Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Aprender a amar melhor

Edição n° 1318 - 13 Julho 2012

Falar das pessoas é um tanto quanto difícil, porque cada uma tem seu jeito de pensar, de expressar e de entender; e o outro lado da mesma forma. Mais difícil ainda é falar das pessoas que nascem com a missão de levar uma vida mais digna a quem precisa, porque os voluntários não têm necessariamente o tempo, mas eles têm o coração. E assim sempre foi a vida de Maria Devós.
Lembro-me de quando criança, nós, filhos, pequenos a acompanhávamos à Vila Sinhazinha, onde ela e suas companheiras, mãe Corina, tia Jandira e tia Cármen, aos domingos, faziam sopa para os mais necessitados. “Mãe, você se lembra de quando Maria Linguiça jogou um copo de álcool no rosto de alguém e você foi logo ajudar? Você se lembra das roupas de bonecas que fazia para vender no bazar do Lar de Eurípedes, no dia 1º de Maio e logo não sobrava nada? Na sua ânsia de ajudar os outros, primeiro você faz, depois vai ver como teria de ser feito. Ser voluntário como você é ser a espinha dorsal da organização”.
Frequentemente me pergunto o que cada um de nós está fazendo nesse planeta. Se a vida for somente tentar aproveitar o máximo possível as horas e os minutos, este filme é bobo. Mas tenho certeza de que existe um sentimento melhor em tudo o que vivemos.
Para mim, nossa vinda no planeta Terra tem basicamente dois motivos: primeiro, evoluir espiritualmente e, o outro, aprender a amar melhor. Todos os nossos dons, na verdade, não são nossos. Somos apenas as nossas almas e devemos aproveitar as oportunidades que a vida nos dá, para nos aprimorarmos como pessoas. Portanto, lembre-se sempre que os seus fracassos são sempre os melhores professores. E que é nos momentos difíceis que as pessoas precisam encontrar uma razão maior para continuar em frente.
As nossas ações, especialmente, quando temos de nos separar, fazem de nós pessoas melhores. A nossa capacidade de resistir a tentações, aos desânimos, para continuar o caminho, é que nos torna pessoas especiais. Ninguém veio a essa vida com a missão de juntar dinheiro e comer do bom e do melhor. Ganhar dinheiro, ter bom padrão de vida e alimentar bem faz parte da vida, mas não pode ser a razão de viver.
Tenho a certeza de que pessoas como Martin Luther King, Mahatma Ghandi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Betinho e tanto anônimos que lutam e lutaram, necessariamente, para melhorar a vida dos mais fracos e dos mais pobres, não o fizeram pela ideia de ganhar dinheiro. O que move, então, estas pessoas generosas a trabalhar, diariamente, sem jamais desistir? A resposta é uma só: a consciência de suas missões nesta vida. E quando você tem a consciência de que através de seu trabalho está realizando sua missão, você desenvolve uma força extra, capaz de levá-lo ao cume da montanha mais alta do planeta.
Infelizmente, muitas pessoas se perdem nessa viagem e distorcem o sentido de sua existência, pensando que acumular bens materiais é o objetivo da vida. Mas quando chegam ao final do caminho, percebem que o caixão não tem gavetas e que só se leva daqui o bem que fizemos às pessoas.
E, se você tem estado angustiado, sem motivo aparente, está aí um aviso para parar e refletir sobre o seu estilo de vida e responder com honestidade: Como você tem tratado os seus semelhantes? Seus irmãos? Como anda sua disponibilidade para prestar atenção a quem precisa desabafar sua dor ou a quem precisa receber um gesto de carinho?
Escute a sua alma. Ela tem a orientação correta sobre qual caminho seguir. Tudo na vida é um convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia, e na glória do bem. E lembre-se de que tudo que chega, chega sempre por alguma razão.