Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Heigorina viveu a verdadeira caridade

Edição nº 1375 - 16 Agosto 2013

Quero neste momento expressar meus mais sinceros sentimentos à família e agradecer a Deus pela presença desta mulher em minha vida. “O homem que não vive para servir, não serve para viver”. Heigorina, mulher de desprendimento, mulher que soube fazer de sua vida  um eterno cantar  de caridade, esteve sempre presente  nas dificuldades nossas de cada dia. 

 

Conheço a família há muitos anos... Desde que nasci, porque quem me cuidou foi minha saudosa e querida, 'avó de coração', Idalides Milan, irmã de Eurípedes e tia de Heigorina, sempre muito amiga de minha família. A família espírita esteve sempre ligada à nossa família, razão de preservamos essa amizade, em especial com Heigorina e suas irmãs, a quem sempre dediquei um carinho muito especial. 

 

Na qualidade de prefeito desta cidade por três mandatos, mantendo estreito relacionamento por uma questão institucional, com todas as entidades filantrópicas da cidade, posso afirmar que, esta mulher soube viver verdadeiramente a caridade, soube buscar nas palavras do Cristo, “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, a diretriz de sua existência. 

 

Heigorina soube fazer do seu defeito físico uma graça muito grande. Em um tempo cheio de discriminação para com os portadores de necessidades especiais, ela soube, com sabedoria e humildade, suplantar as dificuldades de seu físico, fazendo com que o espírito imperasse sobre sua vontade. Ela deixou que seu espírito a guiasse na sua vida, distribuindo amor, a maior virtude que Deus deu ao homem. Deus é amor! 

 

Sentimos muito a partida de Heigorina, porém  temos que nos consolar, porque a vida é um eterno partir. Não temos aqui morada permanente, por isso  é preciso  que saibamos viver e viver como Hei-gorina viveu, dando o seu amor, a caridade aos mais necessitados. 

 

E caridade é uma coisa muito séria, caridade é desprendimento não é vaidade, não é orgulho. A caridade é benigna, não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece, no dizer do apóstolo Paulo. E Heigorina, durante toda sua vida exemplificou na massa a verdadeira caridade, o verdadeiro amor. Temos que seguir o exemplo desta mulher, que passou pela vida e viveu o amor. Isto é magnífico! 

 

É tão importante exaltarmos a presença das pessoas que fazem o bem através da caridade. Porque, neste mundo tão materialista, que nos leva como uma nau sem rumo para lugares e existências tão sem sentido, só a caridade pode nos mostrar o verdadeiro caminho, fazer vislumbrar a luz no fim do túnel, a luz que nos embala no amor de Deus. 

 

E Heigorina fez isso. Combateu o bom combate, num mundo em que não temos muito mais pessoas que amam o outro. E ela amou a todos desde as crianças aos idosos. Não adianta falar sobre pobre, pregar a caridade, e não agir... Ela colocou a mão na massa, viveu o sofrimento dos irmãos. E aí está o seu grande mérito. 

 

Tive a felicidade de condecorá-la com a maior comenda do município, a Medalha da Ordem de Na. Sra. do Patrocínio do Santíssimo Sacramento, em 1991, porque ela passou a sua vida  distribuindo amor. Isto é que é a beleza do amor.  Não importa a religião, não importam as crenças, o que vale é o amor. Jesus nos deixou o maior de todos os mandamentos, 'Amar o Próximo', o mandamento do amor.  

E assim finalizo minha homenagem a esta mulher maravilhosa: 'O homem vale tanto quanto ama e vence na medida em que ama'. Por isso, Heigorina viveu, por isso ela venceu. Que os anjos a recebam no paraíso, porque a luz eterna, você, tenha certeza, já a tem”. 

 

José Alberto Bernardes Borges