Fez dez anos de um acidente que entristeceu a nossa Sacramento. No dia 08/05/2002 exatamente às 23:20hs. da noite de uma quarta-feira, despediu-se vários colegas e amigos para a derradeira morada. Pessoas boas, trabalhadoras que buscando aperfeiçoamento cultural e profissional deixaram-nos.
Neste dia triste, há angustia me consome, pois ali ficaram amigos, colegas, pais, mães, irmãos.
Deus ali levou os que já haviam cumprido sua missão no mundo terreno, deixando apenas aqueles que ainda teriam e passarão por suas provações. Sou um deste e muito me orgulho disso. Primeiro agradeço a Deus, e depois aos meus pais, que naquele dia sabiam que tinha saído para ir estudar sem nunca pensar que não poderia chegar em casa. Como de fato não cheguei!
Recordo-me com tristeza e pesar, mas com um fio de esperança e de sensação do dever cumprido, pois no dia 02/02/2007 encerrei meu ciclo universitário formando-me em Direito. E lá presentes pelo menos espiritual estavam todos aqueles que comigo viajaram e tiveram suas vidas ceifadas.
Todos eles tinham sonhos, vontades, mas pelo fatal destino não puderam realizá-los. Eu também tinha e tenho vários, mas os mais importantes eu já realizei... entreguei na mão do meu pai um diploma! Tornei-me um bacharel em direito, aprovado logo em seguida no exame de ordem, me fiz advogado, posteriormente fui chamado para fazer parte da Maçonaria, um desejo antigo meu. Tudo isso aconteceu num prazo de 10 (dez) anos.
Até hoje em minha mente lembro, dos amigos, das viagens de tudo e de todos, percebo que, isso mesmo que sofrido e dolorido valeu muito a pena.
Será que alguém ainda se lembra? Algo foi feito? A resposta é única, depende! Lembro tanto que em noites passadas quase não dormi, pois sonhei que havia acontecido comigo novamente. O que foi feito, a mudança da Rodovia Candido Portinari e uma Lei Municipal inócua, sem qualquer fundamento, que me desagrada muito, pois determina uma criação de um monumento às vítimas e seus familiares, creio, que todos queríamos esquecer-se daquele infortúnio e não lembrá-lo todos os dias ao passar na praça Getúlio Vargas.
Despeço-me dizendo que infelizmente ainda me lembro. Peço desculpas aos que eu fiz lembrar. Digo ainda que essa “terra ecumênica de EuripedesBarsanulfo, padre Victor Coelho de Almeida e Leonardo Kitnner Ney” (autor – Dr. Juarez Ribeiro Venites), foi protegida e seus filhos que naquele 08/05 não estavam desamparados.
Que Deus nos proteja sempre, amém!
Danilo Inacio Padovani
Advogado – www.danilopadovani.com.br