Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Osny Zago fala sobre a falta d´água em Sacramento

Edição nº 1692 - 13 de Setembro de 2019

A estiagem dos últimos meses vem comprometendo o abastecimento de água em toda a cidade, o que vem causando um grande clamor da população. E quem fala ao ET sobre essa falta do precioso líquido é o diretor do SAAE, Osny Zago (foto). “Com  essa longa estiagem o nível de água diminuiu muito nos  poços artesianos, na  Mina da Loca e no Córrego dos Pintos, que além da diminuição da vazão, teve três focos de incêndio na cabeceira”, alerta justifica o diretor, expondo também o aumento do consumo. 

“O tempo está muito seco, as pessoas têm plantas para aguar e é muita poeira. Temos vários loteamentos em andamento na cidade que com o vento gera muita poeira, além de várias queimadas no entorno da cidade e como está ventando muito a sujeira aumenta. É muita fuligem e as pessoas têm que lavar suas casas com muita frequência. Além do que,  infelizmente, muita gente ainda tem o hábito de lavar passeio, um consumo desnecessário que contribui para que falte água para quem precisa para seus afazeres domésticos”, alerta. 

De acordo com Osny, uma das medidas adotadas pelo SAAE, para controlar a liberação da água de modo que abasteça todos os bairro é solucionar os vazamentos, como o que foi detectado na avenida no cruzamento da av. Antônio Carlos com rua São Pedro. “Há  uma semana estamos procurando  vazamentos. Este já havia sido detectado, mas ele  veio aumentando a cada dia, por isso estamos reparando, pois o desperdício chega em média a 500 mil litros por dia, razão do reparo”, justifica, destacando que é muito complicado mexer em redes de água no centro da cidade. 

“São redes construídas entre 1967 a 1970, época da instalação do sistema, quer dizer redes muito antigas de material que nem se usa mais. Essa rede, por exemplo, é de ferro fundido, com junta de amianto, cujo material não está mais disponível no mercado. O que fazemos, improvisamos com PVC com o torneiro fazendo acabamento para as luvas adequarem ao material daquela época”, explica, ressaltando também a dificuldade de encontrar o fazamento. “A água não aflora, muitas vezes ela escapa pela galeria e ficale difícil encontrar. Estamos trabalhando à noite para, sem o barulho do trânsito poder escutar os vazamentos”, explica, informando que toda essa rede antiga precisa ser substituída, o que consumiria um gasto em torno de R$ 10 milhões, pois implicaria também na destruição de parte de toda a pavimentação. 

“- Ou seja, são obras caras e difíceis de realizar e muito bem programadas para não impactar tanto o comércio, o trânsito, enfim, não transtornar demais a vida da cidade”.

Osny aproveita para recomendar à população para economizar no consumo, pois as previsões para chuvas não são boas. “Reconhecemos que temos deficiência de reservatórios. Para isso, o SAAE está construindo um no Cajuru de 150 mil litros e outro, a seguir, no final do Alto da Santa Cruz, de 300 mil litros. Mas mesmo assim continuaremos com deficiência. Estamos pegando as áreas críticas para amenizar o abastecimento”, justifica, frisando: “Lavar calçadas, nem pensar!”

Segundo dados de pessoas que acompanham as condições climáticas. Há mais de quatro meses não chove no município de Sacramento. Deu sim uma garoa em agosto e uns pingos agora no começo de setembro, mas segundo elas, isso não é chuva de molhar a terra, de ativar nascentes. 

 

Falta d´água tem afetado todo o Triângulo Mineiro

A estiagem dos últimos meses vem deixando várias cidades brasileiras em alerta quanto à economia de água. No Triângulo Mineiro, por exemplo, os rios que abastecem Uberlândia e Uberaba tiveram redução considerável  nos níveis, o que fez as autarquias responsáveis tomarem medidas para evitar o racionamento. 

 

Em Uberaba, segundo a Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau), em relação a abril deste ano, quando terminou o período chuvoso, houve uma redução de mais de 50% da vazão do rio Uberaba, por isso a autarquia teve de acionar o sistema de transposição do Rio Claro,  medida preventiva adotada  pela companhia desde 2003 para garantir o abastecimento de água em Uberaba durante o período de estiagem. Em Uberlândia, não é diferente, com a queda dos níveis dos mananciais que abastecem a cidade, o Rio Uberabinha e o Ribeirão Bom Jardim.