O corpo de Adercides Ribeiro da Silva foi velado na Loja Maçônica Acácia do Borá, da qual era irmão desde 1988. O espaço ficou pequeno para comportar familiares e tantos amigos e conhecidos que queriam dar-lhe o último adeus. A avenida tomada de veículos e pessoas. Desnecessário buscar palavras para descrever a dor e o sofrimento dos familiares e dos amigos mais chegados. Mas era impossível segurar as lágrimas diante da perda de pessoa tão querida.
Dídia era uma pessoa do povo. Mais de 30 anos na profissão de taxista. A calma, o riso aberto e o respeito se destacavam no trato com todos. A segurança que transmitia nas viagens, faziam-no tão requisitado para idas e vindas às cidades da região, sobretudo para consultas médicas ou casos de urgência. Mas só para conhecidos. Para os mais chegados, chegava a deixar para receber depois e até parcelado. Tinha um coração maior que o próprio, e sua sempre bem cuidada Parati, que muitos diziam que iria aposentá-lo. Que nada! Todos os dias, lá estava Dídia, firme no ponto da rodoviária. Se não estivesse, atendia de pronto aos telefones que carregava. E muitos clientes faziam questão de esperar até que ele pudesse atendê-los.
Agora, resta a vaga na rodoviária e a Parati, forçosamente, aposentou, guardando a marca do seu suor do dia a dia, no banco, no volante, no câmbio... infelizmente, embrutecida por algumas marcas de seu sangue covardemente derramado...
Para a cidade, uma grande perda. Para a família uma grande dor e a saudade para a querida Marlúcia, a companheira de 44 anos de caminhada juntos na criação dos filhos Carlos Humberto, Carla Cristina e Thelma Elisa, nora e genros adotados como filhos; e para os netos, irmãos e demais familiares, descendentes dos saudosos José Ribeiro da Silva (Zé Rita) e Eliza Maria de Jesus. Foi filho, irmão, marido, pai e avô exemplar...
O filho Carlos Humberto, agradecendo a solidariedade, destacou, “um grande homem, grande pai, marido, avô. Um homem que num táxi formou os três filhos e que, apesar dos poucos estudos que teve sabia muito mais que nós três juntos. E hoje...”
Era católico fervoroso, era Congregado da Irmandade do Santíssimo e recebeu as bênçãos proferidas pelo pároco, Pe. Antonio Carlos Santos, da paróquia da Abadia, que com suas palavras, deixou a todos uma comovente mensagem de fé e esperança na ressurreição, repetindo as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11.25)
Dídia iniciou na maçonaria em 18 de Maio de 1988, portanto, há 28 anos, ocupando vários cargos, atuando com o mesmo zelo e amor, com que se dedicava a tudo que fazia. E recebeu as honras maçônicas, com a presença de todos os irmãos, que em uníssono responderam 'presente', à chamada de seu nome. Ao final da cerimônia maçônica, um momento único da mais pura expressão de amor de sua esposa e filhos, ao cobrir o seu corpo de pétalas de rosas vermelhas. Um momento único de emoção”.
A Deus, nosso Dídia querido.
Encerrando a solenidade fúnebre, presidida pelo venerável Ivan Rosa Gomide, a mensagem de despedida: “Nosso irmão Dídia ficará gravado em nossos corações e mentes, como exemplo de um pai por excelência, um marido caloroso, um irmão abnegado e um cidadão virtuoso e comprometido.
O corpo de Dídia foi sepultado no cemitério São Francisco de Assis às 16h.