Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Instituto Madiba implanta curso de Empreendedorismo

Edição nº 1719 - 20 de Março de 2020

Os alunos do Instituto de Oportunidade Social (IOS), mantidos na cidade pelo Instituto Madiba, que há vários anos mantém com o IOS uma parceria proveitosa para educar jovens de baixa renda em programas de treinamento focado na parte técnica da administração, softwares, dentre outros, colaborando para sua formação educacional e na sua inserção no mercado de trabalho, ganham este ano um novo curso.

 

Conforme define a presidenta do Instituto Madiba, Ana Luiza Rezende Cerchi, trata-se, na verdade, de uma 'jornada empreendedora'. Ministrada pela Kick – Escola de Inovação, o novo curso vem complementar a capacitação profissional dos jovens no aspecto do empreendedorismo. 

“A Kick forma pessoas desenvolvendo competências exigidas pelo mercado, que precisa hoje muito mais de pessoas que tenham competências e que o ajude a criar  e a solucionar problemas. O conhecimento técnico é importante, mas ele sozinho já não é mais suficiente, o mercado hoje exige muito mais que isso. Enfim, a Kick forma cidadãos empreendedores, adaptando-os às principais ferramentas ágeis de inovação e empreendedorismo”, explica Luiza.

Criada pelos empreendedores, Juliana Vilas Boas e Thiago Fernandes, em Ribeirão Preto, a Kick iniciou o curso na última sexta-feira 13 com a primeira turma de alunos do Instituto Madiba. Com aulas sempre às sextas-feiras, das 13h30 à 17h30, o curso tem a duração de 14 semanas.

“Durante o programa, os alunos vivenciarão experiências de selecionar um problema, montar um time, criar e propor soluções e sentir como pensam os fundadores das empresas de tecnologia que mais crescem no mundo”, define Thiago, explicando como funciona.  

“- A jornada é composta por um passo a passo contínuo e incremental que conduz os participantes por cada uma das etapas de um programa de inovação e empreendedorismo. Na jornada, eles vão aprender desde identificação até a solução de um problema, através de um processo muito prático, muito cativante e com a mão na massa. Ou seja, eles aprendem fazendo e o nossos objetivo é que saiam daqui com uma proposta de negócio”.

De acordo com Juliana, a Kick atende escolas e jovens a partir dos 13 anos, mas a proposta empreendedora da escola é indicada para todas as faixas etárias e empresas. A parceria com o Instituto Madiba é a primeira fora da cidade paulista.

 Traduzindo o termo 'Kick', do inglês, que significa 'pontapé', diz a empreendedora que o termo define o que a Escola Inovação faz.  “A Kick é o pontapé, o chute inicial para a carreira desses jovens naquilo que o mercado de trabalho está exigindo”, diz, observando que os alunos nas escolas convencionais e até em faculdades não têm prática.

“- Hoje, infelizmente, nas escolas, inclusive faculdades, os alunos não põem a mão na massa, não têm a pratica, ou seja, as pessoas passam 20 anos dentro de uma sala de aula e quando chegam como jovem aprendiz ou estagiário ou até efetivo ele não está preparado para o que o mercado está exigindo nessa Economia 4.0, ou  Quarta Revolução Industrial, em que o digital e o real se misturam”. 

Juliana não despreza a escola que está aí, afirma que ela é importante, tanto que  a Kick tem também um sentido pedagógico, porém diferenciado.  “Aqui, os jovens colocam  a mão na massa, não ficam só no conteúdo, eles vivenciam o erro e o acerto. E é importante errar, porque é assim que aprendem a solucionar problemas. Através da Kick eles aprendem do zero como montar uma empresa desenvolvendo cada área, eles vão desenvolver um produto ou um serviço como se fossem uma empresa”. 

A Kick  nasceu de uma necessidade que ambos, Juliana e Thiago  detectaram ao longo de suas carreiras profissionais. “Thiago e eu vimos do mercado da Educação, e na inquietação que víamos o modelo tradicional da educação de muito conteúdo e  teoria, então, tendo em vista que estes jovens são a nova geração do mercado, estarão à frente das empresas, da economia, por que não mostrar-lhes, ensiná-los desde cedo a se engajarem numa ideia? Quando ele se engaja com uma ideia, transformam aquilo numa rapidez e facilidades muito grande. Assim decidimos criar algo para trazê-los para o mundo do fazer e nasceu a Kick, que é o pontapé inicial”, explica.

Uma outra observação feita pelos empreendedores da Kick é que tem muita empresa parada no tempo. “Estamos num processo de estabilização da economia, a tecnologia e as informações estão numa velocidade cada vez maior e impactando a forma como vivemos. As mudanças sociais são visíveis, então a sociedade como um todo tem que aprender a lidar com a velocidade das informações e das mudanças”, adverte Thiago, exemplificando.

“- Antes levávamos horas para localizar um produto, um estabelecimento, um endereço... Hoje, não mais. Fazemos isso com um clique, então, tanto o empresariado como todos os setores que mantém a tradição têm que começar a se preocupar, porque naturalmente a sociedade vai começar a cobrar. O cliente muda, passa a ser mais exigente em relação a modernidade, tempo, facilidades do mundo de hoje”, explica, exemplificando:

“- Um empresário, por exemplo, que não se adaptar, não terá mais negócio. Vai perder clientes ou outra empresa entra no mercado dele com os mesmos produtos, mas usando canais digitais que vão atender os clientes. Veja o que aconteceu com os taxistas. Há anos num mercado extremamente tradicional e de repente chega o aplicativo UBER que muda tudo”. 

Juliana Vilas Boas 38 e Thiago Fernandes 39 são graduados em Administração de Empresas e ambos vêm do mercado tradicional. Ela iniciou no ramo imobiliário, depois marketing e  educação. Ele, do mercado financeiro e ambos se envolvendo com as novas tecnologias começaram a questionar como chegaram ao mercado de trabalho. “Começamos a pensar juntos como poderíamos transformar a educação, dar o pontapé inicial e pôr a mão na massa”, finalizam.