Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Os dois anos da COASA, exemplo de gestão

Edição nº 1669 - 05 de Abril de 2019

A Cooperativa Agropecuária de Sacramento (Coasa) completou dia 3 de abril dois anos de funcionamento e atendimento aos produtores associados, do município e região, fazendo jus ao lema, 'Cooperar é compartilhar'. A data foi lembrada em forma de agradecimento pelo presidente da entidade, Mozart José Ribeiro, diretores, associados, fornecedores e colaboradores.

“- A exemplo do primeiro gesto que fizemos quando inauguramos esta cooperativa há dois anos, eu os convido para juntos e em unidade rezarmos a oração do Pai Nosso em agradecimento ao que juntos pudemos construir nesse biênio. Em agradecimento por tudo o que estamos fazendo e pela oportunidade que Deus nos está dando, de podermos servir o próximo através da cooperativa. E pedir também a Ele que nos ajude nos próximos anos, para que consigamos fazer o mesmo trabalho da melhor forma possível”. Em entrevista ao ET, Mozart falou sobre o trabalho realizado na Coasa nesse período. Veja. 

 

Razões para comemorar

“A primeira delas é que, graças a Deus, estamos conseguindo atender a filosofia do cooperativismo. Estamos com um modelo de gestão que caberia em qualquer lugar do mundo. Começamos com 280 cooperados e nesses dois anos, quase que quadruplicamos, pois estamos chegando a mil cooperados. Outra razão é que no dia 28 de fevereiro, abrimos nossa primeira filial, em Tapira e, neste primeiro mês, ela já é autossutentável. E está dando certo lá também, por causa do modelo de gestão do cooperativismo, que é transparente e voltado para o interesses dos cooperados, do produtor rural, e porque estamos conseguindo exercer esse cooperativismo”, justifica. 

“Outra razão do sucesso da cooperativa, cita Mozart, é que os números são visíveis, concretos, reais. É uma cooperativa com um caixa forte. Não podemos dizer que com dois anos estamos estabilizados, porque estamos crescendo. Mas só para se ter uma ideia, em relação ao milho, a empresa com quem nós fechamos, a Biomatrix, a perspectiva era de que vendêssemos 250 sacos no primeiro ano, e chegamos na casa de 1.100 sacas, com a projeção de triplicar este ano. No distribuidor Tambasa, somos líderes de vendas. Por isso estamos em plena comemoração. Graças, a Deus, estamos conseguindo cumprir nosso ideal”. 

 

Adesão de cooperados

A razão de o pequeno e médio produtor aderirem à Coasa, conforme o presidente Mozart é que “a cooperativa é desses mil associados. Eu sou o presidente, mas a cooperativa é deles.  Aqui, o grande, o médio e o pequeno produtor, todos têm os mesmos direitos, independente do parâmetro usado para comparar quem é pequeno ou grande. Todos têm os mesmos direitos. Qualquer produto aqui dentro tem o mesmo preço para todos. A cooperativa é voltada para os produtores rurais, independente de conta bancária, tamanho da propriedade, produção... Aqui todos têm o mesmo valor e é momento de todos cooperarem”. 


Atendimento e gestão

Outro fator que leva os produtores à Coasa é o que lhes é oferecido. “Aqui tem preço, tem atendimento e tem gestão. A cooperativa não tem limite para crescer. Quanto mais cooperados aderirem, maior será nosso poder de compra e, consequentemente, melhores serão as condições de venda. Isso define o cooperativismos: todos por um e um por todos”, afirma, exemplificando que, hoje há produtos vendidos mais baratos que há dois anos atrás. “E isso ocorre porque a adesão de mais cooperados nos possibilitou um valor de compra maior. Quando inauguramos, comprávamos dez caixas, hoje, são 100, 200 caixas”. 

 

Espaço democrático

Mozart finaliza a entrevista, reafirmando o valor do cooperativismo. “A Coasa é uma loja democrática, um espaço do cooperado, do produtor. Aqui ele tem direito de opinar, de reclamar, de exigir, e até de destituir um diretor, um funcionário. E isso não é demagogia, é fato”.  

 

Associados e fornecedores atestam a importância do cooperativismo 

José Donizete Urbano, pequeno produtor na região de Ibituruna, que atua na pecuária leiteira com uma produção de até 1.400 l/dia, se confessa muito satisfeito com a cooperativa. “Sou ainda um pequeno agropecuarista, porque quem tira leite tem que plantar milho, sorgo. Mas a cooperativa tem nos trazido muitos benefícios, tais como compras programadas, negociação e boas formas de pagamentos e isso nos ajuda crescer. 

Urbano reconhece que sem a cooperativa seria mais difícil enfrentar a crise. “Para mim ela veio para somar. “A gente está na fazenda, precisa de um medicamento, a gente liga, a Coasa nos leva o produto. Isso é um ganho imenso. Temos assistência veterinária com excelentes descontos. Acredito muito no cooperativismo”, finaliza.

 

Bermudes Furtado de Souza, proprietário da fazenda São Manuel, na região do Cocal, já no município do Conquista, se considera também pequeno produtor e fala dos benefícios da Coasa. “Essa casa aqui, para nós, é de grande utilidade, oferece muitas condições em tudo, remédio, ração, madeira e tem um atendimento especial, aquele carinho de cooperativa. A sua criação foi um presente muito bom para nós e temos que lutar por este presente; e quem tem que lutar somos nós, que somos os proprietários”, ressalta, elogiando. “Temos à frente, o presidente Mozart, meu aluno quando eu lecionava em Araxá, pessoa muito competente e uma equipe de colaboradores muito educada. A gente chega aqui e encontramos todos alegres, sorridentes e isso é excitante pra nós, temos um carinho de família aqui”. 

Bermudes lembra do início da cooperativa há alguns anos atrás, quando o saudoso Celso Bizinoto Almeida, o Barão, então presidente da Coasa, que só captava o leite, lançou a ideia da criação da loja. Nós apoiamos e de fato ele fez. E há dois anos está aí em um novo e moderno prédio, funcionando plenamente. Eu torço muito para o seu crescimento”.

 

Francisco de Assis Zago e Arlene Zago, casal proprietário do Sítio Cascalho, no município de Conquista, com uma produção leiteira anual de 22 mil l, em 20 hectares, prestigiando a comemoração, também conversaram com o ET. “Sou cooperado da Coasa desde o início e toda vida, sempre acreditei e participei do cooperativismo. Sabia que daria certo, até que montou a loja e continuo com a mesma opinião, de que daria certo, o que realmente aconteceu. Estamos muito satisfeitos. Cada dia que passa vemos que está crescendo, melhorando a quantidade de produtos e mercadorias e com preços apresentando boa diferença. Além de ser uma loja boa para negociar. O que precisamos, encontramos aqui na loja da Coasa”.

Reconhecida pelo marido Francisquinho, como o braço direito do empreendimento, a simpática Arlene administra as finanças. “Eu trabalho, produzo, mas quem cuida das contas é ela”, afirma, confirmando que ao lado de um grande produtor há sempre uma grande mulher. E Arlene retribui o elogio: “Tenho também um grande homem. Ele agarra mesmo, não tem preguiça, tanto é proprietário como funcionário, porque está sempre ajudando os colaboradores e eu ao lado dele consigo fazer tudo. Quanto à Coasa, faço minhas as palavras de Francisco e cumprimento seus diretores e funcionários pelo belo trabalho que realizam”.

 

O veterinário Mateus Dias, da fazenda Santa Tereza, na MG-190, começou a trabalhar com o pai, Celso Dias, na pecuária de corte. “Juntei minha formação à experiência do meu pai para aperfeiçoarmos a produção na agropecuária”, explica, ressaltando a importância da Coasa para o desenvolvimento da propriedade. “O cooperativismo é muito bom, porque todos têm um único objetivo: crescer juntos”. 

Para Mateus, a Coasa tem dois diferenciais: a assistência técnica e os preços muito competitivos. Como somos médios produtores, trabalhando com criação de gado de corte, e com crias, fazendo bezerros com cruzamento e também puros de origem (PO), sempre que precisamos da Coasa, somos prontamente atendidos. Como cooperados, entendo que todos estamos juntos e sempre para melhorar. Na fazenda, por exemplo, estamos unindo o útil ao agradável, a minha formação e a experiência de meu pai”. 

 

Guilherme Manzan Vieira e outros funcionários do Sicoob foram prestigiar as comemorações do segundo aniversário da cooperativa, da qual são também parceiros. “Além de trazermos os cumprimentos e o nossos abraço à Coasa, estamos com um projeto focado no produtor rural. E, como somos duas cooperativas com os mesmos objetivos, por que não firmar essa parceria para levar mais assistência e apoio ao produtor? Oferecemos o crédito rural e a Coasa oferece o produto. Uma coisa complementa outra em prol do produtor. No caso do Sicoob, nosso foco é mais o pequeno produtor que não tem tantas oportunidades e facilidades como os médios e grandes. Razão de estarmos sempre oferecendo informações, conhecimentos, auxiliando no que ele pode estar fazendo para melhorar a sua produção”, explica, lembrando que a Coasa foi quem deu origem ao que é hoje o Sicoob, que, na mesma data, 3 de abril, completou dois anos da inauguração das novas instalações.  

 

Para o empresário rural Carlos Roberto Scalon Borges, o Beto, como pequeno produtor rural do município, a Coasa veio para somar. “A Coasa tem como princípio a união dos cooperados e de fato temos essa união, troca de diálogos, seja nos grupos ou aqui. Temos condições de trabalhar em grupo. E para mim, uma das principais metas seria agora fazer compra e venda em grupo”, sugere e completa: 

“Será um divulgação do nossos produto, do nosso trabalho e também dos produtos que vendem aqui. Desde o início, venho usando a cooperativa com compras regulares e posso ver que houve um grande crescimento, inclusive com a primeira filial em Tapira”, avalia Beto, que é técnico em agropecuária. 

 

O também empresário rural, Cacildo Duarte Bonatti, proprietário da fazenda Maísa Borá, na região da Água Emendada é também cooperado e vê a Coasa como algo de suma importância para a classe. “O associativismo é muito importante”, reconhece, ressaltando que, “enquanto nós produtores não nos unirmos para termos benefícios próprios, não iremos para a frente. Veja que toda cooperativa forte, tem produtores fortes, tem preços bons e bons dividendos”, destaca, enaltecendo a assistência recebida na fazenda. “O pessoal da Coasa é muito bom, competente, empenhado em levar a cooperativa pra frente, e isso é muito importante. Mozart tem uma visão muito grande e a Coasa tem muito a galgar em prol do produtor rural, que é a base da economia no país”. 

O veterinário José Alexandre Tosi, francano de nascimento, está em Sacramento desde 1993, quando ingressou no Scala, onde permaneceu até 2015. Hoje, profissional autônomo, presta serviços para a Coasa. “Prestamos serviços para os cooperados, tanto de Sacramento quanto de Tapira, Conquista, por isso, a importância da Coasa não é só para a minha atividade, mas para a classe rural como um todo. Todos ganhamos. Eu vim para agregar, ajudar na união do produtor, haja vista que no Brasil hoje, vemos todo mundo trabalhando isoladamente. E isso, na minha opinião, não acontece na Coasa, onde a tendência é agregar o valor do meu serviço ao valor do produtor para poder ganhar na mercadoria. É assim que a Coasa pensa e cresce”, explica, elogiando o cooperativismo. 


 

Finalizando, Tosiq elogia a transparência da entidade. “Se o produtor ficar insatisfeito ele cobra, avisa, reclama. E se ficarem satisfeitos com os resultados, também somos comunicados. É tudo muito transparente, conversado, discutido”, esclarece e completa declarando o seu amor pela terra. “Apesar de não ter nascido aqui, me considero um sacramentano. Afinal são 25 anos na cidade e fico feliz por estar aqui nessa cidade feliz, alegre e muito trabalhadora”.