Para a empresária Sônia Scalon, proprietária da loja Trésor Perfumaria, o conhecido adágio, 'Nos pequenos frascos estão os melhores perfumes' é uma fake-news. “Conheço excelentes perfumes tanto em frascos de 20 como de 100 ml. Acho que esse ditado nasceu para enaltecer as mulheres baixinhas, o que também não é verdade. Mas entre o sim e o não, a Trésor atende sempre o gosto do freguês”, respondeu ao repórter, sábia e profissionalmente, ao inaugurar a repaginada que a loja ganhou ao completar, no último sábado, 24 anos de bons serviços prestados à cidade.
Mas o tino comercial de Sônia, segundo ela, herdado dos pais, que comercializam a cachaça Amerquinho há mais de 50 anos, o que também não deixa de ter uma fragrância especial, que a levou a abrir uma loja de perfumes. Contando a partir dessa data, o primeiro negócio aberto, vão mais de 30 anos.
“Tudo começou em 1987, ainda na fazenda onde fabricávamos a cachaça. Eu gostava de vender. Então, minha vida empresarial nasceu vendendo pinga, como dizíamos na época, na fazenda. As pessoas iam em casa comprar e eu adorava vender. Minha mãe era professora e vendia uma linha de cosméticos, denominada Algemarim, muito conhecida na época. E eu adorava vê-la vender. E com isso aprendi a gostar de trabalhar, a gostar de vendas desde muito pequena”, recorda, revelando que também se casou 'muito pequena'.
“Tinha apenas 17 anos quando me casei com Humberto Scalon e logo vieram os filhos, e logo eu me senti muito jovem para ser unicamente mãe, esposa e dona de casa. Então, joguei de lado o tédio e fui à luta, logo que meus três filhos já estavam encaminhados”, conta, lembrando que seu primeiro foco foi vender comida.
“Comecei mexendo com comidas, mas percebi que não era o que eu queria. E com o apoio de meu saudoso esposo, que me deu um ajuda, comecei a comprar e vender perfumaria, como 'mascateira'. Achei muito bom e resolvi continuar, mas de maneira mais profissional. Foi quando surgiu a ideia de Humberto e eu comprarmos a loja, inaugurada no Sacramento Center, em 1995”.
Um tesouro de loja
No mercado formal a loja de cosméticos precisava de um nome e Sônia foi buscar no francês, o nome 'Trésor' (pronuncia-se 'tresôr'), que significa 'tesouro'. “Antes, era a loja da Sônia. 'A Sônia tem'... 'Vai lá na Sônia...', diziam as pessoas. E como eu considerava minha loja um 'tesouro', encontrei na língua francesa uma tradução que me satisfez. Só que a pronúncia foi aportuguesada para 'Trésor', o que ficou legal também’’, pondera.
‘‘O que importa, diz mais, é que a loja é um tesouro para mim. Aqui comecei com perfumaria, fui ampliando para decoração e presentes em geral. Hoje não trabalhamos mais com decoração. Temos como carro-chefe a perfumaria e mais três segmentos exclusivos, semi joias, aromatizantes e moda fitness”. A empresária faz questão de destacar que toda a sua linha de perfumes tem o selo da ADIPEC (Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares).
Falando sobre a boa reforma que a loja ganhou, Sônia disse que o objetivo foi propiciar um ambiente mais interativo entre os clientes e os produtos. “Temos novos móveis, novos espaços que propiciam uma interação e proximidade maior com a mercadoria. Foi uma mudança meio radical, para deixar o cliente à vontade na loja, num lugar gostoso, aconchegante...”, destaca Sônia, que está muito feliz com o investimento.
“- Minha loja me proporciona felicidade. Aqui, sinto-me realizada. A Trésor é minha segunda casa, amo o que faço, amo meus clientes. Tenho gratidão! Por isso, este ambiente é um espaço que me completa, me realiza”.
Une longue vie à Trésor!
Sônia Silva Scalon é natural de Uberaba, filha de Américo Alves da Silva Filho (in memorian) e de Joana D´Arc dos Santos Silva. Sônia morou na fazenda da família até os sete anos, onde iniciou os estudos, até que se mudou para a cidade para prosseguir os estudos até concluir o curso Colegial, na Escola Coronel.
Antes de concluir o ensino médio, Sônia se casou com Humberto Scalon e parou os estudos para se dedicar à família, mas revela que se fosse hoje, cursaria Direito.
“Na época, eu até queria me formar em alguma coisa, possivelmente no ramo das artes, hoje, faria Direito”.
Depois de criados os filhos, Thiago, Daniela e Lorena, Sonia optou pelo ramo empresarial, talvez herança do pai, tradicional fabricante de cachaça no município de Sacramento. E abriu a Trésor Perfumaria.