Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Pé de galinha não mata pinto

Edição n° 1215 - 23 Julho 2010

Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência e sentimento sabe que não se pode, sob circunstância ou alegação alguma, espancar uma criança. Deixar marcas, escoriações ou até fraturas em uma criança é crime, sim, e merece punição. Quanto a isso ninguém tem dúvida. 

Agora, criar lei que proíbe a velha e boa palmada é coisa de gente ou que não tem o que fazer ou que nunca criou filhos. Entendo que os governos têm obrigação de garantir que as famílias e seus membros sejam atendidos em suas necessidades essenciais: educação, saúde, habitação, segurança, alimentação, lazer etc. 

Entretanto, não está na lista de atribuições do governo interferir no meio da família quanto à sua forma de educação e disciplina dos filhos. Nessa hora, sem dúvida, vale o chavão: 'Em minha casa mando eu!'.

Minha avó sempre dizia: "pé de galinha não mata pinto". Ela usava o jargão para justificar que umas boas palmadas em filhos e, até netos (ai, meu Deus!), não arrancavam pedaço de ninguém. Ela estava certíssima.

A própria Bíblia Sagrada ensina: "O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que ama, a seu tempo, o castiga. Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá." (Pv. 13:24;23:13).

Se algum pai ou mãe conseguiu ou consegue manter seus filhos do jeitinho que deseja apenas pelo uso da palavra, aleluias! Troféu de ouro, Oscar, Grammy, Palma, medalha e tudo o mais que se possa dar para condecorar o super-educador. Mas tenho absoluta convicção de que esse tipo de caso é tão raro quanto encontrar diamante no quintal. 

Ao contrário do que se tenta pregar por aí, corrigir os filhos pelas palmadas não é nenhum pecado, loucura, desatino ou falta de amor. Muito pelo contrário. Como recomendou o rei Salomão, e como prova a vida em sociedade –  pelo menos para quem não foge da realidade –, as varadas dos pais são prova definitiva de amor.

A falta de umas boas palmadas faz com que muitas crianças cresçam sem a compreensão de certo e errado, com pouco senso de direção na vida, sem clareza dos limites, até onde podem ou não chegar e a quem devem respeito e obediência.

Não é exagero ampliar o pensamento e antever que, o filho que não apanhou do pai ou da mãe, pouco tempo depois da infância, passa a ser pego pela polícia para apanhar não simplesmente por cometerem crimes, mas também para satisfazer muitos indivíduos que sentem prazer mórbido em torturar o semelhante.

Ora, entre a surra dos pais e o espancamento da polícia, fico com a primeira para que se tenha ao menos a possibilidade de forjar homens de bem.