Não fosse uma reação imediata do presidente da Câmara, Carlos Alberto Cerchi, alertado pelo assessor jurídico, José Bonifácio Schifini e Silva, o Paço Municipal 'Juca Ribeiro', sede do Poder Legislativo de Sacramento, tombado ao Patrimônio Histórico Municipal, estaria com dois postes de cimento bem em frente às suas duas fachadas.
Justificando aos operários da empreiteira que o prédio não poderia sofrer alterações devido à sua importância histórica e, sobretudo por ter a fachada preservada por lei, inclusive mostrando fotos do Paço, os operários ligaram aos superiores da Cemig que, no entanto, as ignoraram e determinaram a continuidade do trabalho de instalação dos postes, chegando a arrancar duas pedras do passeio.
O presidente Carlos Alberto, então, recorreu ao Ministério Público e, juntamente com o promotor José do Egyto se reuniu com o prefeito Wesley De Santi, que ligou para a CEMIG e só então a obra foi paralisada. Entretanto, não se apurou quem foi o responsável pelo projeto que comprometeria a vista do patrimônio, desobedecendo a Lei de tombamento.
A Lei de Tombamento do Paço Municipal data de 1998 e, no seu artigo segundo dispõe que “são proibidas quaisquer obras que alterem as fachadas ou as características externas, inclusive o calçamento do passeio dos imóveis.” A mesma Lei que tomba ao patrimônio Histórico e Artístico de Sacramento o prédio da Câmara Municipal, inclui também os prédios da Escola Estadual Dr. Afonso Pena Júnior e o Museu Histórico Corália Venitez Maluf.
Seria bom que muitos outros próprios municipais e residências históricas entrassem nessa lista.
Bancos destroem passeios
Reações como essa deveriam também ser tomadas também quando o Banco do Brasil, o Banco Itaú, a Caixa Econômica e, mais recentemente, o Bradesco, por conta das ideias de arquitetos que desconhecem a história da cidade, determinam nos seus projetos a retirada das históricas pedras de basalto rosa que compõem o belo passeio das ruas centrais da cidade, para colocar no lugar uma lajota horrorosa, segundo eles, para “compor melhor” com o prédio construíudo. Aliás, com base na lei de tombamento, ou outro expediente legislativo que o valha, a Câmara deveria exigir de todos esses bancos a reversão daquele serviço. E sabem para onde foram as belas pedras retiradas?