Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Em assembleia, funcionários da SC aprovam reajuste de salário e tíquete

Edição nº 1669 - 05 de Abril de 2019

Os funcionários da Santa Casa aceitaram acordo de reajuste de 3,5% no salário e 1,90% no tíquete de alimentação firmado entre a instituição e o Sind-Saúde (Sindicato das Empresas e Estabelecimentos de Saúde), de Uberaba e Região, em assembleia realizada nessa terça-feira 2, com a presença dos funcionários e do presidente do sindicato, Juny Júnior Guimarães. Participaram também a administradora da entidade, Helena Cristina da Silva e o advogado Davi Batista.

 De acordo com o presidente Juny, numa primeira reunião foi apresentada uma proposta que foi rejeitada e retomadas as negociações chegou-se a um reajuste satisfatório. “Este é o papel do sindicato, intermediar negociações, trabalhar em defesa dos direitos dos trabalhadores e é o que estamos fazendo, como já fizemos noutras cidades”, justifica o presidente, destacando que o  Sind-Saúde, além de Uberaba e Sacramento, atende mais cinco municípios, Araxá, Patrocínio, Frutal, Planura e Campo Florido. 

De acordo com Juny, o salário dos funcionários da Santa Casa acompanha os valores praticados nas cidades do mesmo porte. “O salário da Santa Casa de Sacramento não está distante do das cidades medianas com as quais trabalhamos. É um salário que é possível ser praticado para a realidade de Sacramento”. Ressalte-se que para o reajuste é feita uma busca nos hospitais da região, tanto pelo empregador quanto pelo sindicato. 

 

Presidente esclarece sobre áudio divulgado 

Na última semana de março, a partir do dia 29, circulou no grupo fechado de whatsapp dos funcionários da Santa Casa e do sindicato um áudio de Juny Guimarães informando que teria recebido ofício do provedor da Santa Casa, Atílio Servato, informando que o Sind-Saúde não teria os repasses dos funcionários descontados diretamente na folha de pagamento, nem da contribuição sindical, nem dos convênios. Em resposta, entendendo que o provedor queria medir forças com o sindicato, em tom agressivo, Juny responde ameaçando uma paralisação caso as reivindicações não fossem atendidas. Mas que acabou vazando para as redes sociais através de alguém do grupo.

Questionado sobre o assunto, Juny afirmou que “o áudio foi postado num grupo do WhatsApp do qual faziam parte o Sindicato e os servidores e, infelizmente, teria sido vazado por alguém do grupo. E que, diante da repercussão na rede, que entendeu que o presidente estaria jogando a opinião pública contra o provedor, ele próprio retratou-se em reunião realizada na Santa Casa. “E acho que já ficou claro o entendimento. Isso aí, no âmbito de negociação, infelizmente, acontece, mas que não deveria”, justificou. Durante a assembleia com os funcionários, o presidente voltou ao assunto, explicando o ocorrido e informando que o grupo não existiria mais, por não haver mais confiança. 

E sobre a contribuição sindical, Juny explicou que as partes acordaram em esperar a decisão da Medida Provisória 873, de 1º de março de 2019, que trata do assunto. 

 

Para presidente, legislação vem massacrando os sindicatos

O governo implantado no país a partir do golpe que derrubou Dilma vem massacrando o trabalhador, segundo os sindicatos, que perderam filiados por conta da mudança da legislação. “A CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas (Lei 5.452), sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943, foi alterada pelo ex-presidente Michel Temer em 13 de julho de 2017, derrubando vários direitos e vantagens dos trabalhadores, incluindo a contribuição sindical. 

O presidente Jair Bolsonaro quer dificultar ainda mais a vida do trabalhador, com a edição da Medida Provisória 873, ainda não aprovada pelo Congresso, que altera regras para dificultar o pagamento da contribuição sindical, reforçando o caráter facultativo da contribuição. O texto ainda extingue a possibilidade de o valor ser descontado diretamente dos salários dos trabalhadores. O pagamento agora deverá ser feito por boleto, enviado aos trabalhadores que tenham autorizado previamente a cobrança. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de 1º de março. 

De acordo com Juny, a medida, sem dúvida, prejudica os trabalhadores ao tirar a contribuição dos sindicatos, que utilizam de seus fundos na defesa da classe. “A contribuição sindical está tendo muitas controversas, várias ADINs (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) e termos de ajustamentos estão sedo impetrados pelos sindicatos. Vamos aguardar a decisão da MP 873, que acreditamos não vai passar no Congresso”, confia. 

Ainda segundo o presidente do Sind-Saúde, os sindicatos estão unidos em não negociar seus termos. “Nós não negociamos ou abdicamos dela enquanto não sele a questão tanto no Ministério do Trabalho quanto a Congresso. Estamos aguardando, que é o melhor a se fazer no momento”, afirma, lamentando que com a nova lei os sindicatos estão perdendo filiados e, com isso, seu fundo de caixa, que garante toda a luta possível em defesa do trabalhador junto às entidades patronais, que querem, desde o governo Temer, massacrar o trabalhador, e agora completado pela Reforma da Previdência. “É preciso que o trabalhador atente para a força do Sindicato, sem ele, o trabalhador perde toda a força de luta”, alerta Juny Guimarães, finalizando:

“- Enquanto nós tivermos forças frente ao Sind-Saúde, representando a categoria, vamos estar em conjunto com todos os funcionários da Santa Casa e peço que não desanimem. Que continuem fazendo o seu melhor e fortalecendo seus sindicatos”.