Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Pe. Victor é lembrado em exposição na Casa da Cultura

Edição nº 1683 - 12 de Julho de 2019

A Secretaria de Cultura e a Paróquia Basílica do Santíssimo Sacramento Apresentado pelo Patrocínio de Maria inauguraram no último domingo 14, na Casa da Cultura Sérgio Pacheco, a 'I Exposição Pe. Victor Coelho de Almeida', que permanece aberta até este domingo 21, data em que se celebram os 32 anos de sua morte. 

Para o reitor da Basílica, padre Ricardo Alexandre, é importante mostrar à sociedade a vida daquele que poderá ser o segundo santo brasileiro. “Eu acredito que ele será beatificado e canonizado. Segundo informações, o processo de beatificação já está adiantado e isso para nós é motivo de honra, orgulho e ao mesmo tempo de responsabilidade, por ter um filho de Sacramento elevado à honra dos altares”, pondera. 

De acordo com o pároco, a Igreja eleva alguém aos altares quando reconhece na pessoa uma santidade, um modelo a seguir.   “A Igreja beatifica, canoniza para colocar diante de nós, um modelo de cristão, um modelo a ser seguido e que nos aproxima ainda mais de Jesus. Por isso, digo que, para nós, é uma grande responsabilidade. Ter Pe. Victor como beato ou santo é tê-lo como um modelo de virtudes a ser seguido, para que nossa vida seja verdadeiramente cristã. E, também, ao mesmo tempo, saber que temos junto de Deus um intercessor”, explica, lembrando quando conheceu o missionário sacramentano.

“- Padre Victor nasceu em Sacramento e eu o conheci ainda criança. Na minha cidade, Santa Juliana, tínhamos a Congregação das Irmãs Canisianas, que têm uma casa de hospedagem em Aparecida. E nós sempre tivemos muito contato com a devoção a Nossa Senhora Aparecida, especialmente, pela presença dela em minha cidade natal. Foi quando, ainda criança, indo a uma excursão em Aparecida, acompanhado por essas irmãs, me interessei pela vida religiosa e comecei a fazer acompanhamento vocacional com os redentoristas”. 

Pe. Ricardo considera uma honra exercer seu paroquiato na cidade natal de Pe. Victor, afirmando que é impossível ter um contato com a congregação redentorista e com a devoção a Nossa Senhora, em Aparecida, e desconhecer Pe. Victor. “Naquela época, eu ouvi falar, mas depois busquei conhecer a figura desse missionário. Sabia que ele era sacramentano, da nossa região, porque sou de Santa Juliana, cidade próxima. E agora, para mim, é uma honra poder ser pároco na paróquia onde ele nasceu e foi batizado”.

De acordo ainda com padre Ricardo, a iniciativa da exposição foi do secretário de Cultura, Carlos Alberto Cerchi. “Fui procurado pelo secretário e achei muito justo, porque é importante que o município de Sacramento mantenha viva a memória   de Pe. Victor, ao mesmo tempo que, lhe presta também homenagem na semana que antecede o dia 21, dia em que lhe fazemos memória da sua passagem para a vida eterna. E, em sendo beatificado e canonizado, este será o dia em que a Igreja celebrará a sua memória litúrgica. Portanto, achei louvável a iniciativa da Secretaria de Cultura e, como paróquia, não podemos deixar de participar”, reconhece o pároco, falando a um grupo de pessoas que participaram da inauguração.

 

Cidade prepara Memorial Pe. Victor Coelho de Almeida

Também na abertura, o secretário de Cultura,  Carlos Alberto Cerchi, falou da importância e da alegria em poder fazer a exposição. “Minha alegria é grande, não pela exposição, mas porque ela vai ser o embrião do memorial que a Prefeitura e a Paróquia querem fazer, para que as pessoas possam conhecer de verdade a história de Pe. Victor Coelho de Almeida”. 

De acordo com Cerchi, o acervo exposto na exposição foi um presente dado à Secretaria de Cultura por Geralda Ribeiro Pizzani, aqui representada por Gorete Bertolucci. 

“- A secretaria ganhou este acervo no ano passado de dona Geralda. Ela não está bem de saúde, mas esperamos que ela possa vir a Sacramento e ver concretizado o seu sonho de fazer algo em sua cidade natal, para reverenciar Pe. Victor, que já o consideramos santo. Para nós, a Igreja vai, simplesmente, ratificar o que o povo pensa sobre esse grande sacerdote missionário redentorista, Pe.Victor Coelho de Almeida, pois são muitas as graças alcançadas”, disse, destacando que dona Geralda tem um amor muito grande por Sacramento e por sua história.

 De acordo com Berto, dona Geralda, natural do Desemboque, morou no Bananal, Franca e hoje tem residência em Santa Bárbara d'Oeste (SP), com o marido, Ruy Pizzani. “De forma disciplinada, ela acompanhou a vida de Pe. Victor recolhendo objetos e publicações sobre sua vida. Ela fez essa doação, porque queria ver este acervo a público. E nossa esperança é de que este material saia daqui e vá para o Memorial Pe. Victor Coelho de Almeida. Já existe um entendimento entre a Paróquia e a Prefeitura, para fazer o memorial na capela de Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como capela da  Santa Casa”. 

 

Morreu segurando imagem de Nossa Senhora 

Irmã Cecília, diretora do CAS Pe. Antônio Borges, também deu o seu testemunho na abertura. Lembrando que Pe. Victor tinha apenas um pulmão, contou que, no dia de sua morte, ele pediu que queria morrer junto com os confrades, mas devido à falta de ar, eles decidiram levá-lo para o hospital. Momento em que Pe. Victor pediu pra levar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. No caminho, ele pediu ao padre que o acompanhava que lhe desse o sacramento da Unção dos Enfermos. O padre respondeu que o faria, quando chegasse ao hospital. Assim que chegou na porta do hospital, o padre lhe deu o sacramento. Pe. Victor elevou a imagem de Nossa Senhra e morreu antes de sair do carro. Eu presenciei esse momento, porque eu estava como motorista deles”, narra.