Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

AVE, MARIA!

Edição nº 1460 - 10 Abril 2015

Com certeza, foi assim que Jesus saudou 

nossa querida irmã Maria do Carmo Santana, 

acolhendo-a em sua morada eterna 

e coroando-a com a coroa da justiça.

E deve ter continuado:

“Venha, bendita de meu Pai,

você possuí por herança o reino 

que lhe está preparado

desde a fundação do mundo.

Porque tive fome, e você me deu de comer; 

tive sede, e deu-me de beber; 

era estrangeiro, e hospedou-me;

Estava nu, e me vestiu; 

adoeci, e você me visitou; 

estive na prisão, e você foi me ver”.

E ela, em sua humildade deve ter respondido:

“Senhor, quando o vi com fome e dei-lhe de comer? 

Ou com sede, e dei-lhe de beber?

E quando o vi estrangeiro, e o hospedei? 

ou nu, e o vesti?

E quando o vi enfermo, ou na prisão, 

fui vê-lo?

E, respondendo o Rei, deve ter –lhe dito: 

“Em verdade eu lhe digo, Maria que 

quando você o fez a um dos meus 

pequeninos irmãos, a mim você o fez”.

Maria foi chamada por Deus justamente

na Quinta-feira Santa que nos fala do amor, 

com a cerimônia do Lava-pés, 

a proclamação do novo mandamento, 

a instituição do sacerdócio ministerial 

e a instituição da Eucaristia, em que Jesus 

se faz nosso alimento, dando-nos 

seu corpo e sangue.

Ao mesmo tempo que toda a cidade

pranteou tão grande perda, demos graças

também por tão grande mérito.

Maria tinha tantas qualidades que incorro

no risco de deixar alguma sem enumerar.

Mas ela nunca ligou para isso...

Com seu sorriso lindo e autêntico,

ninguém poderia imaginar que alguma

dor pudesse ter-lhe sido imposta.

Parecia-nos que ela morava no paraíso

e que sua vida era só maravilha...

Por que isso?

Maria possuía fé.

Essa capacidade que temos de acreditar 

em algo que não é palpável, 

que não se pode ver ou provar. 

Ela acreditou que a estrada ia

além do que ela via,e isso a consolava.

Nos momentos mais complicados, 

ela recordava que nem por um segundo 

estava sozinha.

Havia alguém que olhava por ela

e trabalhava a seu favor. 

Assim, tinha a sensação de que cumpria 

passos para algo maior.

E essa certeza de que havia um plano a sustentou, 

manteve seu sorriso e permitiu que ela subisse 

um degrau por vez. 

Ela não podia ver todo o caminho; 

mas a cada curva que se revelava, 

crescia a confiança de que 

dias melhores viriam. ..

Maria revelou-se como MARIA:

o protótipo da humildade, da fé,

da segurança do dever cumprido,

da renúncia, doação e amor.

Aos seis meses de idade ela fez

a sua primeira doação.

Eu havia perdido a minha mãe 

aos três meses de idade

e minhas tias iam de porta em porta

das mães que amamentavam, pedir-lhes

uma porção de leite para mim.

A mãe da Maria, tia Iracema tirava-a

dos seus fartos seios para que 

eu pudesse desfrutar daquela dádiva.

Maria não reclamava... como sempre!

Não posso deixar de citar o seu grande

trabalho pedagógico.

Mestra por excelência!

Com seu jeitinho conseguia milagres,

alfabetizando crianças com um alto

grau de dificuldade e deficiência.

Maria foi também a evangelizadora,

dedicando-se totalmente a serviço

de Deus, anunciando, proclamando,

cantando e vivendo a sagrada palavra.

Sinto desnecessário falar mais

sobre a Maria. 

A prova de todo o seu valor nos foi dada

durante o seu velório: matriz repleta de amigos,

flores, lágrimas, orações, sacramentanos

vindos dos quatro cantos da cidade!

Em vida, não recebeu medalhas, moções,

poemas ou canções.

Escreveu a sua história baseada no amor,

doação, humildade, respeito e amizade.

Sua Páscoa foi a concretização

da Campanha da Fraternidade:

“EU VIM PARA SERVIR”. 

Descanse em paz, MARIA!

AVE, MARIA !

 

(*) Sandra Almeida