Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Indústria nacional se aprimora e ganha espaço na produção de queijos finos

Edição nº 1692 - 13 de Setembro de 2019

O Laticínios Scala é destaque na revista Dinheiro Rural, edição de nº 170, de 30/08/19, em matéria, na seção  Negócios, intitulada “Muito além do faixa azul”, que destaca “A indústria nacional se aprimora e ganha espaço na produção de queijos finos. E o mercado já enxerga o futuro do setor com otimismo.

A matéria traz no seu bojo, a história de Raul Anselmo Randon, que investiu na fabricação de queijos finos  e criou o grupo Randon.  “O empresário catarinense Raul Anselmo Randon,  no início do ano passado, aos 88 anos, que ajudou a erguer um império que hoje fatura R$ 4,3 bilhões por ano: o grupo Randon. (...) 

“Em 1996, depois de obter êxito no cultivo de maçãs, o empresário de descendência italiana iniciou a produção de queijos finos, algo ainda inédito no País. Ele produzia o grana padano. Típico da região norte da Itália, o queijo leva de 1 a 2 anos para ficar pronto para o consumo e é caracterizado por sua textura granulada e sabor adocicado e picante. (...)

Naquele ano, segundo Randon, a empresa produzia quatro peças de queijo de 34 quilos cada, por dia, num total de 136 quilos. Apesar de pequena, a produção tornou-se célebre. Era a primeira vez na América Latina que alguém conseguira autorização para produzir esse tipo queijo fora da Itália. O grana padano é um dos produtos com o selo de Denominação de Origem Protegida (DOP), concedido pela União Europeia. 

Com o passar do tempo, a indústria brasileira de lácteos foi se transformando, com o gradual aumento da qualidade do leite e do poder aquisitivo e gosto da população. Além da RAR, outros laticínios entraram na onda dos queijos especiais, como a catarinense Gran Mestri, a paulista Tirolez e a mineira Scala.

Esse movimento permitiu que, além do grana padano, os italianos parmesão e gorgonzola, o holandês gouda e os franceses brie e camembert também passassem a ser produzidos no Brasil e se tornassem menos raros nas prateleiras dos supermercados.

 Os laticínios brasileiros têm motivos para investir no setor. Afinal, o País tem altos índices de importação de queijos finos. O recorde foi em 2011, quando foram importadas quase 40 mil toneladas, que custaram cerca de US$ 200 milhões. No ano passado, com a produção interna já incrementada, foram quase 30 mil toneladas importadas, por US$ 130 milhões. Esse número representa cerca de oito vezes mais o volume que o Brasil exportou desse produto, no ano passado. (...)

 

Consumo está em alta

Segundo estudo do Ministério da Fazenda, a cada 1% no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do País, o consumo de queijo tem um acréscimo de 1,2%. A produção do ano passado ficou em torno de 1,2 milhão de toneladas. Desse total, 96 mil toneladas (8%) foram de queijos especiais. Ao todo, é um mercado que movimenta cerca de R$ 18 bilhões por ano. Atualmente, o consumo de queijos no Brasil é de 5,7 quilos por pessoa ao ano. A expectativa é de que esse número chegue a 9 quilos nos próximos dez anos.

De acordo com a revista, esse bom momento do mercado nacional de queijos finos tem ligação direta com o campo. O grana padano da RAR, por exemplo, não seria possível sem um rebanho de melhor genética e manejo com o gado. Hoje, a RAR possui 1,8 mil vacas em lactação, que fornecem todo o leite necessário à fabricação dos queijos. 

Da produção que, no início de tudo, fabricava apenas 4 peças de 34 quilos por dia (136 kg/dia), hoje são 50 peças por dia, totalizando 1,7 mil quilo, mas segundo Sergio Martins Barbosa, diretor superintendente da RAR, a produção da fazenda pode alcançar 150 peças por dia. 

 

Scala de olho nos queijos especiais

Com sede no município de Sacramento e dona de três laticícinios, a Scala também está de olho no nicho de queijos especiais. Para ganhar espaço, a companhia investiu R$ 65 milhões, nos últimos dois anos. Diretor executivo da empresa, o veterinário Marcel Scalon Cerchi diz que os aportes foram empregados na modernização da área industrial, o que permitirá ampliar a capacidade de produção. 

“Acreditamos que a economia vai se recuperar. Além disso, mesmo com a crise, o setor de produção de queijos está crescendo”, destaca Cerchi, que não revela o faturamento da empresa. Ele divulga, no entanto, que a Scala fechou o ano passado com produção de 30 mil toneladas, das quais 4,5 mil (15%) foram de queijos especiais, como o parmesão, maturado por 18 meses. “Nossa ideia é, em breve, ampliar a linha de produtos. A demanda não para de crescer”, afirma.

Na esteira do desenvolvimento da empresa, estão cerca de mil produtores de leite. Juntos, eles fornecem cerca de 220 milhões de litros de leite, por ano, para o processamento da Scala. E podem ganhar até 20% a mais sobre o valor médio pago. Em Minas Gerais, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), de Piracicaba (SP), em meados de maio, esse preço médio era de R$ 1,60 por litro. 

Com a melhora na qualidade do leite – já obtida por alguns fornecedores da Scala –, esse valor passaria para R$ 1,92. “Desde o início do nosso trabalho, estamos ajudando a desenvolver essa cadeia de produtores”, diz Cerchi. “E isso resulta num queijo de qualidade cada vez mais elevada”.      

(Fonte:  https://www.dinheirorural.com.br/muito-alem-do-faixa-azul/Redação ET)