O sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Edilson de Oliveira, e o ex-venerável Wagner Cunha, foram agraciados com a mais alta homenagem proferida pela Loja, a Comenda Oscar Martins de Oliveira. Os homenageados receberam as comendas das mãos de Edson Picolo e Helder Gomide. Para o Grão Mestre Edilson de Oliveira, a comemoração do aniversário de toda e qualquer instituição é momento de reflexão. “Em data como esta, em que se celebra a sua fundação, um momento de reflexão, de entender, compreender a história institucional, os acertos, os desacertos e também uma reflexão em torno do momento em que estamos vivendo e, o que pode ser feito a partir de agora, que é o que garantirá o futuro”.
Na sua mensagem aos presentes, O Grão-Mestre cumprimentou os irmãos da loja aniversariante pela comemoração em reunião pública. “É extremamente construtivo e agradável este convívio com todos os irmãos. Trabalhamos nas nossas reuniões, discutimos assuntos sérios, mas quando se tem uma cerimônia com a presença da nossa família e convidados é gratificante. Parabenizo a Loja por ter estabelecido esse critério”, disse e completou, falando da necessidade de ações que beneficiem a pátria e a sociedade: “Estaremos trabalhando, elaborando nos próximos dias, um quesito que entendemos, será a principal contribuição da nossa instituição para a pátria e a sociedade dos tempos atuais. Alvissareiros projetos estão por vir”, anunciou.
Em entrevista ao ET, Oliveira respondeu ao repórter que suscitou a importância da Maçonaria na história do Brasil e nos dias atuais, em que o país vive uma crise. “Temos uma instituição de caráter universal, conhecida e respeitada em razão de seus feitos importantes do passado, que se circunscreveram em questões de libertações e independência de povos e de nações e que hoje, apesar de demandas diferentes, é possível a nossa participação de forma efetiva, em favor da pátria e da humanidade”, afirmou, revelando que a ordem maçônica tem projetos nesse sentido.
“Hoje, as iniciativas que têm sido empreendidas tanto pelos entes estatais, autoridades públicas, como através das instituições como a maçonaria, elas têm atacado, aquilo que denominamos como sendo ações conjunturais, isto é, ações voltadas para solucionar um problema conjuntural, mas já passou da hora de nós trabalharmos em projetos estruturais, quer dizer, algo que venha mitigar os problemas que estamos enfrentando”.
O delegado regional, Libório Leal, na sua mensagem, explanou sobre a fazenda Santa Maria, berço maçônico das lojas, Estrela Conquistense e General Sodré. “Mariano Cunha, daquela região, que pela sua visão levou os homens da época à fundação da Loja Estrela Conquistense, em 1948, e cinco anos depois, à fundação da General Sodré”.
Lembrou mais Leal que o ex-venerável Wagner Cunha, mais tarde, funda a Loja Acácia do Borá. “Este descendente de Mariano da Cunha, o sobrinho Wagner, filho desta loja consegue arregimentar outros irmãos e fundar a Acácia do Borá. Não satisfeito, ele descobriu que havia uma carta patente, lá do Brasil Império, adormecida. E refundou a Loja Estrela de Minas, então já são quatro lojas, a partir das ideias de Mariano Cunha”.
Citando as ordens e fraternidades, Libório Leal, fundador e editor do jornal O Conquistense, ressaltou a fraternidade entre as lojas da região. “Nossa história se entrelaça e hoje aqui não temos divisão. Nós, ora nos reunimos na Acácia do Borá em sessão conjunta, ora em Araxá”, disse, citando ainda a fundação da Ulmur (União das Lojas Maçônicas de Uberaba e Região), destacando a sua importância.
E sobre a General Sodré, lembrou os pioneiros, de modo especial Edson Pícolo presente na solenidade. “São exemplos, como Cristo deixou. Não precisamos ficar enumerando os feitos, como Cristo não o fez, não precisamos nos enaltecer, pois a Loja aqui, como todas as demais, falam por si, a comunidade é sábia”, e dirigindo-se ao Grão Mestre, lembrou, o escritor padre Antônio Vieira:
“ O ser humano se conhece por três principais razões: o pena, o coração e a silhueta', e o senhor tem essas três razões, pela riqueza de seus escritos, a grandeza de seu coração e o seu sorriso largo, amigo, simples, sempre estampado. Nos meus quase 31 anos de ordem maçônica, eu nunca vi um grão-mestre vir ao interior acompanhado da esposa,”, anotou, exaltando o papel da mulher.
Os homengeados pela comenda
A significativa noite foi rica de homenagens a Wagner Cunha, Edilson de Oliveira e Luiz Fernando de Oliveira que, por motivos particulares, não pôde comparecer. Os irmãos foram agraciados com a Comenda Oscar Martins de Oliveira, símbolo do reconhecimento pela dedicação, entusiasmo e conjugação de esforços para a promoção do homem em seus mais nobres ideais que são o trabalho, a dignidade, o dever e o reconhecimento de seus direitos.
Wagner Cunha 80, nascido na fazenda Santa Maria, no município de Conquista, é filho dos saudosos Jeovah Cunha, um dos fundadores da loja Gal. Sodré e de Eurídice Oliveira da Cunha. Iniciou a vida maçônica em 10/10/1970 e sempre muito assíduo, de lá para cá ocupou diversos cargos na Loja. E mais que isso, cumprindo um desejo do irmão Joaquim Gonçalves de Araújo, Wagner fundou há 33 anos, com a ajuda de alguns irmãos, a Loja Acácia do Borá, da qual foi venerável por duas gestões. Com a ajuda da Loja Estrela de Damasco, de Uberaba, entre eles o rião José Pereira, Wagner reergueu a loja Maçônica Estrela de Minas 223, a primeira loja existente em Sacramento, em Santa Maria, no século XIX.
Wagner cunha é viúvo de Siriana Rosa da Cunha, com quem viveu 60 anos e criaram o filho Waldir, que lhes deram duas netas.
Edilson de Oliveira é natural de Belo Horizonte, onde reside e atua como advogado. Edilson iniciou na vida maçônica em 1995, na Loja Luz, Amor e Liberdade nº 134, onde permanece até hoje, ocupando diversos cargos, inclusive Venerável Mestre por duas gestões. Também na Grande Loja Maçônica de Minas Gerais (GLMMG) ocupou diversos cargos até que foi eleito Grão-Mestre em 2018, com mandato até 2022. Pelos serviços prestados à Ordem Maçônica já recebeu várias condecorações e foi condecorado em Sacramento com a Medalha Oscar Martins de Oliveira. Edilson de Oliveira é casado com Soraya Regina Silva Oliveira, pais de dois filhos.
Wagner Cunha no agradecimento em nome dos homenageados, falou de sua alegria por ter feito parte da Gal. Sodré e lembrou Aldenê Ferreira. “Irmão Aldenê não era apenas um irmão de loja, era um irmão para tudo que eu precisava. Todos os dias, durante os 365 dias do ano nos encontrávamos. Por isso, peço que as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo estejam conosco nesta loja, na Acácia do Borá, na Estrela de Minas e nas demais espalhadas por Minas Gerais, o Brasil e o universo. Estou muito grato por esta homenagem”.
Encerrando a solenidade, o irmão Silas Bonetti deixou uma mensagem de gratidão em nome da Loja. “Nossa Loja Gal. Sodré, simples e pequenina neste mundo físico, ultrapassa a dimensão dos olhos, no coração de cada um que porque aqui passa. Por isso, a palavra de hoje é gratidão. Gratidão a Deus pela vida, à família, aos irmãos de loja. Gratidão àqueles 20 homens que foram verdadeiros maçons, fundadores desta Loja e construtores deste prédio, o que nos permitiu sermos pedreiros, não de templos, de catedrais ou até mesmo de lojas maçônicas, mas pedreiros de nós mesmos”, destacou, saudando os homenageados da noite pelos exemplo dentro e fora da maçonaria.