Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

“Dois legados podemos esperar dar às crianças: um deles, as raízes; o outro, asas”

Edição nº 1526 - 15 de Julho de 2016

“Diz o autor americano, Hodding Carter que “existem apenas dois legados permanentes que podemos esperar dar a uma criança: um deles são as raízes; o outro, asas”. Das minhas curtas e esporádicas visitas à CIJU, como representante da Congregação no Brasil, vou apercebendo-me do quanto essa instituição tem contribuído para este grande legado “asas” e “raízes”.
Passados 50 anos, é bonito poder pensar e contemplar quantas gerações foram as daqueles e daquelas que neste Centro deram os seus primeiros s, que desenvolveram aquelas aparentes pequenas competências, sem as quais jamais conseguiriam alcançar as outras.  Muitos dos primeiros ensaios do “esvoaçar” foram, certamente, dados nos espaços dos pátios e salas da Casa Infanto-Juvenil.
Diretoria, educadores e irmãs, que no dia a dia e no passar dos anos se doaram, certamente, apenas puderam ver os ensaios. Contudo, o inconsciente de homens e mulheres que por ali passaram, os sonhos do vôo e da conquista das asas contribuíram para múltiplas realizações.
 Diz um provérbio africano que “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Hoje mais do que nunca, poderíamos dizer que é preciso o esforço duma  sociedade inteira para educar uma criança. Sobretudo,  numa sociedade soçobrada pela falta de valores cristãos, onde o relacionamento humano esfacela-se, o relativismo despe a humanidade da sua dignidade e as raízes da fé são perdidas.
 Neste esforço  de formação e educação, pela sua história e tradição, fundamentada nos valores humano-cristãos, a CIJU, pode dizer que continua a olhar para o futuro, pois “olhar para  o futuro, é cuidar da educação das nossas crianças”, desde a mais tenra idade.
 Um jubileu de ouro é, sem dúvida, um momento propício para agradecer, reavaliar e projetar os legados permanentes que foram e vão sendo deixados. Por um lado, asas; por outro, raízes. Como poderia deixar como legado “raízes”, se a própria instituição  não as tivesse? Cinquenta anos revelam raízes sólidas e profundas de quem, fundamentado na fé, conquista asas de águia.
Foi certamente com desvelo que, naquele longínquo mês de julho de 1966, que as senhoras  Selma Afonso Rodrigues da Cunha e Iralva de Souza Almeida (falecida irmã de padre Antonio), lançaram a pequena semente que germinou, criou raízes e deu vida.
N a época, as seguranças do futuro, poderiam não existir, mas o sonho do bem dava a certeza de que a melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes. Capazes de voar, sem perder as suas raízes.
Nascida com a vocação de internato para meninas de dois a 12 anos, na sua evolução descobriu-se que a família, amparada pela sociedade, é o lagar privilegiado para cultivar as raízes e orientar os vôos.
Seguindo um caminho normal de evolução, a articulação família-centro, conduziu a uma reestruturação. Assim, cinco anos após a sua fundação, em 1971, a sirmãs de São José de Cluny, começaram a participar desta missão,  como guardiãs deste belo legado que hoje completa meio centenário de história.  Possa Deus continuar derramendo suas bênçãos e graças para a missão desta instituição, de cultivar e preservar raízes e incentivar os primeiros voos.
 Que Deus abençoe todos aqueles que não perderam o encantamento da beleza da vida e a fé, diretores, famílias,  educadores e voluntários, a fim de que mesmo através dos gestos, aparentemente mais simples, possamos continuar contribuindo na edificação dos alicerces  dum mundo mais humano e mais bonito.
Às fundadoras da Casa, à CIJU, diretoria, educadores e famílias que nEle acreditam, e a todas as pessoas de boa vontade que contribuem para o seu adequado funcionamento e missão a nossa sincera homenagem.

 

Ir. Hermínia Maria Genaro