Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bons votos, Presidenta!

Edição nº 1437 - 24 Outubro 2014

Imagino como deve estar seu coração, dividido num misto de alívio, por ver findada uma das mais acirradas campanhas políticas dos últimos tempos; e de certeza do dever cumprido com honra e dignidade que cabem a uma das mais nobres mandatárias da nação. Vi quase todos os debates. Não foi mole enfrentar o discurso de um time de marqueteiros, que deixa de longe Maquiavel nas algibeiras. Mais ainda quando interpretado por um artista da mídia, que sabe com humor temperar o riso sarcástico com a frieza das velhas raposas mineiras. Fosse o saudoso guapo Brizolla, teria partido para a peleia, com rebenque às mãos, atrás do guri atrevido.

Insultos à parte, também nunca vi uma mídia tão distante da verdade factual, tão feroz e tão cheia de ódio político e ideológico, e tão omissa ao seu governo nesses últimos quatro anos, tão negativa aos fatos relacionados à sua pessoa – leia-se 'arenas da Copa do Mundo'; leia-se 'transposição do São Francisco'; leia-se 'Bolsa Família'; Leia-se 'Minha Casa, Minha Vida' - e, ao contrário, tão sectária na blindagem dos governos de oposição e tão subserviente aos avatares da avenida Paulista.

Querida presidenta, sou apenas mais um dos 'pobres e desinformados', no dizer do ninho tucano, que votou na Sra. Mas com que consciência cumpri esse sagrado direito de poder livremente exercer minha cidadania. Não foi uma escolha gratuita. Não foi também uma escolha política. Foi, parte ideológica, porque reservo também minhas críticas ao PT, mas foi por concluir que nenhum governo republicano superou sua marca e a do presidente Lula em obras e ascensão social de mais de 20 milhões de brasileiros, nos últimos 12 anos.

Aliás, grandes lideranças políticas deste país estão mandando às favas a ideologia, em detrimento - quem sabe - dos arranjos, das trocas de favores, dos interesses. Como entender essa adesão, em especial do PSB e PV, muito menos da Rede Solidariedade ao discurso capitalista neoliberal, depois do que vimos e ouvimos nos debates e na propaganda eleitoral.  É tudo uma grande incoerência! 

 Quem viu e quem ouviu Marina. Quem viu e ouviu Eduardo Jorge, quem conhece a ideologia centro-esquerda desses partidos, em sã consciência, não tem como entender essa guinada. Os seus filiados, aqueles que, autenticamente, carregam as bandeiras do socialismo e da ecologia devem estar, presidenta, com todo respeito, pê da vida, com seus mandatários. Nosso saudoso Eduardo Campos, com certeza, revirou mil vezes no túmulo, de raiva!!. Cairão os líderes, sozinhos, porque a massa pobre e ignorante vai manter sua coerência.

Inscrito no PSB, entreguei ao presidente do partido minha desfiliação após o apoio dado a volta ao passado, ao de jà vu de FHC, o 'príncipe da privataria', autor da infeliz frase: quem vota na Sra., presidenta, “é pobre e desinformado”. Que bom que me enquadro nessa classe social, sem nenhum preconceito. E hoje somos mais 20 milhões que saíram da miséria por conta dos programas sociais alavancados em seu governo. Gente à margem que hoje frequenta shoppings, viaja de avião e compra seu carro. Não me queixo de fazer parte do time de analfabetos como Frei Beto, Leonardo Boff, Chico Buarque e minha amiga Eny, sitiante que viu sua vida transformada com as novas políticas sociais.

Confesso que não sou dos que pedem votos. Sou dos militantes que ainda pensam que o exercício do voto é da consciência, é da análise... Vã filosofia nesse mundo das compras de votos, dos caprichos e alianças espúrias.  Minha torcida, presidenta, é silenciosa, é no coração. Quando me invocam, não desfilo as centenas de obras realizadas por esse grande país em seu governo. Falo, principalmente, da Educação, das bolsas do ProUni, do Pronatec, dos 75% que virão para a Educação a partir do pré-sal... 

Te desejo mais um mandato, presidenta, e se ele vier, quero que tenha a coragem de Madiba, o grande leão africano. E faça pra valer as reformas necessárias, enfrentando os tubarões e jogando para o povo as grandes reformas de base há tempos sonhadas, agrária, educacional, fiscal/tributária, política, urbana, bancária com vistas à diminuição das desigualdades sociais. 

Bons votos neste domingo, Presidenta! 

(WJS)