Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cidade comemora o 1º de Maio

Edição nº 1673 - 03 de Maio de 2019

O 1º de Maio, Dia do Trabalhador e de São José Operário, depois do Carnaval, revela-se como a segunda maior festa popular da cidade, quando, reúne milhares de pessoas nas festividades da Cavalgada, Festa do Peão, shows no Parque de Exposição e festividades da comunidade espírita no Colégio Allan Kardec, Chácara Triângulo e Escola Eurípedes Barsanulfo, em comemoração ao nascimento de Eurípedes.

As comemorações da igreja católica começaram no dia 22 de abril com a novena em louvor a São José, às 17h, em locais de trabalho, na área abrangida pela  paróquia Basílica, onde, de acordo com a noveneira Maria Lina Melo, reúnem-se patrões, empregados e vizinhança. Este ano, a novena foi celebrada na Kamaren, Gráfica Nossa Senhora D´Abadia, Eskina do Sabor, ACDC Baterias, Sandro Donizete Advogados, Marcenaria do Cacildo, Marcenaria do Azevedo, Açougue São José e Oxi Marques. Nessa quarta-feira 1º, dia da festa, duas missas, celebradas por Pe. Carlos Alexandre, receberam os devotos na Basília do Santíssimo Saramento. 

No Colégio Allan Kardec, as comemorações do aniversário de nascimento de Eurípedes Barsanulfo começaram na terça-feira 30 às 19h, com o culto do Evangelho. No dia 1º, a tradicional Hora da Saudade, às 7h da manhã; às 10h, na Escola Eurípedes Barsanulfo, o Seminário “Ação Terapêutica do Espírito” e, às noite, 20h, palestra proferida por Simão Pedro. 

 

Cavalgada leva movimento às ruas

Mais uma cavalgada movimentou a cidade neste dia 1º, reunindo 750 cavaleiros/amazonas que percorreram um grande trajeto, sob forte sol, devido a mais de uma hora de atraso. Prevista para iniciar às 10h, eram mais de 11 quando o desfile teve início. E haja fôlego para público que aguardava sob sol forte e para os animais, cavaleiros e amazonas. O jeito foi conseguir uma sombra sob árvores e marquises e até com direito a cadeiras churrasqueira... Mas sem se esquecer da limpeza. Que vergonha foi o lixo deixado pela população!

A cavalgada como sempre agrada uns e desagrada outros, mas a festa está consolidada, só falta mesmo aprimorar, conscientizar os participantes quanto ao horário e à organização durante o desfile. Vander Borges dá uma boa sugestão na coluna 'De Olho na Rede' e, pessoalmente, o ET pediu também aos organizadores para retirar a carreta de som do meio do desfile, que atrapalha a visão da cavalgada.

À frente do evento, a comissão composta por Reginaldo Manzan, Arnaldo Barreto, Luiz Carlos, Luiz Antônio (Cowboy), João Bandeira, ,Marino Lobato,  Elias Fraga, Perãozinho e mais uma equipe de peso como apoio, Marcelo Marques e Tânia levando o andor de São José e Nossa Sra. Aparecida, padroeira dos peões, a Polícia Militar, Guarda Municipal, Bombeiros Civis, ambulância...  

Abrindo o desfile, as bandeiras do Brasil, Minas Gerais e Sacramento, seguidas da corte com a rainha  Kalyanny Vitória, a princesa, Kemilly   Garcia,  a miss simpatia, Jaqueline Clemente, a rainha e o cavaleiro  mirim. 

No Parque de Exposição Hugo Rodrigues da Cunha, além do almoço da APAE, os presentes puderam desfrutar de várias atrações. À noite, abertura do rodeio e show com Vadim Violeiro e Roby e Thiago.

 

Coordenação não exige inscrição

Foram muitos elogios e críticas em relação ao desfile. Fiquemos com as críticas construtivas, para melhorar ainda mais no próximo ano. E veja que são sempre as mesmas dos anos anteriores. Algumas das sugestões:

- inscrição antecipada de comitivas, que deveriam abrir a cavalgada, todas uniformizadas e com faixas de denominação; 

- obediência no horário de saída, em respeito ao público que aguarda; 

- para a premiação das comitivas, punir com pontos os cavaleiros e amazonas que desfilarem com latinhas de cerveja;

- só depois da passagem das comitivas uniformizadas, entra o bloco da 'Comitiva do Vai quem Quer', conforme sugestão de Vander Borges. 

- A carreta de som, lavada e enfeitada, deve estar à frente do desfile, a uma distância que não atrapalhe a cavalgada. 

- E a premiação? Por que não premiar com troféus ou até mesmo em espécies/cheques, a comitiva mais organizada; com maior número de participantes; a amazona mais bonita; o cavaleiro a caráter; o cavalo de raça mais bonito; o burro/mula mais enfeitado; etc, etc, com a entrega dos prêmios no Parque, à noite.  

Em entrevista ao ET, o incansável Zezé Manzan, com alguns voluntários, mantém a organização do evento com enorme sacrifício. Reclama da falta de pessoal para organizar melhor a cavalgada. “Não fazemos inscrição por uma questão de logística, não temos sede nem pessoal para isso, mas é um caso a ser pensado para os próximos anos”. Como se trata de um evento que faz parte do calendário cívico-cultural da cidade, a Secretaria de Cultura não poderia colaborar? Fica a sugestão.

E, falando a respeito do Troféu  Marcenal Bizinoto, Reginaldo considera justíssima a homenagem. “Homenagem muito justa do prefeito Baguá àquele que deu a vida por essa cavalgada e o rodeio, sempre à frente organizando tudo e nós que estivemos junto com ele somos muito agradecidos ao prefeito e aos vereadores que aprovaram por unanimidade o projeto”.

Luiz Antonio Silva, o Cowboy, há 23 anos está envolvido com rodeio, cavalgada, narração dos eventos e fala dessa paixão. “É muito gosto, um momento de rever e confraternizar com os amigos, uma coisa que a gente fica esperando o ano inteiro. É gratificante ver as pessoas que vêm da zona rural, das cidades vizinhas”, destaca, recordando a primeira vez que participou de uma cavalgada. 

“- Há 23 anos, a primeira vez que participei da cavalgada, me  fizeram  vestir de Zorro. Um calor de mais ou menos 40 graus e eu lá com uma roupa preta, capa preta até no pé, pegando fogo... Ao ser questionado sobre quem era o Tonto, respondeu, entre risos dos presentes: “Ôa!! Eu fiz os dois papéis”. 

Além do rodeio, a Festa do Peão teve mais três shows. Na quinta-feira 2, com dupla, João Pedro e Cristiano e o DJ Alex Tubarão e, nesta sexta-feira 3, o Trio Parada Dura e, amanhã, sábado, e encerramento  neste sábado, com a  dupla Hugo e Guilherme. 

 

Comitivas presentes na cavalgada

Carros de Carneiro da Tapira, Carro de Boi da Tapira, Recanto JM, Diogo's, Haras Zandonaide, Chácara JB, Trevisan, Fazenda Estilo, Miguel Vieira, Agropecuária MB, Haras Crema, Coração Sertanejo, Espora de Prata de Rifaina, Cachaça PO, Toca da Onça de Buritizal, Bananal, Desemboque, Cocal, Soberano, Sem Rumo, Vitorinos, Sem nome, Dos Barba, S.U, Tropeiros do Lajeado, Oliveira, Paulo Vitoriano, Fazenda Camurça, Criadores Campolino Machador, Sete Voltas, José Cigano de Delfinópolis, E Eu Bem e  Os Muladeiros de Uberaba.

 

APAS, lado a lado com a cavalgada

Este ano a associação 'Amigos Protetores dos Animais de Sacramento' (APAS) acompanhou de perto a concentração para a cavalgada, conversando e adesivando todos os participantes com a mensagem, “Respeito a tradição e os animais”. 

Para a presidenta da entidade, Érica Jancso, a presença no evento é importante. “Estamos com uma proposta diferente, estamos no local, porque chegamos à conclusão de que temos que ir na fonte. Não adianta só falar, temos que estar junto aos cavaleiros. Mesmo porque já pudemos observar animais expostos ao sol, sem água, apanhando de chicote...”, justificou, falando das ações. 

“Decidimos vir, conversar, colocar os adesivos para que haja uma melhor conscientização. É uma tradição na cidade, mas acabando o evento, levem  os animais embora, alimentem, deem água e, não tem por que ficar rodando a cidade com os animais. Enfim, foi muito bom, pessoal legal, muito receptivo, colocando os adesivos, nos ouvindo. Foi um bom começo”, reconheceu, agradecendo a boa receptividade dos participantes. 

Para Érica, a aprovação da lei que proíbe o uso de fogos de artifícios nos eventos com a participação de animais, é de suma importância. “Foi uma felicidade para nós que já vínhamos lutando há tempos por essa proibição, porque isso e muito prejudicial para os animais que têm uma audição muito maior que a dos humanos, além disso, eles ficam agitados, se machucam  e isso acaba até atrapalhando o evento em si. Vamos torcer para que de fato a lei seja cumprida”. 

Infelizmente, não foi, mesmo durante a cavalgada ouviram-se fogos e, à noite, no Parque de Exposição, assemelhou-se à comemoração de Ano Novo, chuva de fogos pirotécnicos.

“Fico emocionado por ver tanto cavalo numa cavalgada como essa”
Quem esteve na concentração para a cavalgada, observando tudo atentamente, foi o grande criador do Mangalarga Marchador, Claret Zandonaide, cujos filhos, netos, sempre marcaram presença no evento, abrindo o desfile há 44 anos. Claret nunca participou da cavalgada,  mas confessa sua paixão por ver animais bem tratados. 
“- Nunca desfilei, mas gosto de ficar apreciando. Meus filhos nunca perderam e agora vêm os netos.  A gente como criador tem que prestigiar.  É uma festa bonita, festa muito grande que grandes animais como expoentes. Independente de raça são animais muito bem cuidados. Isso é valorizar os criadores, difundir a montaria e os animais. Sem falar da oportunidade de os proprietários e criadores mostrarem seus animais. A cavalgada não deixa de ser uma vitrine. Fico emocionado por ver tanto cavalo numa cavalgada como essa, é muito bonito”, avaliou.  
O criador de cavalos, Clarete Zandonaide