Os verdadeiros voluntários...

Há uma passagem maravilhosa na história de Madre Tereza de Calcutá, quando na rua de Nova Delhi acolhendo mendigos e maltrapilhos, depara com um leproso imundo, que precisava de um banho. Vendo um transeunte, pergunta: “O Sr. poderia me ajudar a dar banho nesse leproso? Resoluto, responde o cidadão: “Nem por um milhão de rúpias eu daria banho a um leproso”. Ao que Me. Tereza, responde, revelando todo o amor que vai nos corações de verdadeiros voluntários: “Também eu não daria banho a um leproso por dinheiro. Só por amor se pode dar banho num leproso”. 

Admiro muito os verdadeiros voluntários, sejam eles religiosos ou não. A sua disponibilidade transcende a vaidades terrenas e se abre ao maior de todos os mandamentos: “Amar ao próximo como a si mesmo é amar a Deus”. Quando digo 'verdadeiros' é porque não acredito naqueles pseudos voluntários que fazem da doação um marketing político, escrevendo em tábuas e placas o tamanho de sua oferta.

Acompanhando de perto a história de Sacramento, posso apontar dezenas, se não centenas de samaritanos que dividiram o seu bem estar com a ajuda ao próximo, disponibilizando tempo e trabalho. Ao doarmos um pouco de nós mesmos a essas causas, nos sentimos mais felizes. Ou amargurados, quando deixamos de fazer o bem. É como diz a canção:  “Como posso ser feliz se ao pobre, meu irmão, eu fechei meu coração, meu amor eu recusei...” 

Senti essa doação gratuita ao participar da posse no novo provedor da Santa Casa, quando o contador Itair dos Reis Ferreira, prestou suas contas depois de duas gestões à frente daquele nosocômio. “Voluntário é voluntário e valeu muito a pena, é um trabalho gratificante. Fiz o que pude fazer dentro da minha capacidade, errei bastante, eu sei, mas acertei bastante, também”.

E quem não erra, meu caro Itair?... Mas, com certeza, os seus acertos foram de fato muito maiores. Você deixa nossa Santa Casa com um novo e moderno pronto socorro; um raio –X novo, com laudos feitos pela conceituadíssima CRU, Clínica  Radiológica de Uberaba; uma lavanderia completamente reformada; uma área administrativa reformada; equipamentos novos  e novos  convênios com a usina de Conquista, a RN Saúde, Vivamed e quem sabe, para breve, a volta do atendimento pelo Ipsemg, além de uma competente equipe profissional médica e funcional. 

Quero dividir essa homenagem a todos aqueles diretores que estiveram junto com o provedor, muitas vezes recebendo apenas o ônus dos problemas, sem nenhuma palavra de incentivo pelo que deixaram também construído. Humilde, Itair soube compartilhar a sua gestão com seus diretores de provedoria. “Mesmo entregando a entidade no vermelho, saio com a consciência tranquila, de que fiz um bom trabalho junto com os membros da diretoria. Foi uma caminhada feita juntos, com muito trabalho, apesar das dificuldades”.

Colocando a transparência - traduzida pela verdade, vontade e consciência - como uma de suas prioridades de gestão, e sábio, de quem entende de finanças públicas, o novo provedor Bertim, ao invés de maldizer a dívida assumida, assentiu: “A dívida é alta, mas nossa Santa Casa não é inadministrável”. 

Bom trabalho, provedor, e conte conosco. 

(WJS)