Santa Maria reivindica praça pública no povoado

Os moradores do povoado de Santa Maria, uma das mais antigas sesmarias do Sertão da Farinha Podre reivindicam ao prefeito Wesley De Santi de Melo uma praça pública no povoado, que nasceu com a sede da fazenda, um casarão colonial, onde hoje funciona o Instituto Cultural Leopoldina Geovana de Araújo. No entorno da praça foram também edificados o Centro Espírita Fé e Amor, de 1900, a pousada Sinhô Mariano e, mais recente, a Casa Assistencial Bezerra de Menezes, dentre outros. 

“Santa Maria é local de importantes manifestações espíritas desde o final do século XIX e ficou conhecida, principalmente, pelo trabalho fitoterápico iniciado por Sinhô Mariano e que teve continuidade com Eurípedes Barsanulfo. O local que segue bem preservado pelos descendentes dos pioneiros é hoje uma tradição espírita de fé e de cultura e faz parte do Patrimônio histórico-cultural de Sacramento”, enalteceu a jornalista Maraísa Mello, uma das coordenadoras do movimento que busca a revitalização do local.

De acordo com jornalista, a família quer dar continuidade a um trabalho iniciado há 25 anos por Ármilon Ribeiro. “Tio Ármilon voltou para Santa Maria há 25 anos, adquiriu as terras do tio-avô e foi resgatando, não só a nossa história familiar, como a história da localidade, que foi e voltou a ser uma comunidade. Toda a questão histórica, não só a religiosa, mas também da colonização de toda a região, inclusive de todo o Sertão da Farinha Podre, Desemboque e Sacramento”, justificou. 

Lembrou Maraísa que Ármilom morreu no final  de março passado e uma das obras que ele deixou por fazer é a praça, que ele denominou de 'Jovino Gonçalves de Araújo'. “A área foi desmembrada do Instituto para se tornar um espaço público, portanto, hoje não é mais da família, mas um local público, porque é um instituto que tem alguns objetivos a serem trilhados, agora retomados pelos descendentes, que é a construção da praça”, afirma, destacando que a área fica no município de Sacramento. 

“Ali, passa o córrego lajeado, as terras do lado esquerdo do córrego pertencem a Sacramento e do direito pertencem a Conquista.  E a área é pública, pertence à comunidade”, explicou, ressaltando o turismo religioso no local.

 “Devido a sua história, o turismo religioso é frequente no povoado, ocorrendo quase todo final de semana. A exemplo, nesse final de semana, recebemos três caravanas, da região, ônibus de turismo de Franca, Uberaba e Araxá...  Mas já recebemos turistas de várias partes do país, Acre, Rondônia, Espírito Santo, São Paulo, dentre outras, porque ali, além de uma espaço religioso é cultural, e do município, inclusive, o Instituto Leopoldina é patrimônio tombado”, salientou. 

Para Maraísa, a construção da praça vai congregar tudo isso. “Haverá ali, um estacionamento para os ônibus, local de descanso para as pessoas, entretenimento, um auditório a céu aberto para apresentações artísticas, exposições de artesanato, entre outras atrações”, adiantou, ressaltando que o objetivo é conseguir com o prefeito Wesley o início das obras, começando pela finalização da terraplenagem. 

“O serviço de terraplenagem precisa ser completado com nivelamento, drenagem, e contenção dos barrancos, pois acumula muita água nos tempos de chuva e daí prosseguir com o projeto de revitalização, conforme projeto arquitetônico assinado pela arquiteta Mônica Menezes”, explicou, ressaltando que a ponte sobre o Lageado, ligando os dois municípios, também precisa de ser reforçada e alargada por conta dos grandes ônibus de caravaneiros que visitam o local.

Finaliza Maraísa, destacando a proximidade das comemorações dos 200 anos de Sacramento. “Estamos unindo forças, queremos unir, porque Santa Maria faz parte desta história e queremos fazer um grande Flar (Festival Literária de  Arte na Roça) à altura  da data, em 2020.