Ubiratan Lustosa, no seu Livro “Um Encontro com Ubiratan Lustosa” (Instituto Memória Editora), relata que “durante muito tempo o Dia do Rádio, ou da Radiodifusão, e o Dia do Radialista foram comemorados juntamente, em 21 de Setembro que é também o Dia da Árvore. A celebração teve início em 1945, quando um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas fixou os níveis mínimos de salário dos trabalhadores em empresas de radiodifusão.
Nos anos 80, por ocasião do IV Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado na Bahia, os proprietários de Emissoras decidiram estabelecer uma data para comemorar em separado o Dia da Radiodifusão. Escolheram 25 de Setembro, pois nesse dia nasceu Roquette-Pinto”.
Edgard Roquette-Pinto, médico, antropólogo e professor, nascido, fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1.923. Dessa forma, passaram a ser duas datas e a comemorar: 21 de Setembro o Dia do Radialista e em 25 desse mês, o Dia do Rádio, ou da Radiodifusão.
Mais recentemente, mais uma data foi criada, através de decreto assinado pelo Presidente Lula, que instituiu no calendário de efemérides nacionais o Dia do Radialista a ser comemorado em 7 de Novembro, data de nascimento do compositor, músico e radialista Ary Barroso. Sobre isso, escreve Lustosa: “Costumes não se criam por decreto e em razão disso o Dia do Radialista continua sendo comemorado na data original da qual todos os radialistas gostam: 21 de Setembro”.
A Radiodifusão é de importância imensurável – reconhece Lustosa – “Seja na informação precisa e imediata, seja no aviso de utilidade pública, seja no lazer proporcionado pelos programas que divertem e deleitam, seja na orientação dada, na cultura difundida, na transmissão dos eventos esportivos, seja nas mensagens de paz e amor e fraternidade, o profissional de Rádio presta um grande serviço à nação”.
Mas cá entre nós, não haveria Rádio nem Dia do Rádio, se não houvesse os radialistas, chamados de locutores, os comentaristas político, policial, esportivo, os noticiaristas, os repórteres e, por trás deles, os proprietários, os diretores, os operadores e até os anunciantes que ajudam a manter o rádio e as rádios vivas, desde 1923, quando Roquete Pinto Fundou a primeira rádio do Brasil, a Sociedade, do Rio de Janeiro e que foi foi doada ao governo em 1936 e existe até hoje, mas com o nome de Rádio MEC (Música, Educação e Cultura).
Para eles, os que fazem o Rádio acontecer e comemoram o seu dia em 21 de setembro ou 7 de novembro, Leo Saballa, radialista de Joinville (SC) escreveu a Oração do Radialista:
“Senhor, faça deste microfone um condutor da verdade. Mantenha-me firme e sereno para equilibrar o meu senso de justiça. Direcione o meu conhecimento para
produzir faíscas de esperança. Não permita que me perca pelos caminhos distantes da razão. Jamais deixe algum sentimento distorcer a essência do que precisa ser dito.
Senhor, ilumine as minhas palavras para que elas carreguem alento. Conceda-me
sabedoria para falar e bastante paciência para saber ouvir. Inspira-me com bons pensamentos e que eu defenda apenas o que acredito.
Senhor, mantenha-me seguro todos os dias na sinuosa pista da humildade. Que a minha voz se faça ouvir sem frieza nem sensacionalismo. Livra-me da arrogância, do medo, da vaidade e da indiferença. Evite que usem indevidamente a minha voz para prejudicar alguém. Faça de mim porta voz da cidadania, da credibilidade e da isenção.
Senhor, impeça que eu induza a pré-julgamentos ou a condenações. Corrija o meu excesso de individualidade e me torne mais flexível. Dá-me firmeza para eu não escorregar nas armadilhas da palavra.
Senhor, proteja minhas cordas vocais, ferramenta do meu ganha pão.
Proteja,Senhor, a todos os meus ouvintes, razão do meu trabalho”.
(Fontes: História da Rádio Difusão no Brasil/ Um Encontro com Ubiratan Lustosa, dentre outras/ Redação ET)