Há anos as repúblicas apareceram nas ruas centrais da cidade, nas imediações da passarela do samba, criadas por visitantes ou mesmo por sacramentanos, que querem ficar perto da folia 24 horas. Algumas funcionaram por pouco tempo, dando lugar a novos points, enquanto outras viram tradição. O ET esteve vasculhando a vida dos republicanos que passam cinco dias longe de casa, só no oba curtindo a festa.
* Os Vira Latas, a mais velha república da cidade, tem 11 anos e é liderada por Alessandro Souza Oliveira e Givanildo Batista da Silva. “A ideia não saiu do nada, nós vimos o terreno vago aqui e pensamos em fazer uma festa no local. O carnaval é a coisa mais linda do mundo, aí o nosso amigo, Bizinotto, disse que o terreno era do pai dele, e começamos. São 11 anos de pura alegria. começamos com 1º pessoas, hoje são quase 20. muita gente quer entrar, mas não cabe mais’, explicam. Além de Alessandro e Givanildo, fazem parte dos Vira Latas, Abel, Cezinha, Ernani, Testa, Juliano, Neinho, João Branco, João Negão, Giva, Cocada e outros.
É a mais pura curtição nos cinco dias. “A gente muda pra cá, somos todos amigos. Quando tem sono a gente dorme na carroceria do caminhão. É pura alegria. Não tem confusão, não tem briga, todos maiores de idade, cada um paga R$ 300 reais e tem do bom e do melhor, churrasco, cerveja, galinha, comida a beça”, diz, acrescentando que a turma consome em média 48 caixas de garrafas de cerveja.
* Trampanem, fundada em 2001, no prédio ao lado do Rio Grande Hotel, por Saul, a casa aos poucos foi arrebanhando gente, somando atualmente 18 pessoas, dentre elas Muller, o Porva, Claudinei, Glauber, Walmir, Saul, Dudu, Diego, Branquinho, Tales, Tetéu, Mulata, Miguel, e outros, só gente de Sacramento. De acordo com Porva, durante o carnaval, cada um consome cerca de 16 fardos de latas de cerveja. “A gente bebe controlando, de dez em dez segundos a gene dá uma bicadinha”, diz, brincando. Júlio Cesar fala do som que a turma executa durante os cinco dias de festa. “O Renzo montou o som, as caixas, tudo é dele e ele organiza a sonografia, o volume. A gente fica aqui numa boa, o som da avenida é mais alto do que o nosso e não atrapalha”.
* K Zona, fundada há oito anos por Leandro Pires e colegas, a república nasceu de uma turma de amigos. “Hoje somos doze pessoas: Babalu, Telmo, Nairon, Pinta, Bazinho, Almir, Miltinho, Thales, Luquinha Chaves, Robervani, Fumaça, Salu, gente daqui e de Uberaba”, diz, acrescentando que a base do cardápio é a cerveja e a vodca. E Babalu emenda: “Fica caro, dá cerca de R$ 400 reais pra cada um a festa aqui, porque tem boa música, churrasco, comida. São oito anos de carnaval aqui, tem piscina, tem de tudo, até matinê, os foliões que brincam de dia e dormem à noite. Todo mundo dorme aqui”.
* Entrometeu, está também entre as repúblicas mais antigas. “É tudo junto o nome pra não dar confusão”. Fundada há oito anos, começou com o Charmoso de Franca. Começamos fazendo camisetas, o pessoal foi ficando mais velho e permaneceu. Éramos a turma do Charmoso, ele não participa mais, aí mudamos o nome para “Entrometeu’ e hoje somos 22 pessoas este ano”, explica Thales Loiola Veiga, que diz mais: “Somos todos amigos, alugamos o espaço, cada um contribuiu com R$ 40,00, cada um traz a sua bebida e pra fazer a tenda, todo mundo ajuda. Aqui guardamos nossas bebidas. Consumimos cerca de 60 latinhas de cerveja por dia. É tudo muito tranquilo, só alegria”, explica.
* Cafofo é filial da Ferradura de Uberaba e funciona há seis anos com uma animadíssima galera, com direito a piscina e tudo o mais: Zuruba, Henrique Willian, Conquista, Juninho, Dudu, Pé Rosa, Tição, Bobo, Chorinho, Rodrigo, Rogério, Boi, Lauane, Bruna, Mari, Jéssica, Lisa, Júlia, Elisa, sem contar aqueles que passam para visitar a turma, que já participou do bloco As Robertas, mas este ano preferiram só curtir a festa. A justificativa é que o grupo aumentou muito e as brincadeiras e o comportamento adotado por muitos participantes não têm agradado a turma.
* Barraca Armada, na Capitão Borges, tem cinco anos e é liderada por Thales Scalon Pereira. “A gente aproveita o dia a dia aqui, aproveita o carnaval e não deixa morrer a animação”. Compõem a Barraca Armada a animada turma formada por Tony, Lúcio, Micão, Diné, Gustavo, Alexandre, Lagarto Lucius, Fabrício, Fibes, Netinho e outros que completam os 20 barraqueiros. Segundo Tales, a turma consome cerca de duas mil latinhas de cerveja, nos cinco dias de carnaval, ou 170 fardos. Para a manu-tenção da Barraca, cada um contribui com R$ 200,00. A novidade é que a república não aceita meni-nas.
* Turma da Skina, no coração da passarela, existe há dois anos. “A galera da Skina é futebol, basquete, vôlei, peteca e carnaval”, diz um dos coordenadores Dudu Canarinho, que enumera a galera: Borracha, Cabeção, Deejay, Gordo, Samuel, Digão, Diguinho, Jean e outros que compõem os cerca de 50 esquineiros. “Essa é uma turma que senta na esquina e virou república e vamos um dia montar um clube, O Municipal. Aqui, quem agüentar fica, quem não agüentar vai dormir em casa. Mas a comida é aqui, muita bebida, churrasco. Droga não entra, somos a geração saúde, aqui é no máximo cerveja e alguns gostam de vodca, mas paramos aí.”
*Xupeta’s da Madrugada, fica na Benedito Valadares e foi criada em 2009, por sete amigos que coordenam tudo, dentre eles Júlio Zandonaidi. São mais de 15 integrantes nos Chupetas. “É só alegria e descontração. Nada de drogas, nem sexo, nada disso. É só zoeira. O nome da república não tem nada a ver, ouvimos o nome, achamos interessante e batizamos a república”. Além de Júlio, são fundadores da república Otávio, Antônio, Juninho, Dudu, Guilherme Nogueira e Dimas, que reúnem amigos, inclusive de outras cidades. De acordo com Júlio, a galera consome cerca de mil latas de cerveja nos cinco dias de carnaval.