Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

O Dia da Consciência Negra

Edição nº 1441 - 21 Novembro 2014

Pois a luta pela liberdade dos negros brasileiros 

jamais cessou. Em 1971, um significativo 

capítulo de nossa história vinha à tona 

pela ação de homens e mulheres 

do Grupo Palmares. 

 

Lá do Rio Grande do Sul era revelada 

a data do assassinato de Zumbi, 

um dos ícones da República de Palmares. 

 

Passados sete anos, ativistas negros reunidos 

em congresso do Movimento Negro Unificado

contra a Discriminação Racial cunharam 

o 20 de novembro como Dia da 

Consciência Negra. Em 1978, era dado 

o passo que tornaria Zumbi dos Palmares 

um herói nacional, vinculado diretamente 

à resistência do povo negro.

 

Legiões de homens e mulheres negras 

se rebelaram a um sistema de opressão. 

Lançaram mão de suas vidas a se conformarem 

com a prisão física e de pensamento. 

Contrapuseram-se ante às tentativas 

de aniquilamento de seus valores africanos 

e contribuíram com seus saberes para 

a fundação e o progresso do Brasil. 

 

Por mais de 350 anos, a escravidão

e o tráfico negro constituíram a essência

da economia e da vida nacional,

que hoje coloca o país entre as dez

maiores economias do planeta.

 

Depois, o compromisso ético e o sentido

da justiça em relação aos negros encontraram

um Estado e uma sociedade que preferiram

o silêncio, sua substituição por imigrantes

europeus e promovendo sua exclusão 

da vida política e social, sem direitos

políticos, sem indenização.

 

As distorcidas República e democracia

brasileiras concederam a liberdade

para os negros com uma mão e os

reescravizou num apartheid social

com a outra mão.

 

A igualdade e dignidade da pessoa

humana, no mais das vezes, têm sido

apenas conceitos formais distantes

e em muitos sentidos inalcançáveis 

aos negros ou pelos negros brasileiros.

 

Essa parcela majoritária da população,

Infelizmente, continua invisível socialmente 

e distantes dos postos de prestígio 

dos quadros governamentais ou corporativos.

 

Porém, os poderes constituídos não podem

olvidar que o fortalecimento das relações

étnico raciais ajudará o país a dar 

um salto adiante na participação política,

econômica e social dos negros,

promovendo sua inclusão, diminuindo

as desigualdades, democratizando

as oportunidades e equilibrando

o acesso desses brasileiros tão honrados

e dignos da riqueza da nação.

 

Que este 20 de Novembro, assim como 

todos os outros, seja de muita festividade, 

alegria e renove suas energias 

para continuarem sua trajetória 

para conquista de direitos e igualdade 

de oportunidades. Estejam todos, homens 

e mulheres negras, irmanados nesta 

caminhada pela liberdade e pela c

consciência da riqueza da diversidade racial!