Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ano novo, vida nova!

Edição n° 1238 - 31 Dezembro 2010

 

Sob os escombros do ano que ora finda, 

jazem os votos que formulamos no início. 

 

Onde se encontram a almejada paz, 

o amor jurado, a fraternidade anunciada? 

Pelo contrário, irromperam das trevas 

da intolerância fundamentalismos

 torpes e ódios obscenos.

 

Por todo o mundo lambem-se feridas de 

catástrofes naturais e conflitos provocados. 

 

A explosão demográfica, a pobreza 

e a guerra deram as mãos à 

intolerância e à vingança. 

 

O racismo e a xenofobia atingiram 

proporções dementes que terminaram 

na orgia de sangue em que 

os homens se atolaram. 

 

Foram frágeis os desejos 

e efêmeras as expectativas.

 

Ano Novo,vida nova! 

 

Estes são os votos que repetimos a cada ano. 

E suplica-se que o Ano Novo 

seja o paradigma dos nossos sonhos 

e não a consequência dos nossos atos 

ou o fruto de circunstâncias 

que nos escapam.

 

Após as doze badaladas, do champanhe 

e os abraços, por entre beijos úmidos 

e corpos que se fundem numa sofreguidão 

de amor, com o brilho das luzes e o som 

da música, recomeça um novo ano com votos 

repetidos de ser diferente e ser melhor.

 

Os anos nascem ruidosamente 

e vivem em silêncio. 

Começam com ilusões 

e acabam em pesadelo.

 

Há em cada um de nós 

uma força que nos impele 

para a mudança, que nos dá 

ânimo para desbravar novos 

caminhos e assumir novos riscos 

enquanto o conservadorismo 

e o medo do desconhecido nos tolhem 

os passos, nos intimidam e levam 

a recusar a novidade.

 

Acredito que, no coração dos homens 

mora um genuíno desejo de paz. 

Os mísseis que cruzam os ares, 

as bombas que perfuram o solo 

ou os efeitos colaterais da artilharia 

que errou o alvo e destruiu povoações inteiras, 

não são mais que um pesadelo passageiro.

 

O futuro constrói-se. 

 

A felicidade é um estado de alma 

que devemos procurar, e a alegria, 

o caminho a seguir.

 

É em cada um de nós, 

no espírito de tolerância, 

na aceitação da diferença, 

na solidariedade que podemos começar 

a construir um mundo melhor, 

mais justo, mais fraterno e pacífico

para o qual julgávamos bastar os desejos 

formulados de olhos fechados na 

última noite de Dezembro.

 

Ivone Regina