Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cidade trabalha para aprimorar coleta seletiva de lixo

Edição nº 1681 - 28 de Junho de 2019

Sob a coordenação do secretário de Meio Ambiente, Marinho Martins Severino II, a Prefeitura da cidade realizou na manhã dessa quarta-feira 26, no Centro do Produtor Anésio Gonçalves de Melo, a segunda reunião do 'Seminário de Apresentação do Diagnóstico e das Propostas para a Escolha da Alternativa para ser Adotada na Coleta Seletiva de Sacramento', conforme projeto e apoio técnico através dos profissionais da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), Adriane 

Oliveira e Thiago Machado. 

De acordo com Marinho II, com esse objetivo de promover seminários em algumas cidades que já tinham iniciado por conta própria a coleta seletiva, e operando com resultados em três quesitos: a) fazer parte de um consórcio intermunicipal; b) ter um cooperativa de catadores já formalizada ou em processo de formalização e c) ter uma usina de triagem com galpão já adequado para a separação dos resíduos, a FEAM selecionou 19 municípios. 

“- E como Sacramento faz parte do Convale (Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional) e atende também as outras duas exigências, pois já temos a cooperativa e a usina de triagem, fomos, juntamente com Campo Florido, as duas cidades selecionadas da região para fazer parte do grupo de 19 municípios entre os 853 do Estado, para assinar com a FEAM o termo de compromisso e iniciar o trabalho, o que aconteceu em março último”. 

Explicou mais o secretário que a primeira etapa projeto, o diagnóstico do município, já foi realizado. “Nesse diagnóstico, já sabemos como está a adesão da população em relação à coleta seletiva, como está a separação do lixo, o tipo e qualidade de resíduo que tem chegado na cooperativa, entre outros dados”, informou, adiantando que há outras duas etapas a serem implantadas até o final do ano. 

“- A partir do início deste segundo semestre estamos iniciando a segunda etapa, a adesão de parceiros. Por exemplo, com as escolas e a população em geral, para palestras de conscientização mostrando e comprovando a importância da coleta seletiva, tanto para o meio ambiente como para a economia”, frisou, explicando que a coleta seletiva nada mais é do que a separação de dois tipos de lixo, o úmido (alimentos em geral) do seco (papeis, pets, plásticos, vidro, enfim, o que gera reciclagem) aumentando assim o índice de adesão das pessoas que já fazem essa separação, hoje em torno de 75%”.


Aproveitamento da coleta seletiva é de 40%

Apesar de 75% da população ter aderido à coleta seletiva, apenas 40% do lixo reciclável é aproveitado. Na avaliação do secretário Marinho, o lixo ainda chega muito misturado. “Mas, se considerarmos em nível de país, estamos bem, porque o índice  de aproveitamento no Brasil é mínimo, mais de 96% vai direto para o aterro”, revela, mostrando os índices da cidade.   

“Aqui em Sacramento, de 100% do lixo que chega na usina de reciclagem, conseguimos aproveitar 40%, mas esse índice pode ser melhorado se houver a adesão total da população promovendo uma separação melhor,  para que chegue uma quantidade maior de lixo reaproveitável na usina, o que vai gerar renda para os catadores da associação, que dependem desse lixo como única fonte de renda”, afirma, avaliando positivamente a reunião. 

“Foi muito positiva, apesar de algumas fragilidades detectadas. O pessoal da FEAM e do grupo de estudos está atuando em todos os municípios que foram contemplados com esse apoio técnico. E ficamos felizes por saber que Sacramento está bem à frente do que muitos municípios, mas precisamos avançar mais”, defende.   

Willian Enes de Souza, presidente da Cooperativa Reciclo União, formada por 11 associados que trabalham na Usina de Reciclagem fazendo a separação do lixo, fala da importância do processo da coleta seletiva em Sacramento. 

“Para nós, quanto mais lixo reciclável retirarmos do aterro, melhor será para todo mundo, ganhamos nós, pois esse lixo reciclável é nossa fonte de renda, ganha o meio ambiente, ganha a população em geral, enfim, ganha o país. No nosso caso, fazemos o que podemos, retirando o máximo daquilo que pode ser aproveitado, aí prensamos, vendemos e dividimos entre nós, igualmente”, explica, ressalvando que as faltas são descontadas. 

“Aquele associado que faltar, ele perde a féria do dia. O seu dinheirinho vai para a caixinha da Cooperativa para ser gasto pela cooperativa, explica, destacando o processo de separação. “Tudo o que é possível reciclar, nos separamos, o plástico macio, papelão, vidro, ferro, sucata, cobre, alumínio, latas... Esse material é separado e prensado para ser despachado”, informa. 

Segundo William, a meta da cooperativa é adquirir um caminhão. “Nosso lixo poderia todo ele ficar aqui na usina para ser prensado aqui se tivéssemos um caminhão para pegar o material que os catadores autônomos separam na cidade, mas vendem para atravessadores de outras cidades. Com um caminhão, poderíamos comprar esse material dos catadores. Ao invés de venderem pra fora, vendem para nós.  Nós prensamos tudo aqui e revendemos. Quer dizer, eles continuam ganhando e nós também”, sugere.