Tocha Olímpica: o fogo que une nações

A tocha olímpica acesa na Grécia, no estádio de mármore que sediou os primeiros Jogos Olímpicos modernos em 1896, quando foram reabilitados pelo Barão de Coubertin, depois de séculos de esquecimento, deu a largada para a  Rio 2016.  Nascidos em Olímpia, os jogos  tomaram o nome da cidade natal e por isso se chamam Olímpicos desde sempre.  Em Olímpia, local dos primeiros jogos na Antiguidade, onze mulheres, representando o papel de sacerdotisas, realizaram a mesma cerimônia na qual a Tocha é acesa pela luz do Sol com seus raios concentrados por um espelho parabólico. A televisão mostrou esse evento no dia 27 de abril, diretamente do estádio Panathinean, em Atenas, capital da Grécia.
Do local em que repousou do dia 26 para 27, no museu da Acrópole, ela viajou pelas ruas da capital Atenas até ser levada ao estádio, que foi construído no ano 330 aC.
Após um revezamento no estádio, a campeã grega de remo Katerina Nikolairou acendeu o caldeirão de ouro, cercada por sacerdotisas com vestidos pregueados longos, e a plateia irrompeu em saudações. A televisão mostrou esse lindo espetáculo.  Depois de uma jornada de seis dias através da Grécia, a tocha foi apresentada aos organizadores brasileiros.
 “Nós... prometemos realizar grandes Jogos”, disse o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos  da  Rio 2016, Carlos Nuzman, na cerimônia de transferência da tocha.
Desde esse dia, o Rio de Janeiro está em festa. O Brasil está em festa, com a chegada da tocha no dia 3 de maio, para um revezamento por todo o país. Foram 90 dias de percurso por 300 cidades. Milhares de olhos seguiram-na por onde passava, resplandecente, bela  e harmônica, assim como são os Jogos Olímpicos.  Ela é o mais  importante símbolo na história dos Jogos, por  representar a paz, a união e a amizade entre os povos. Por isso, ao ser  conduzida em grande revezamento leva a mensagem olímpica para além da cidade-sede, e  termina com o acendimento da pira na Cerimônia de Abertura dos Jogos. Nessta sexta-feira 5, a pira foi acesa no estádio sede dos Jogos Olímpicos, e só se apagada no encerramento dos jogos.  Já na Grécia Antiga o fogo era aceso no início dos jogos e mantido por toda a celebração.
A Tocha Olímpica repousa seu significado num mito grego chamado Prometheus. Um dos deuses da mitologia grega,  um  conjunto de histórias criativas conhecidas dos sábios e do povo, que formavam relatos maravilhosos, repletos de imaginação. Diz-se, que,  “Prometheus, amigo de Zeus, gostava dos humanos, com quem muito se relacionava, mas Zeus não gostava disso, tinha ciúmes da amizade. Um dia, Prometheus pegou o fogo do Olimpo e o ofereceu  aos amigos humanos.  Ao saber disso, Zeus decidiu puni-lo, determinando que o  prendessem em correntes no alto do monte Cáucaso, por 30 mil anos, durante os quais ele seria diariamente bicado por uma águia, que lhe destruiria o fígado. Mas, como Prometheus era imortal, o fígado se regenerava constantemente e o ciclo se reiniciava a cada dia”.
O certo é que, embasada na mitologia ou não, de quatro em quatro anos, o fogo arde enquanto os anéis olímpicos, que  resumem o espírito olímpico de união e interação entre os povos dos cinco continentes, se torna realidade mais uma vez este ano, com a participação de 10.500 atletas  de 206 países.
Essa união de povos foi reforçada na mensagem do Papa Francisco, no Vaticano, nessa quarta-feira 3:
“- Diante de um mundo que está sedento de paz, tolerância e reconciliação, faço votos de que o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida (cf. 2 Tm 4, 7-8), almejando alcançar como prêmio não uma medalha, mas algo muito mais valioso: a realização de uma civilização onde reine a solidariedade, fundada no reconhecimento de que todos somos membros de uma única família humana, independentemente das diferenças de cultura, cor da pele ou religião.
E aos brasileiros, que com sua característica alegria e hospitalidade organizam a Festa do Esporte, desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a 'trabalhar em equipe' para a construção de um país mais justo e mais seguro, apostando num futuro cheio de esperança e alegria! Que Deus abençoe a todos!"
Ao longo de sua história, a união de povos no esporte vem sendo mantida, assim como a  tocha que  passou por inovações.  Como um dos principais atributos de inovação da Tocha Olímpica Rio 2016, partes da  estrutura da pira se abrirão, revelando elementos de brasilidade: diversidade harmônica, energia contagiante e natureza exuberante, com o solo, o mar, as montanhas, o céu e o sol representados nas cores da bandeira do Brasil.