Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Até quando?

Edição nº 1614 - 16 de Março de 2018

Até quando? O mundo está doente! Milhares de pessoas simplesmente desaparecem. Acordam mas não dormem. Vivemos num mundo dilacerado pela rivalidade, pela disputa, pelo ódio, pela intolerância e pela luta do interesse individual. Muros para nos separar são construídos ao invés de destruídos.

Em nome da religião se mata, quando Deus luta pela vida! Ele é a própria vida. Seres humanos, principalmente crianças inofensivas, são mortas na guerra da Síria, sem que haja uma intervenção dos líderes mundiais para continuar evitando tamanha barbárie. Cidadãos são impedidos do sagrado direito de viver com tanta violência nas ruas, nas escolas, nas casas - em todas as cidades - violências domésticas onde casais matam filhos, filhos matam pais. Famílias diariamente são esfaceladas pela perda de seus entes. Nações são mutiladas pelo vírus da corrupção que não mata um ou dois indivíduos, mas mata milhões de seres humanos, pois a corrupção surripia o dinheiro que deveria atender milhões de cidadãos em tantos setores, notadamente a saúde. 

Hoje vivemos mais de incertezas e impunidades! Leis brandas e desrespeitadas mundo afora instalam o caos e o desequilíbrio na sociedade! Fome. Frio. Abandono. Desespero. Doenças. Inação. Escárnio. Falta de amor. Que mais falta para o fim? 

A brutalidade da morte da vereadora da cidade do Rio de Janeiro, neste 14 de março, mês da mulher, Marielle Franco, do PSOL, retrata e espelha a sensação de impotência que vivemos. Sua morte, junto ao seu motorista Anderson Pedro Gomes, não causou somente uma comoção nacional e retratada mundialmente por ser ela uma parlamentar, uma legítima representante do povo carioca, eleita por cerca de 46 mil votos. 

Marcou a perda de mais vidas humanas. Mataram uma liderança política, mas não mataram suas causas de luta. Marielle se junta aos humanos que deram sua existência por falar, resistir, denunciar, expor as mazelas que vivemos! Da favela e das dificuldades do cotidiano, ela vence. Estuda. Se forma. Se torna mãe. Reveste-se de uma ativista dos direitos humanos. Luta por aquilo que acredita. 

Até quando assistiremos o mundo descer “ladeira abaixo” sem esperança de dias melhores? Até quando isso tudo vai continuar nos parecendo normal e o amanhã será um novo dia e novas manchetes apagarão esse e outros fatos macabros. Deus... óh Deus nosso... olhe pelo mundo e por nós!