Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

ESTRESSE NA ESCOLA

Edição n° 1279 - 14 Outubro 2011

 Hoje, dia 15 de outubro é o

Dia do Professor. Uma data

sem muita comemoração...

 

A educação no Brasil vai mal, todos sabemos. 

Mas nem todos sabem, ou querem saber, 

que os docentes também participam 

dessa tragédia nacional como vítimas.

 

Não são apenas os baixos salários.

Há indícios de que esteja adquirindo

proporções epidêmicas o fenômeno

da indisciplina e da violência em salas 

de aulas, com maior gravidade 

em escolas da rede pública.

 

É patente a necessidade de providências,

mas ninguém, poder público, sindicatos,

pais ou educadores, sabe ao certo como reagir. 

 

A deterioração dos relacionamentos em 

salas de aulas Tem como sintoma mais visível o estresse

dos professores, alguns deles submetidos

a situações extremas, como ameaça de morte.

 

O governo estadual precisa fazer algo 

a respeito, mas o alcance de sua ação 

é limitado. Seria um bom começo melhorar

as condições gerais de trabalho, 

valorizando a função por meio de aumentos

na remuneração básica ou de prêmios

por desempenho e requalificação.

 

No que toca ao problema específico

da violência, aberta ou velada, o estado 

pode pouco. Há necessidade de rever

condições e limites de punições aplicáveis

 a estudantes, além de serviços especializados 

de assistência ao professor.

 

Cabe reconhecer, no entanto, que o alcance 

de tais medidas será sempre restrito.

 

O fenômeno não é só da rede pública

e muito menos brasileiro.

Por toda parte emergem conflitos

entre os muros da escola, mesmo em

países ricos, quase sempre em áreas

onde algum tipo de iniqüidade ou

exclusão se torna regra.

 

É preocupante também que as famílias

tenham se tornado tão disfuncionais.

Muitos pais parecem encarar a escola

e o professor como responsáveis

pela boa educação dos filhos, no

sentido tradicional da expressão,

que compreende o aprendizado

de regras básicas de convívio social.

 

É comum dizer que, sem o envolvimento

dos pais, nenhuma escola tem futuro.

Antes de participar da vida escolar,

contudo, cabe a eles assumir uma

responsabilidade mais primária,

que é garantir que os próprios filhos

reúnam condições de assumir

a condição de alunos de fato. 

 

Alunos que aprendam a reconhecer,

respeitar e agradecer seus mestres.

Alunos que saibam dizer aos mestres:

“- Obrigado por nos mostrar que podemos

aprender com fracasso, descobrir forças

nas dificuldades, encontrar amor

e bondade em nossos piores dias.

 

E dizer obrigado por nos dar a coragem

de usar nossas mentes do modo

mais adequado e honesto possível.

 

Obrigado, caríssimos mestres, por terem

nos ensinado as primeiras letras,

imagens e ideias, com as quais pudemos

construir nossa vida e nosso futuro.

 

Pois, de tudo que conseguimos construir, 

vocês nos ajudaram a erguer os alicerces!

 

Por isto, sempre nos lembraremos de vocês

saudosos, gratificados e felizes.

 

Dra. Ivone Regina Silva

Advogada

Conselheira Seccional da OAB/MG