Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

VOLTE! O PAI AINDA O(A) ESPERA.

Edição nº 1522 - 17 de Junho de 2016

“Certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao Pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E Ele lhes repartiu os haveres. Passado não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores do meu Pai tem pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu Pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de Ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para o seu Pai. Vinha ele ainda longe, quando o seu Pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti, já não sou digno de ser chamado teu filho. O Pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandália nos pés; trazei também o novilho cevado. Comamos e nos regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijarem-se”. Lucas 15:11-24.
Para Jesus tudo começa na casa do Pai. Apesar de ter nascido, crescido e vivido na casa do Pai, o filho mais moço não queria mais ver o Pai, falar com o Pai, conviver com o Pai. Do Pai, só queria a herança, que pediu, recebeu e partiu, certamente, sem olhar para traz. Deixando, abandonando, desprezando o Pai e tudo que tinha feito parte da sua vida. Com os bolsos cheios da herança do Pai, do dinheiro do Pai, partiu para uma terra distante. Longe do Pai, conseguiu tudo o que queria: casa, comida, amigos, alegria, prazer e, viveu sem limites, sem reservas, sem ontem, sem amanhã e sem depois. Na sua vida só havia o hoje, só o agora. Porém, mais cedo do que pensava, acabou tudo: A herança, o dinheiro, a casa, a comida, os amigos, a farra, o prazer. De repente, percebeu que estava só, absolutamente só, sem ninguém e sem nada e, para não morrer de fome foi morar, comer, dormir, trabalhar e viver com os porcos,
 O mundo tira toda dignidade da pessoa humana e a transforma num animal. Ser animal não é indigno. Indigno é a pessoa ser transformada e viver como animal.
Será que isso já aconteceu perto de você ou com você?
Ali no fundo do poço, quer dizer, do chiqueiro, lembrou-se do seu Pai: Da pessoa, da presença, da companhia do seu Pai. Da casa, da cama, da comida, da fartura, dos trabalhadores do seu Pai. Caiu em si e disse: Quantos trabalhadores de meu Pai tem pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Sem irritação, sem raiva, sem ira, sem revolta, dos porcos e de si mesmo, não desejou morrer, não quis matar-se. Arrependeu-se do que tinha pensado, falado, feito. Tomou uma decisão e disse: Levantar-me-ei e irei ter com o meu Pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de Ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. Levantando-se, foi para seu Pai.
Por mais fundo que seja o poço, ele nunca é tão fundo que impeça a volta ao Pai. Nada, absolutamente nada, impede ninguém de voltar para o Pai, se quiser fazê-lo.
O Pai, que desde a partida do filho, não desistia de esperar o filho, todos os dias sempre voltava e ficava no portão olhando para longe, olhando para o nada; nunca desistiu de esperar, de ir ao portão e de ver a estrada. Um dia, certamente, numa tarde, Ele viu ao longe seu filho. Correu, abraçou, beijou, ouviu e perdoou seu filho perdido, mas recuperado, e com grande alegria disse para seus servos: “Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandália nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e nos regozijemos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se”.
Deus, nosso Senhor e Pai, nunca desiste de mim, de você, de nós e de ninguém!
E aí, vai continuar deixando o Pai no portão, olhando, olhando, sem vê-lo(a), abraçá-lo(a), beijá-lo(a), perdoá-lo(a) e celebrar sua recuperação.
A Deus, nosso Senhor e Pai, toda honra, todo louvor, toda glória!

 

Rev. Dr. Luiz Viana de Alcântara Filho | Igreja Presbiteriana do Brasil