Pois a luta pela liberdade dos negros brasileiros
jamais cessou. Em 1971, um significativo
capítulo de nossa história vinha à tona
pela ação de homens e mulheres
do Grupo Palmares.
Lá do Rio Grande do Sul era revelada
a data do assassinato de Zumbi,
um dos ícones da República de Palmares.
Passados sete anos, ativistas negros reunidos
em congresso do Movimento Negro Unificado
contra a Discriminação Racial cunharam
o 20 de novembro como Dia da
Consciência Negra. Em 1978, era dado
o passo que tornaria Zumbi dos Palmares
um herói nacional, vinculado diretamente
à resistência do povo negro.
Legiões de homens e mulheres negras
se rebelaram a um sistema de opressão.
Lançaram mão de suas vidas a se conformarem
com a prisão física e de pensamento.
Contrapuseram-se ante às tentativas
de aniquilamento de seus valores africanos
e contribuíram com seus saberes para
a fundação e o progresso do Brasil.
Por mais de 350 anos, a escravidão
e o tráfico negro constituíram a essência
da economia e da vida nacional,
que hoje coloca o país entre as dez
maiores economias do planeta.
Depois, o compromisso ético e o sentido
da justiça em relação aos negros encontraram
um Estado e uma sociedade que preferiram
o silêncio, sua substituição por imigrantes
europeus e promovendo sua exclusão
da vida política e social, sem direitos
políticos, sem indenização.
As distorcidas República e democracia
brasileiras concederam a liberdade
para os negros com uma mão e os
reescravizou num apartheid social
com a outra mão.
A igualdade e dignidade da pessoa
humana, no mais das vezes, têm sido
apenas conceitos formais distantes
e em muitos sentidos inalcançáveis
aos negros ou pelos negros brasileiros.
Essa parcela majoritária da população,
Infelizmente, continua invisível socialmente
e distantes dos postos de prestígio
dos quadros governamentais ou corporativos.
Porém, os poderes constituídos não podem
olvidar que o fortalecimento das relações
étnico raciais ajudará o país a dar
um salto adiante na participação política,
econômica e social dos negros,
promovendo sua inclusão, diminuindo
as desigualdades, democratizando
as oportunidades e equilibrando
o acesso desses brasileiros tão honrados
e dignos da riqueza da nação.
Que este 20 de Novembro, assim como
todos os outros, seja de muita festividade,
alegria e renove suas energias
para continuarem sua trajetória
para conquista de direitos e igualdade
de oportunidades. Estejam todos, homens
e mulheres negras, irmanados nesta
caminhada pela liberdade e pela c
consciência da riqueza da diversidade racial!