De repente, num instante fugaz,
os fogos de artifício anunciam
que o ano novo está chegando
e o ano velho está ficando para trás.
De repente, os olhos se cruzam, as mãos
se entrelaçam e os seres humanos, num
abraço caloroso, num só pensamento,
exprimem um só desejo e uma só
aspiração: paz e amor.
De repente, não importa a nação,
não importa a língua, não importa a cor,
não importa a origem, todos são
iguais e filhos de um só Pai, unidos pela fé,
lembram-se apenas de um só verbo: amar.
De repente, sem mágoa, sem rancor,
sem ódio, os homens cantam uma só
canção, um só hino, o hino da liberdade.
É a vida que nos chega pródiga, agraciada
de tantos bens, concebida de sonhos
e promessas adiadas.
De repente, os homens esquecem o
passado, lembram-se do futuro venturoso,
e de reavivar a força da vida.
De recobrar a beleza da paz e
plantar a fraternidade.
Mais um ano está chegando ao fim, e na
beleza das noites iluminadas, os sonhos
de muitos corações se preparam para a
viagem à procura de suas realizações,
que ocorrerá durante todo o ano vindouro.
Que neste ano possamos ser amigos e
esperarmos juntos a chegada
dos nossos sonhos que partiram,
comemorando com imensas taças de
verdadeira amizade, a vinda e a
realização de cada sonho sonhado.
Aprendemos que é inútil fugir das dificuldades.
Mais cedo ou mais tarde, será preciso tirar
as pedras do caminho para conseguir avançar
e cultivar a paz de espírito florindo em nossa alma.
Aprendemos que é necessário
um dia de chuva para darmos valor ao sol.
E erguer os olhos para o alto, tanger sonhos
em sóis nascentes e reavivar
as esperanças em sóis poentes.
Aprendemos que heróis não são aqueles
que realizam obras notáveis, mas os que
fizeram o necessário e assumiram
as conseqüências dos seus atos em favor
de um mundo com menos lágrimas de dor
e cruzes à beira do caminho.
E só então, aprendemos que, não importa em
quantos pedaços nosso coração está partido,
porque o mundo não pára, a fim de que nós o
consertemos e sejamos dignos de ser amados.
Aprendemos que, ao invés de ficar esperando
alguém nos trazer flores, é melhor plantar um jardim.
E que amar não significa transferir aos outros a
responsabilidade de nos fazer felizes,
mas, de apostar em nossos talentos
e realizar os nossos sonhos.
Aprendemos que o que faz a diferença, não é o
que temos na vida, mas quem nós temos de
importante, a família e os amigos que escolhemos.
E que o tempo é precioso e não volta atrás.
Por isso, não vale a pena resgatar o passado.
O que vale, é construir o futuro
que ainda está por vir.
Que nosso Natal tenha sido repleto somente
de bênçãos para que as derramemos
por onde passarmos durante todo o Ano Novo.
Que sejamos repletos de bondade e alegria,
para que todas as pessoas que encontrarmos
em nosso caminho possam descobrir
em nós, um pouquinho do Deus-Menino
que renasceu em nossa vida.
E que tenhamos um ano muito feliz,
A fim de podermos repartir a felicidade
e sentirmos a paz no rosto daqueles
que fizermos sorrir, encontrando o
Menino-Deus entre nós.
Feliz Ano Novo!
(*) Ivone Regina é advogada