Acreditamos que todo caminho tem um começo e um fim. Caminhamos na expectativa de alcançar o ponto de chegada e, infelizmente perdemos o melhor dele ... que é caminhar um passo depois do outro. O horizonte serve para nos mostrar que não há um fim no caminhão da vida... Com essas palavras, defino uma pessoa, para nós educadores, pessoa muito especial que foi a Irene. A dona Irene, que caminhando passo a passo, construiu uma história singular, cheia de exemplos, de paz, de harmonia e de amor.
Desde seus primeiros passos, conta-nos, foi uma filha amorosa, irmã dedicada, aluna exemplar, amiga de todas as horas. Seguindo suas passadas, dedicou a sua vida à arte de educar; ensinar as letras aos pequeninos na escola e o caminho para Deus através de suas aulas de Catecismo.
Quem não se lembra de dona Irene nos corredores da Escola Coronel José Afonso de Almeida? Foram muitas gerações! Dona Irene ensinou-lhes as primeiras letras, iniciou-os no caminhar no mundo encantado das leituras e dos números. As gerações mais velhas lembram-se bem de seu trabalho. As mais jovens, tinham-na como a “tia do sininho”. E nessa quarta-feira, foi o dia de recordar do sininho no início das aulas, no recreio e no fim do dia. E com essa lembrança veio a imagem lépida da meiga Irene, que cativava a todos com os eu jeito carinho, voz cândida e doce como sempre foi o seu olhar, que ao mesmo tempo transmitia autoridade, emanavam respeito e doçura, o que a fazia amada, admirada e respeitada por todos, alunos, professores e demais servidores.
Aquela professora, enquanto houvesse uma criança na Escola, lá estava ela, sempre zelosa, mesmo que tivesse a vontade de ir para casa desempenhar seu papel de filha, primeiro cumpria o seu dever de educadora...
Seu viver familiar e de professora confundia-se também com a vida espiritual, praticada desde cedo pela educação recebida dos pais. Catequista dedicada, Filha de Maria. Foi ela a primeira secretária do movimento Legião de Maria e muitos outros cargos ocupou na Igreja, inclusive o de voluntária por muitos anos, o que demonstra a sua devoção por Nossa Senhora. Para homenagear a padroeira, organizou com criatividade as primeiras coroações da Escola Coronel. Dedicou horas incontáveis na ornamentação do altar e da Igreja.
Muito devemos a Dona Irene, a cidade muito lhe deve, gerações e mais gerações herdaram seus exemplos de dedicação, e principalmente a simplicidade com que nos ensinava as coisas.
Irene tinha a doçura de uma criança, o amor de uma mãe, a força de um pai, o olhar de amigo. Deixa marcas indeléveis na vida de muitos... E sua devoção a Nossa Senhora foi coroada, pois sua partida para a casa do Pai, deu-se no dia de Nossa Senhora, a Imaculada Conceição. E Ela terá recebido a filha dileta para levá-la ao Pai, como mesmo carinho que sempre recebeu, por Irene fez de seu viver uma constante oração, quer na profissão, quer na família, quer na sociedade, quer na Igreja...
Que Nossa Senhora que escolheu um dia tão especial para buscá-la, interceda a Deus para que nos permita trilhar passos especiais como foram os de Dona Irene, a “tia do sininho”.
Marlúcia Magnabosco
Professora