nos últimos sábado e domingo, 25 e 26 de junho.  

 

A peça é uma intervenção literária e poética em que a palavra é a protagonista, seja ela falada ou cantada. Com perguntas como: “Qual é a palavra que você mais gosta?”, “Qual é a que você tem mais medo?” Ou ainda: “Qual é a palavra que mais te desagrada?”, uma divertida intervenção artística, com muita música, brincadeira e palhaçada. Participação de destaque para o doutor em Bio-informática, Saulo França Amui, e o violinista e ator, Celso Amâncio, radicados em Ribeirão Preto e São Paulo, respectivamente. 

 

No domingo, às 10h00, mesa redonda sobre o Circuito Fora do Eixo, coordenado pelo jornalista de Cultura, Alex Antunes, reunindo representantes dos coletivos das cidades de Franca, Serrana, Bauru, São Paulo e Guaxupé, além de dois jornalistas convidados, Geraldo Elísio, de Belo Horizonte e Walmor Júlio Silva. 

 

E, a partir das 13h00, apresentação de bandas ligadas ao  Fora do Eixo, grupo de viola caipira e, oficinas de malabares, origami e   'stop motion' (técnica de animação fotograma a fotograma  com  uma máquina de filmar, máquina fotográfica ou por computador).

 

O Circuito Fora do Eixo é uma rede de trabalhos concebida por produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul no final de 2005 e tem como objetivo estimular a circulação de bandas, o intercâmbio de tecnologia de produção e o escoamento de produtos. A rede cresceu e as relações de mercado se tornaram ainda mais favoráveis às pequenas iniciativas do setor da música, já que os novos desafios da indústria fonográfica em função da facilidade de acesso à qualquer informação criou solo ainda mais fértil para os pequenos empreendimentos, especialmente àqueles com características mais cooperativas.

 

 

Ivan Barbosa encerra Festival

 

 

O diretor presidente do Parque Náutico de Jaguara, Ivan Sebastião Barbosa Afonso, com uma mensagem de avaliação e agradecimento, encerrou o III Festival de Inverno. O empresário, falando ao ET e, depois, no seu pequeno discurso de encerramento era pura emoção. “Estamos muito felizes, é a sensação de dever cumprido de um sonho sonhado. São muitos agradecimentos a todos que engrandeceram e robusteceram o Festival, debates, palestras, música, teatro, oficinas, manifestações culturais de altíssimo nível e isso nos deixa revigorados para começar a pensar e planejar o IV Festival”, afirmou.  

 

O jornalista e chargista, Geraldo Elísio Machado Lopes, radicado na capital mineira, viu nascer o Festival de Inverno e, anualmente, prestigiou o evento em alguns finais de semana. E este ano não foi diferente. “O encerramento foi marcado por um debate muito importante que foram as novas mídias digitais. Isso é inédito. Pode ser que tenha acontecido em outro lugar, mas eu não tive conhecimento. Em Minas, eu posso assegurar que foi o primeiro debate  deste nível, com Sacramento discutindo, não o presente, mas um futuro que é presente”, disse.

 

Para Elísio, as informações passadas foram importantíssimas, em decorrência de todas as mudanças que deverão ocorrer nos próximos anos. “Se a roda no passado foi o maior evento para a humanidade, eu acredito que, no presente, a Internet repete o mesmo fenômeno”, disse, tecendo comentários sobre as apresentações artísticas “nas apresentações artísticas, o que vimos foi de excelente bom gosto, uma atualização muito constante, o que mostra que – eu não sei se vou desagradar alguém – mas posso dizer que Sacramento saiu na frente”, avaliou. 

 

Para Geraldo, o Festival está consolidado, mas não é estático.  “O Festival de Inverno que envolve a arte, que é um movimento constante  tem que sempre se atualizar, porque ele não é estático. Ele está consolidado no sue nascimento, no seu objetivo, mas não pode ficar estático, porque a arte não é estática. O Festival vai se consolidar através do tempo que ele perdurar nas jornadas que tiver. A cada ano surgirão artes novas, a cada dia alguém inventa alguma coisa. A arte não pode ser  estática, senão ela se prende ao passado. A arte é efêmera, o que virá no futuro não sabemos, por isso o Festival  deve estar pronto para recebê-la, porque um dia ela será presente para posteriormente se tornar passado, guardando  as coisas boas”, avaliou.