Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cidade tem carnaval tranquilo

Edição nº 1665 - 8 de Março de 2019

Os problemas registrados foram aqueles inerentes a eventos que reúnem grande público, pequenas ocorrências que não chegaram a manchar a festa. A presença da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Guarda Municipal, segurança contratada e um posto médico, com a presença dos profissionais da área ajudaram a promover um evento que foi um dos mais seguros e tranquilos dos últimos anos. 

Ao entregar a chave da cidade ao Rei Momo, Luiz Alberto da Silva e à rainha, Taciane Polastrine Barros, o prefeito Wesley De Santi de Melo cumprimentou o públicos presente, deu as boas-vindas aos turistas e visitantes e desejou muita alegria a todos. Em entrevista ao ET, falou da alegria em poder propiciar mais um carnaval aos foliões. 

“O povo gosta de Carnaval na avenida. Depois de dois anos sem a festa na cidade, iniciamos o mandato fazendo o carnaval no Parque de Exposição Hugo Rodrigues da Cunha, o que não agradou muito. A partir do segundo ano de governo, voltamos à avenida, para a alegria dos amantes da festa. Afinal, Carnaval é festa do povo, momento de ele esbanjar alegria, animação e interatividade com o grande público presente, animado pela música e, claro, sem exagero na bebida. O povo gosta de carnaval e para nós é uma alegria poder promovê-lo, com o cuidado de ser o mais seguro possível”, afirma”. 

Sobre a ausência das escolas de samba na avenida, o prefeito foi enfático ao afirmar que a Prefeitura não tem como bancar nada além da infraestrutura. Reconheço que Carnaval é um investimento, que traz movimento ao comércio e uma receita indireta à Prefeitura, mas a crise continua e continua brava. Não temos condições mais de bancar o carnaval como era antes, mas o mais importante é que estamos oferecendo o Carnaval para todos, sacramentanos e visitantes. Como gestor, temos que organizar a festa na cidade”, analisou. 

As matinês levaram a criançada para a avenida na tarde de domingo e terça-feira, inclusive com direito a premiação dos baixinhos que se destacaram no concurso de fantasia infantil, em quatro  categorias: zero a 3anos; 4 a 6 anos; 7 a 9 anos e de 10 a 13 anos,  considerando os quesitos desenvoltura, acessórios da fantasia e conjunto.  

De acordo com a diretora de projetos da secretaria de Cultura, Meire Idualte, 89 crianças participaram do concurso, das quais 18 foram premiadas. Várias pessoas sugeriram também um concurso das fantasias adultas, que ela afirma ser viável. “Já estamos até pensando em fazer. Quem sabe um concurso de fantasias ou até mesmo de destaques”, ponderou.

 

 “Cordão Samba Sacra veio pra ficar”

O recém criado Cordão Samba Sacra, animado pela Bateria 2000 sob a batuta do mestre Testa (Luiz Carlos de Souza Jr) foi criado para reunir os blocos carnavalescos criados por grupos independentes, mas infelizmente não houve muita adesão.

  Idealizado e coordenado por Adriana Rosa e Luiz Alberto da Silva, o cordão deu um brilho a mais nos festejos de momo e deve continuar. “O Cordão Samba Sacra veio para ficar. É uma novidade em Sacramento, por isso veio um pouco tímido, mas vai crescer, porque despertou o pessoal e muitos, inclusive participantes de blocos antigos na cidade já mostraram interesse e querem retornar”, adianta. 

Adriana e Alberto afirmam que já começaram a trabalhar para conseguir mais blocos para o Carnaval de 2020, data que marca os 200 anos de fundação da cidade. “Então, vamos começar a trabalhar com o objetivo de trazer mais blocos independentes para a passarela. Independente de as escolas saírem ou não, o Cordão estará na avenida”, afirma Alberto, lembrando que os blocos passam a ter um destaque bem maior nos carnavais de hoje.

“- Blocos são uma proposta nova que está presente na maioria das cidades. Hoje, tirando Rio de Janeiro e São Paulo, cidades marcadas por grandes desfiles de escolas de samba, o que predomina é o desfile de blocos. Sou apaixonado por Carnaval, se as escolas voltarem darei todo apoio, mas o bloco sai, por isso optamos por fazer o desfile no sábado”, ressalta, com o assentimento de Adriana. 

O Cordão contou com a participação do bloco infantil Pierrô e Colombinas, idealizado por Adriana Rosa com a participação de seus filhos, João Paulo e Maria Paula, e seus coleguinhas.  

Uma ala de coreografia, com foliões da Beija Flor, coordenado por Juliane Cristina Almeida e, os netos de Noninho, num resgate do Bumba meu Boi, da Maria Giriza, criada pelo avô e pelo também saudoso Antônio Besouro. Para Coriolando Ângelo de Menezes, filho de Noninho, foi muita emoção. “Eu não dou conta mais, os meninos falaram que viriam e vieram mesmo, se quiserem vão resgatar. Papai deve estar feliz com essa participação dos netos”. 

Fechando o Cordão, o Bloco da Alegria, formado por palhaços e o tradicional ‘Vai quem quer’...

 

Para Carnavalescos, escolas de samba precisam ser repensadas

Sobre as escolas de samba da cidade, os organizadores são unânimes em afirmar que as escolas não retornam à avenida se não se unirem. “Desde 2015 elas não desfilam e nada fizeram para voltar. Não é só Sacramento, todas as cidades estão cortando o recurso. Portanto, se as escolas não se unirem e não se movimentarem, não voltam para avenida”, concordam ambos, mas se dispondo também a apoiar qualquer iniciativa para arrecadar fundos através de promoções e retornar com pelo menos uma ou duas escolas de samba. 

Meire Idualte, carnavalesca da Beija Flor Sacramentana e diretora de Projetos da Secretaria de Cultura, esteve em Belo Horizonte no ano passado em busca de orientações. Assumiu o compromisso de mobilizar as escolas para a criação da Liga Independente das Escolas de Samba e, de fato, realizou várias reuniões com as diretorias para esse fim, mas não deu em nada. 

“Há um individualismo muito grande, cada diretoria defende sua escola e, por isso não se chegou a nenhum acordo. Mas, pretendo continuar lutando, reunindo, conversando para chegarmos a um consenso. Isso é necessário para a volta das escolas para a avenida”, afirma, acrescentando que hoje não dá mais bancar carnaval com dinheiro público”, conclui, comemorando a vitória da Mancha Verde, em São Paulo.

 

Segurança deu tranquilidade a foliões

O carnaval agradou não só público, mas também quem trabalhou. De modo geral as avaliações foram positivas.

Para Carlos Antônio Rodrigues, presidente da Comissão Organizadora, excetuando os transtornos de última hora que alteraram a decoração e a estrutura montada, o curto reinado de Momo atingiu o objetivo. “Foi muita correria para deixar tudo pronto e todos se desdobraram para que tudo se resolvesse, mas carnaval é isso, todo mundo feliz, tudo bem organizado, muito seguro e avalio como muito positivo”, afirma, Bananal, que é um dos integrantes da Bateria 2000, 

Sargento Dagrava, do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar (8º BBM), de Uberaba, trabalhando pela primeira vez na cidade, comandando uma equipe de cinco policias, quatro homens e uma mulher, também fez uma avaliação positiva. “Foi um carnaval, além de seguro, muito tranquilo, não tivemos problemas nem com foliões nem com a estrutura”, avaliou. 

Posto médico - Pela primeira vez, o carnaval de rua de Sacramento contou com um médico plantonista no local do desfile, uma exigência do Corpo de Bombeiros Militar. Sargento Dagrava justifica que a instalação do posto está prevista em lei. “A legislação do Corpo de Bombeiros prevê que, em eventos de grandes proporções, que reúnam em média três mil pessoas, tenha um posto médico com a presença do médico e auxiliar de enfermagem. Então, quando vimos fazer a vistoria antes de liberar o evento, solicitamos o posto e os profissionais, no que fomos prontamente atendidos. Isso é um ganho a mais para a população, os foliões que têm um atendimento primário no local, evitando que, em casos simples, o paciente não precise ser levada para o hospital. E essa é outra vantagem, porque não sobrecarrega a casa de saúde”, justifica.

De acordo com o sargento, a maioria dos eventos caracterizaram atendimentos simples, relacionados ao consumo exagerado de álcool ou alguma queda. “O caso mais grave que tivemos foi de uma pessoa que caiu, sofreu um corte na cabeça e teve de ser levada para o hospital. E, também, um caso de crise convulsiva, ou seja, apenas dois casos foram transferidos para a Santa Casa”.  

O posto médico na terça-feira, teve como plantonistas o médico Lucas Domingos Rodrigues da Cunha, de Uberaba e a auxiliar de enfermagem Márcia Urbano. Para o médico, um posto médico em grandes eventos é de suma importância para os participantes, sobretudo para aqueles que precisam de atendimento. “Os primeiros socorros são dados aqui e se precisar de remoção, o paciente é encaminhado com toda segurança”. 

Segurança Unida - A S.U., dos sócios, Joaquim Fontoura de Oliveira e Samuel Batista da Silva, trabalhou com 120 profissionais entre homens e mulheres, na segurança das cinco noites de carnaval. “Tudo correu muito bem, os problemas mais graves foram relacionados ao excesso de álcool, mas logo controlados”, informou, enaltecendo o trabalho compartilhado com os demais serviços de segurança. 

“Fizemos um trabalho conjunto entre Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Guarda Municipal e nós da Segurança Unida”, destacando que trabalha com segurança há mais de 20 anos, dez dos quais com a SU como empresa registrada existe há 10 anos. “Começamos com seis seguranças, hoje temos mais de 100 contratados”, explica. 

Além do Carnaval sacramentano, a  SU atendeu também a cidade de Rifaina com seis seguranças que trabalharam na cidade durante o dia. Joaquim destaca ainda, que além de segurança em eventos, a empresa trabalha também com segurança residencial, empresarial e rural.

 

Ex-prefeito José Alberto elogia evento

O ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, que oficializou o Carnaval na cidade em 1978 faz questão de estar presente nas quatro noites de folia, assistindo a tudo da sacada de sua casa, que fica no coração da avenida. “Assisto a tudo de camarote, diz brincando, ao repórter, elogiando a organização dos festejos. “Muito bem organizado, tranquilo. Sempre gostei muito de carnaval e continuo o mesmo, a exceção de certas músicas que não me agradam muito, nem sabemos cantar... Ainda gosto das marchinhas, os sambas, aliás todo mundo gosta. Quando toca é uma agitação”, afirma, voltando aos bons tempos das marchinhas. 

“- Desde criança eu ouvia as marchinhas, que perduraram por longos anos... E isso dá saudade, mas temos que viver o presente e nos adaptarmos. Mas a animação me empolga. Parabenizo o prefeito que fez o que pôde, carnaval é festa do povo e não pode deixar de realizar. Duas coisas um prefeito não pode esquecer: carnaval e futebol. É o que o povo gosta e tem o direito de se divertir, apesar da situação econômico-financeira do País e do Estado, que não deixa de refletir nos municípios. Fico feliz por ver o povo feliz. Carnaval é isso”.