Uma lástima! O governo Romeu Zema reabre a Escola de Tempo de Integral (ETI) no Estado a partir de agosto, depois de seis meses sem o projeto, com apenas 11% dos alunos que eram atendidos em 2018. De 925 alunos que frequentavam o Tempo Integral, apenas 100 vão frequentar neste 2º semestre, emm Sacramento. Entre os professores, em 2018, havia 84 contratados contra apenas 10 (12%), que foram contratados na última segunda-feira para atuar em nas escolas Afonso Pena, Coronel e Sinhana Borges. A EE Barão da Rifaina ficou de fora, sem alunos e sem professor. Veja no quadro ao lado.
Escolas |
2018 |
2019 (2º semestre) |
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Turmas |
Profs. |
Turmas |
Profs. |
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EE Afonso Pena Jr |
20 |
42 |
2 |
4 |
EE Barão da Rifaina |
1 |
2 |
0 |
0 |
EE. Cel. José Afonso |
8 |
20 |
1 |
3 |
EE Sinhana Borges |
8 |
20 |
1 |
3 |
Total |
37 |
84 |
4 |
10 |
Total de alunos |
925 |
100 |
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A EE AFonsoPena atenderá alunos do 4º e 5º anos e as escolas Coronel e Sinhana Borges atenderão alunos do 6º ano. |
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Nova diretriz pedagógica
Ouvida pelo ET, a inspetora escolar, Marileia Abadia Alves Martins, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) deu nova diretriz pedagógica ao projeto da Escola de Tempo Integral. “Como professora e pedagoga, achei a diretriz muito interessante e acredito que vai trazer muita melhoria ao projeto”, avalia, atribuindo a redução do número de turmas e alunos, ao fato de ser uma diretriz nova, ainda em fase de implantação.
“A nova diretriz está começando a ser aplicada e acreditamos que no próximo ano, as turmas devam aumentar, depois de uma avaliação deste primeiro momento”, acredita, exemplificando como isso pode ocorrer: “Os alunos que estão no 5º ano neste semestre, iniciam o 6º ano do Tempo Integral no próximo ano; e os do 6º ano vão para o 7º ano”.
Outra mudança anunciada pela SEE, segundo Leia, é que as crianças do Tempo Integral não estarão mais no sistema do ensino regular. “Os alunos do novo Tempo Integral, que continua sendo opcional, isto é, cursa quem quiser, vão fazer parte do Sistema de Escola de Ensino Integral, onde haverá ponto diário, notas e avaliação. O professor vai trabalhar numa nova metodologia, avaliando o aluno durante o período e no final do ano, de acordo com certos parâmetros”, explica,
Leia esclareceu que, no governo anterior, as escolas podiam abrir turmas conforme a demanda exigisse. “Agora, não, a inscrição no projeto continua opcional, mas o número de alunos será determinado pelo governo (veja quadro acima) e a escolha daqueles que vão cursar a Escola de Tempo Integral será feita por uma comissão formada por professores e especialistas, conforme a necessidade”, explicou mais.
Outras mudanças
A inspetora Leia informa uma outra mudança na metodologia da ETI a partir deste governo. “As oficinas (de música, teatro, construção de textos, entre outras atividades), conforme as novas diretrizes, desaparecem, para dar lugar a 'campos integradores'”, explicou, exemplificando:
“Há por exemplo o Laboratório de Matemática, uma matéria que sempre apresentou problemas. Neste campo o professor vai estar trabalhando com o computador, jogos, materiais manipulativos, etc. Eu, particularmente, acredito que o aluno vai aprender melhor”, opina, apontando outros campos que serão desenvolvidos: “O Estudo Orientado, para trabalhar as necessidades do aluno; Leitura e Produção de Texto para as turmas de 4º e 5º anos, com um professor específico; e, para o 6º ano, será Comunicação e Linguagem; Esporte e Lazer, apenas para o 1º ao 5º ano, mas trabalhando mais a área de psicomotricidade; Educação para a Cidadania, do 4º ao 9º ano, e o Projeto de Vida, para os alunos do 6º ano.
Projeto Social - Questionada pelo repórter sobre a importância social que a Escola de Tempo Integral tinha, ao ampliar a carga horária para toda a demanda inscrita, em especial para os filhos daquelas famílias mais carentes, cujos cônjuges trabalham o dia todo, Marileia, considera um aspecto negativo, mas livra o estado da responsabilidade.
“Considerando o número de alunos que eram atendidos dá uma certa preocupação, sim, por exemplo, para saber com quem e onde ficam essas crianças, o que estão fazendo...”, opinou a inspetora, jogando a responsabilidade para as prefeituras: “Como cidadã, entendo que quem tem que criar políticas públicas é a Prefeitura e não o Estado”.