Que o abastecimento de água na cidade está caótico é fato; e que o clamor da população é constante também é fato. E que o sistema de abastecimento de água do SAAE carece de investimentos, ninguém duvida... Foi diante dessas questões que o SAAE e a Prefeitura se juntaram para a execução de um mega projeto visando a solução definitiva do problema, ainda este ano, conforme detalharam ao ET, o prefeito Wesley De Santi de Melo e o diretor do SAAE, Osny Zago.
A primeira obra será a implantação de um reservatório no residencial Cajuru, com recursos do município, no valor de quase 200 mil reais, conforme projeto já aprovado pela Câmara Municipal na sessão dessa segunda-feira 18. O projeto de lei autoriza o município a transferir para o SAAE a importância de R$ 199.845,19, para aquisição e instalação de um reservatório de água, metálico, em formato cilíndrico com volume útil de 150 mil m³, que será construído na av. Tomás Novelino, entrada do residencial.
Para Zago, o problema não estará 100% resolvido por conta dos reservatórios de 250 litros instalados nas casas quando foram construídas. “Foi um erro durante a execução ao implantar caixas de apenas 250 litros para cada residência, quando o padrão exigido por lei é de, no mínimo, uma caixa de mil litros, suficiente para quatro pessoas durante um dia”, justificou o engenheiro, apontando outras obras.
Temos outros projetos elaborados aguardando recursos. Um deles já está encaminhado. O prefeito Baguá esteve em Belo Horizonte na última semana para a assinatura de um convênio, que nos chega através de emenda parlamentar do deputado Hely Tarquínio, por indicação do vereador Pedro Teodoro. Esse recurso será aplicado na construção de um reservatório de 315 mil litros, que será instalado no Alto da Santa Cruz, com a finalidade de solucionar a falta d'água naquele bairro e no Perpétuo Socorro e seus residenciais, Servato 1, 2 e 3”, informou, agradecendo ao deputado Ely, que transferiu o recurso que seria aplicado em outra cidade, mas devido a problemas não foi, e veio para Sacramento.
O último projeto foi mostrado in loco à reportagem, pelo prefeito Wesley de Santi. “Este é o maior dos projetos que estamos construindo junto com o SAAE, a um custo que vai aproximar de R$ 500 mil, que ainda depende de autorização por parte da Câmara, para o financiamento. Trata-se de um grande tanque com capacidade para 20 milhões de litros de água bruta, que vai substituir o manancial principal nos dias de enchente”, explicou, completado pelo engenheiro Osny.
“Nosso sistema de captação não pode receber água suja, barrenta, por conta das enchentes. Automaticamente, ele para. A título de exemplo, no último domingo 17, a água passou um metro por cima da barragem e trouxe muita lama, especialmente devido a uma ação muito forte de javaporcos, que destruíram toda a vegetação da mata ciliar que no entorno da nascente”, explicou mais, revelando que a depredação provocada pelo javaporco é tão preocupante que, estudos indicam que se não houver um controle, o pantanal pode deixar de existir.
De acordo com Zago, o tanque terá o tamanho de um campo de futebol, impermeabilizada com gel membrana de PAD (Polietileno Alta Densidade ), que não sofre a ação dos raios ultravioleta, diferentemente do PVC. Essa lagoa vai armazenar 20 milhões de litros d´água, que vai garantir o fornecimento de água na cidade por até quatro dias, durante o período de enchentes”.
Rede de água é muito antiga no centro da cidade
Outro ponto preocupante para o diretor do SAAE, Osny Zago, e que precisa de intervenção imediata, são as redes de água que servem os reservatórios e as que abastecem os bairros. “Construídas em 1967, portanto, há mais de 50 anos, não estão suportando mais a pressão da água. Feitas de amianto, que têm uma vida útil de 30 anos, estão obsoletas há 20 anos e precisam urgentemente de serem substituídas”, justificou o diretor.
A cidade é dotada de 5 quilômetros de adutora de 150 a 200 mm (rede principal que abastece os reservatórios) desde a mina da Loca. A adutora passa pelo CTRD, perto do parque de exposição e segue até os reservatórios (R1), na rua Antônio Carlos, no cruzamento com av. Capitão Borges por gravidade, e da elevatória do R1 é bombeada para R2, e de lá para o R3 no final da Antônio Carlos. E mais dez quilômetros de redes de abastecimento que ligam os reservatórios aos bairros, todas de amianto, com tubos de bitolas que variam de 50 a 150 mm.
Conforme projeto do SAAE, o custo para substituir as adutoras e as redes de abastecimento da cidade, somam mais de R$ 5 milhões.
Usina fotovoltaica poderá ser a solução para a troca das redes
O projeto do SAAE que vai solucionar o problema está sendo firmado através de uma parceria entre a autarquia, a Prefeitura e a Engie (empresa que passou a administrar a Usina de Jaguara).
“Estamos concretizando essa parceria para instalar na cidade uma usina fotovoltaica (geração de energia elétrica para fins comerciais usando a energia solar pela conversão fotovoltaica) para o SAAE. Se conseguirmos montar e der certo, teremos uma economia mensal de cerca de 50 mil reais, então vamos economizar energia e com este recurso, sem aumentar tarifa e sem buscar recurso fora, vamos poder trocar essa rede”.
O projeto e os locais para as instalações das placas estão sendo estudados. Segundo Osny Zago, o SAAE deve instalar 2.200 placas, que vão gerar aproximadamente 9.900 KW h mês. A. No caso da Prefeitura, informou o prefeito Wesley que a ideia é instalar as placas sobre os ginásios de esportes. “Com 8 mil placas, a Prefeitura vai gerar aproximadamente 309.900 Kw h mês. É um megaprojeto que vai dar autonomia ao SAAE e à Prefeitura e que será pago em cinco anos. Podemos, a partir daí, extinguir a taxa da Cosip”, justifica o prefeito, atribuindo o mérito da ideia ao vereador Luiz Devós.