Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Fundação Cultural ‘Ir. Benigna’ realiza I Festival de Cultura

Edição n° 1243 - 04 Fevereiro 2011

A Fundação Cultural 'Irmã Maria Benigna' realizou no domingo, 30, na praça Dr. Valadares (Rosário), o seu  I Festival de Cultura. Fundada há cerca de cinco anos, a Fundação Cultural saiu do papel e já com estatuto próprio, começou a funcionar, inclusive, pela primeira vez, com dotação orçamentária para 2011. Presidida por Virgínia Dolabella, a Fundação tem como diretora de Cultura, a professora de música, Claudia Regina Garcia Cruvinel, e agora parte para a formação do  Conselho de Cultura. 

De acordo com a presidente Virginia, tudo isso está previsto no Estatuto. “Enviamos o oficio às pessoas que comporão este conselho e o prazo de 30 dias está vencendo agora. A partir daí, vamos dar posse a esses membros, estruturar os cargos e elaborar o documento que será mandado para a Câmara. Mas já este ano vamos realizar pequenas ações, para implementar a Fundação, que vai ficar responsável pela parte de patrimônio e o ICMS Cultural, até fazermos toda a formatação e delimitar o seu  trabalho”, disse. 

Falando sobre o I Festival de Cultura, Virginia explica que quando houve a proposta de reforma das praças do Rosário e Matriz, foi para que elas pudessem se transformar num espaço de convívio. “Estávamos esperando a conclusão da reforma e a demanda dos meninos da oficina no Palácio das Artes, para darmos a largada, conforme  nossos objetivos, que é ocupar esses espaços oferecendo opções de cultura e lazer”, disse mais.

A Fundação Cultural Irmã Maria Benigna inicia agora um outro trabalho, o de sistematizar a instituição. “Muita coisa há que ser feita: cadastramento de artesãos e artistas para termos uma feira permanente e, estabelecer projetos para aplicar os recursos da dotação orçamentária, não apenas para trabalhos da Fundação, como também para pagamento de grupos musicais e outras atrações para se apresentarem nas praças. Futuramente vamos movimentar as praças com  boas ações”, prometeu.

 

I Feira Cultural mostra diversificação

 

Dentre as atividades apresentadas na praça, estiveram os meninos das oficinas do Palácio das Artes, coordenados por Júlio Cesar Pereira e, na parte musical, a coordenação de Claudia Cruvinel, além de atividades para o público presente, como artistas da Associação dos Artesãos, do Grupo de Capoeira e Pintura, Fredy Crema e Simone Fraga,  Grupo Momento de pagode, Àlvaro com filho Júnior e Gustavo e solo do violonista Felipe Borges, dentre outros.

Um dos destaques foi o Varal Literário coordenado pelos estudantes Luiz Otávio Prado  e Thiago Costa Braz, do Grupo Prosa Boa, que está no projeto há cerca de seis meses. “Éramos  um grupo apenas de artes plásticas e desenho. Três integrantes que fazíamos oficinas de desenhos, nos reuníamos  para trocar idéias e experiências dentro do ramo de cada um. E  aos poucos o grupo começou a aumentar. Hoje somos um grupo que trabalha além do desenho, com a pintura e outras formas de arte, estendendo para  a música, que se reúne na oficina no Palácio de Artes. E foi ampliando o leque de opções, inclusive o RPG, que tem um grupo para jogar no Palácio das Artes”, explicaram.

Thiago, amante do Role-playing game – RPG, é o mestre desse jogo. “Meu objetivo é mostrar que o RPG não é um bicho de sete cabeças, um jogo simples, prático e fácil de entender e, também, mostrar pra sociedade que ele faz parte da nossa cultura. Sacramento precisa disso, precisa diversificar e pretendo continuar”, afirmou. 

 O nissei Renan Hisatoshi Kawano, 15, aluno do 1º ano do ensino médio, na Escola Coronel, escrevendo em takaná os nomes das pessoas atraiu muitos curiosos. Renan, que nasceu no Japão e veio para o Brasil aos nove, reside em Sacramento há cinco anos, diz que aprendeu a escrita no Japão. Outro participante do Projeto Prosa Boa era o Diego dos Reis Souza, que durante o Festival esteve fazendo uma pesquisa sobre descendência das pessoas presentes naquele espaço.


A questão das mesas na praça

 

Um folheto, assinado por um grupo de pessoas, apenas com o primeiro nome, denunciando uma série de ações que classificam como 'erradas', rodou a cidade no último final de semana. Entre as denúncias, uma diz respeito sobre as cadeiras nas calçadas e no litóstrotos da praça do Rosário. “O que eu sei, é que a Prefeitura não deu nenhuma licença para a colocação de mesas na praça. Mas a minha opinião pessoal é de que essa situação terá que ser conversada, debatida, inclusive tratada pela Câmara, porque não existe no município, nada que legisle essa questão das mesas nas praças, nos passeios. Isso precisa ser regulamentado”, opinou a presidente da Fundação Cultural Irmã Maria Benigna.

Já a ‘arquiteta’ Virgínia Dolabela, acha que as cadeiras podem ser colocadas na praça desde que cumpram uma finalidade comercial. “Para fins comerciais é preciso licença e aqueles que exploram uma área pública devem pagar por isso. Aqui é um espaço público, mas que se for usado comercialmente alguma coisa tem que ser feita. Mas, infelizmente, em Sacramento falta ainda uma regulamentação nesse aspecto.  Aliás, é preocupante a questão do consumo do álcool em Sacramento entre os jovens, mais uma razão para estar regulamentando essas situações. Por isso, devemos incrementar essas atividades na praça, pra mostrar que há outras maneiras de se ocupar os espaços saudavelmente e se divertir. A regulamentação do uso desses espaços públicos deve partir do prefeito e da Câmara”, esclareceu.

Claudia Regina Garcia Cruvinel, diretora de Cultura da Fundação Cultural 'Irmã Maria Benigna de Jesus', disse que estava realizando um sonho. “A Fundação Cultural é um sonho de muito tempo, pelo qual sempre lutei e cheguei a achar que era impossível, mas de repente aconteceu. Vejo como um grande passo para nós, artistas e, sobretudo para a música e a arte em geral e, mais ainda para a cidade. Estamos iniciando um trabalho com grandes expectativas, porque temos muitos talentos na cidade. A música poderá ter um espaço muito grande devido aos muitos talentos. Uma moçada, que se direcionada, vai dar bons resultados”, reconheceu. 

Júlio César Pereira, coordenador do Grupo Prosa Boa reconheceu que a I Feira Cultural foi muito boa e falou também sobre a regulamentação de alimentos artesanais. 

“Por que os produtores rurais artesanais são proibidos de vender queijos, lingüiça, requeijão e leite em locais públicos e os bares, não? Podem passar comida do bar para a praça, churrascos feitos na rua, sem nenhuma advertência.

Disse que apoiou a reivindicação dos jovens, porque eles têm razão no questionamento. ‘‘Eles se organizaram e fizeram essa reivindicação, entregando na cidade. E a pergunta que fica é essa: 'Até quando vamos permitir que o Ministério Público e a Vigilância Sanitária regulem uns e outros não?' '', questiona.