Caríssimos!!! Era assim que se anunciava um Programa chamado, “Os ponteiros apontam para o Infinito”, na Radio Aparecida lá pelos idos da década de 70, apresentado pelo Padre Vitor Coelho de Almeida. A gente cresceu num ambiente onde o Radio tinha um espaço nobre. Na Rádio Aparecida, além das orações, os noticiários eram enriquecidos de comentários influentes e visão crítica. Havia ainda uma seleção de músicas eruditas, clássicas, raiz... tudo no lugar certo! Instrumento ímpar de evangelização! Pioneiros e corajosos, os Padres Redentoristas levaram aos mais distantes lugarejos, onde houvesse um radio de pilha, a mensagem cristã”, define Maria Vitória Ramos no www.griootzen.com.
“Caríssimos! São três horas! É hora da Consagração!”
Há tempos o povo católico do Brasil, não ouvia mais esta saudação, que era marca registrada do saudoso Pe, Vitor Coelho de Almeida, e que agora, graças à mídia virtual até, está à disposição de todos ou quase todos: a Consagração á Nossa Senhora na inesquecível voz rouca . Quantos não retornam à infância, um tempo em que o meio de comunicação mais acessível era o rádio e como fazia bem aos corações ouvir e rezar essa oração. Um momento sublime!
E quantos não têm uma coisinha a dizer de padre Vitor, como o Fernando Nogueira de Paula Sanches, que afirma “Pensar em Pe. Vitor, em seus programas pela Rádio Aparecida, é pensar em laços de família. Por décadas, este Apóstolo da Rádio Aparecida, reuniu, educou, encantou, catequizou, formou e evangelizou famílias inteiras e de várias gerações por todos os rincões do Brasil. Olhar para o Pe. Vitor Coelho, e conhecer a sua vida, é conhecer a síntese da Congregação Redentorista, é reconhecer nele o verdadeiro e legítimo filho de Santo Afonso: amor fervoroso a Eucaristia, a pregação do Evangelho e a Nossa Senhora. Com suas máximas: “o verdadeiro devoto de Nossa Senhora, não se perde”, e “quem ajuda a pregação tem merecimento de pregador”, difundiu a devoção a Nossa Senhora Aparecida por todo o Brasil. Padre Vitor, foi um sacerdote preocupado em levar a Fé Católica aos lares brasileiros, isto foi através de sua preocupação com a catequese, com a formação religiosa do povo; e se preocupou também com a melhoria da vida das pessoas mais humildes de nossa pátria, como podemos constatar através de seus programas dedicados a “Promoção Humana”, e estes ensinamentos iam ao ar através dos Ponteiros apontam para o infinito. Pensar em Pe. Vitor, é pensar que reconhecer-se pecador, pequeno, e ter o firme propósito de mudar de vida, é o que agrada a Deus. Pensar em Pe. Vitor, é pensar em minha infância, adolescência e entrada no SRSA. É pensar saudade dos meus familiares que repousam em Deus. Pensar em Pe. Vitor, é pensar que nos dias de hoje, precisamos muito vivenciar os seus ensinamentos e convicções, que ele nos deixou como legado, como testamento”.
Já o sacramentano, padre Luiz Carlos de Oliveira, redentorista como padre Vitor, no site tavoladosseminarios.blogspot.com o define “ Padre Vitor Coelho - Outro Guardião da Fé” e dentre outras, diz “Pe Vitor era um homem original. Sabia falar a língua do povo que o entendia muito bem. Sabia explicar a Palavra de Deus e os ensinamentos da Igreja. Explicou para o povo todos os documentos do Concílio Vaticano II. Sua pregação não era só espiritual. Ensinava a viver com saúde. Ele foi o introdutor do culto rural, celebrações dominicais nas capelas de roça. Seus programas “Os Ponteiros apontam para o infinito” e “Consagração a Nossa Senhora” eram sua marca registrada. Impressionava-me ver como gostava de explicar o mistério da Santíssima Trindade. Era um homem piedoso, homem de pureza linda de coração. Sabia pedir perdão a quem ofendia. Gostava de contar histórias, relembrar fatos. Amava muito sua Sacramento, com as águas do ribeirão Borá...”
A Revista Ecotour - www.revistaecotour.com.br -, talvez seja a que dá a mais feliz definição de padre Vitor “Antes do Padre Marcelo Rossi, surgir na mídia alcançando picos de audiência em programas de rádio e televisão, um outro sacerdote conseguiu atrair milhares de fiéis, também com um estilo diferente de comunicação. Certamente, o velho padre redentorista, Vitor Coelho de Almeida, que acaba de ganhar um Memorial no centro velho de Aparecida, foi um os precursores do jovem Rossi. Há um contraponto interessante entre eles. Representante de uma nova imagem da igreja católica para o próximo milênio, Marcelo Rossi é carismático, bonito e atlético. O velho padre viveu até aos 88 anos com apenas um pulmão. Marcelo Rossi, líder do movimento da Renovação Carismática, é procurado por milhares de pessoas que buscam a cura para todos os tipos de males. O velho sacerdote, ainda em vida, já era chamado de "santo padre". O padre Marcelo Rossi costuma agitar suas missas com cantorias e danças que chama de "aeróbica do senhor"; o velho padre, mineiro de Sacramento rezava a missa convencional, sem coreografias, mas nem por isso deixava de arrebentar os peregrinos com palavras simples, objetivas e às vezes até grosseiras. (...) Rossi ganhou a simpatia das pessoas, tem um programa na Rádio América de São Paulo, líder de audiência no seu horário, e ganhou o mercado fonográfico. No tempo do velho padre, o marketing na mídia não era tão agressivo. Mesmo assim participou em 1969 de um dos primeiros programas dominicais da televisão brasileira, comandado por Sílvio Santos, gravou um disco compacto e fundou duas Rádios: primeiro a de Campos do Jordão, em 1947, e quatro anos depois a Rádio Aparecida. Nas emissoras, padre Vitor era locutor e em seus programas, já em 1954, falava de questões sociais, como salário justo e reforma agrária. Em 1967, sentiu o peso da censura do governo militar. Ousado, leu a Declarações dos Direitos Humanos. Não deu outra: a Rádio foi lacrada e tirada do ar. Também criou vários bordões, até hoje divulgados. entre os mais famosos estão " Caríssimos" , ao se referir aos fiéis, " Os ponteiros apontam para o Infinito" , programa do meio-dia, que fez até a véspera de sua morte, em 21 de julho de 1987, e a " Hora da Consagração a Nossa Senhora Aparecida". (...)
Fôssemos reunir opiniões e definições a respeito de padre Vitor não teríamos espaço. O que temos é uma mostra de sua grandeza que tanto nos orgulha como seus conterrâneos e como católicos. E finalizamos com o registro de “Caríssimos! Os ponteiros apontam para o infinito” e pedimos que o amor e a fidelidade que inflamou Pe Vitor, inflame também os nossos corações para que sejamos a cada dia de nossas vidas pessoas melhores, em tudo o que pensamos e fazemos. (Coletânea organizada por Maria Elena)