O prefeito Wesley De Santi de Melo lançou na manhã dessa terça feira 12, no auditório do Centro Administrativo o projeto 'Endereço Certo', que vai identificar por meio de 1600 placas todas as ruas da cidade. “Com a expansão de novos loteamentos, formação de novos bairros, prosseguimentos de ruas e avenidas, os logradouros foram ficando sem placas identificadoras”, justificou, lamentando a situação.
“Nós que somos daqui, andamos pelas ruas da cidade e ficamos meio perdidos, imagine quem vem de fora? Até para os carteiros e serviços da Prefeitura está difícil localizar os endereços. Por essa razão, vamos identificar todas as ruas e avenidas da cidade dentro do projeto 'Endereço Certo', que vai instalar 1.600 placas ao longo desses logradouros”, justificou o prefeito Wesley.
Para o prefeito é um serviço simples, mas que vai prestar um grande benefício à cidade. “Há muito tempo a cidade precisava desse serviço. Claro, isso tem um custo, mas é um investimento necessário e importante”, considerou, informando que, numa segunda fase, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos vai também corrigir a numeração e as vias públicas que têm dois e até três denominações.
Participaram da cerimônia de lançamento do Projeto “Endereço Certo”, além do prefeito Wesley, os vereadores da base, Pedro Teodoro, Luster Fernandes, Marcos Santos Pires, secretário Sérgio Alves Araújo, servidores e convidados.
Superposição de nomes
Em relação a essa superposição de nomes, a antiga avenida contorno, assim denominada quando foi aberta às margens do ribeirão Borá, é exemplo claro dessa profusão de nomes para a mesma via.
A pista da direita (descendo o córrego, confrontando com o Centro Administrativo), absurdamente, tem três denominações: da rua Teodoro Rodrigues da Cunha (rua do Marquezinho) até a rua Augusta Flauzino da Matta (fundos da sede do Rotary Clube) recebeu o nome de av. Manoel Carlos Martins; dali, até a ponte da rua Ângelo Crema, av. João Manzan Suriani e dali até a ponte da av. Benedito Valadares, tem outra denominação, av. José Zandonaide. Já a outra pista, à direita de quem sobe o ribeirão, embora seja a mesma avenida, apenas separada pelo córrego, pasmem, tem outro nome, av. Juquinha Vigilato. Pode?
O mesmo acontece na rua que liga a Cohab ao Cajuru, a mesma rua tem também três nomes, partindo da Cohab: Francisco Torquato Vilas Boas, Fernando Gonçalves e Gaspar Antônio Marques.
Outra avenida com três nomes: a avenida Vigário Paixão que deveria terminar (como era antes, na rua Tio Adolfo) ela muda de nome duas vezes, quando passa ao lado de duas praças. A partir da pça. Cgo. Hermógenes (Rodoviária), ela recebe o nome de av. Prof. Rabelo e, a partir da praça Idalides Milan (UBS), outra denominação: Clemente Vieira de Araújo.
Coisa de vereador que, sem ideias relevantes, na falta de uma rua inominada para prestar alguma homenagem, vai fazendo essas besteiras. O interessante é que a numeração das casas continua como se toda a avenida fosse a Vigário Paixão.
Mas a iniciativa do prefeito Wesley foi excelente. É o princípio para organizar essa bagunça. O projeto chega em boa hora, e não haverá mais a necessidade, da perguntinha básica: “Oi, por favor, qual é o nome dessa rua?” ou “Essa rua é a fulano de tal?” E também torcer para que os moradores ajudem a preservar os postes que sustentam as placas.
Norma de numeração é internacional, mas aqui ninguém obedece
Para esclarecer o leitor, o código de postura das cidades adota o seguinte critério para a numeração dos imóveis, quando se abre uma nova rua ou avenida: a partir de seu início, que deve ser sempre aquele mais próximo do centro da cidade, inicia-se a numeração. Esses números devem representar a distância em que o imóvel foi construído até o início da via pública, obedecendo a um padrão internacional: números ímpares, do lado esquerdo e pares, à direita. Para saber o lado, dê as costas para o início da rua ou avenida.
Exemplificando: imaginemos um loteamento com casas construídas em terrenos de 12 metros de fachada. Uma quadra com 12 lotes abrigaria a construção de dez casas, totalizando uma extensão de 120 metros, do início ao fim dela. Considerando a quadra em frente, seriam mais 10 casas construídas na mesma distância.
A norma esclarece que essa numeração, naturalmente, pode receber um número intermediário, considerando a medida da fachada do terreno. Consideremos a primeira casa do lado ímpar, construída num terreno que vai de 1 a 12 metros, portanto ela pode receber, corretamente, qualquer numeração dentro dessa metragem, desde que seja ímpar: 1, 3, 5, 7, 9 ou 11. A segunda casa, prossegue obedecendo a mesma norma, indo do 13 ao 23, e daí por diante. Do outro lado, obedece-se o mesmo, com a numeração par.
E não importa se o terreno tenha 24, 36 ou 48 metros de fachada. A numeração inicial correta seria a distância que o lote estiver do início da rua, mais 12 metros, para obedecer o padrão do loteamento, projetado para lotes de 12 metros de fachada, resguardando, por exemplo, a possível venda dos lotes ali englobados.
Complicado? Nada, basta estudar um pouquinho, não ter preguiça e fazer as coisas certas, dentro do padrão recomendável. Interessante, aprendi isso com o Juca Ferreira, um fiscal de obras do ex-prefeito José Alberto, lá no início dos anos 70.
Infelizmente, nos últimos anos, os responsáveis por essa numeração, que deveriam ir ao local para fazer a medição e dar as opções de números para os proprietários, nunca tomam esse procedimento. É no olhômetro, mesmo. E deu no que deu... (WJS)