Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Carnaval 2019 tem desfile de blocos

Edição nº 1663 - 22 de Fevereiro de 2019

Este ano completam-se quatro anos do fim do carnaval de rua na cidade com os desfiles das escolas de samba. Os foliões e folionas lamentaram o brilho apagado na passarela desde 2015. Dois anos depois, ao assumir o seu mandato, o prefeito Wesley De Santi de Melo reiniciou a folia carnavalesca, não totalmente resgatando o carnaval de rua com os desfiles, mas concentrando os amantes do carnaval no Parque de Exposição Hugo Rodrigues da Cunha,  o que não agradou muito. 

Em 2018, a festa voltou à tradicional avenida do samba, a Visconde do Rio Branco, com uma nova roupagem, aí sim fazendo a alegria do público. Para quem gosta, foi um sucesso e tanto, com direito até a um desfile improvisado pelos amantes da passarela, que tiraram do fundo do baú, as fantasias guardadas e dando um toque especial na noite de domingo.  Ficou até a expectativa da volta das escolas com os desfiles bancados com patrocínio próprio, sob a coordenação de uma possível Liga das Escolas de Samba.  Mas deu em nada. Tudo não saiu do papel.

 Para bancar um desfile completo, patrocinando quatro a cinco escolas de samba, o custo é alto. Em 2015, por exemplo, as quatro escolas de samba, Acadêmicos do Borá, Beija-Flor, Treze de Maio e Unidos do Areão receberam cada uma, R$ 45 mil. Em 2016, cada escola recebeu R$ 46 mil e mais R$ 12 mil para a Associação Bateria 2000. Considerando a inflação, hoje seria algo em torno de R$ 70 mil para cada escola, além dos custos da infraestrutura básica, som, iluminação, seguranças, banheiros, arquibancada...

 

Prefeitura vai investir R$ 150 mil no carnaval

Em entrevista ao ET, o prefeito Wesley reconheceu que os recursos destinados ao carnaval de rua, quando constantes do orçamento, não representam gastos, mas investimento. “Nunca encarei o dinheiro aplicado no carnaval como gasto, mas um investimento em troca da promoção turística da cidade e do movimento e vendas promovidas pelo comércio local, além da hotelaria, que no fundo gera ICMS para a cidade”, ponderou, justificando, entretanto, a crise atual.

“- Acontece que, nos últimos anos, os municípios mineiros, em consequência da crise do governo estadual, descapitalizaram, perderam receita por conta da falência do Estado, que deixou de repassar aos municípios parte dos recursos que lhe são de direito, como o ICMS e outros. E não podemos nos dar ao luxo de promover os festejos, naqueles moldes, pois estaríamos sufocando outros setores imprescindíveis da administração, como saúde, educação, transporte, limpeza, etc”.

Diante da situação, considerando dois aspectos, a vontade popular e a tradição, o prefeito decidiu continuar com os festejos com um formato mais simples. “Não podemos deixar de avaliar o carnaval sob a ótica da tradição, marcas que ficaram gravadas para sempre depois de anos de grandes desfiles; e o outro, a vontade popular, o desejo da população. De que adianta uma Prefeitura se ela não realiza a vontade de seu povo. A cidade sempre foi reconhecida e valorizada pelo seu carnaval. Já bem antes do evento, os turistas ligavam, perguntavam sobre o carnaval, reservavam hotéis, sacramentanos vinham de longe passar o carnaval em sua terra natal...”

Falando sobre o evento deste ano, Wesley, informou que será nos mesmos moldes do carnaval de 2018, com algumas atrações a mais, programadas por um grupo amante do carnaval, que está liderando um desfile de blocos. A segurança será a mesma, apoio da Polícia Militar, reforçada com seguranças contratados, com revistas nas entradas para a avenida, proibindo qualquer material suspeito, assim como serão proibidos a venda e o uso de bebidas em recipientes e copos de vidro na avenida, bem como a entrada de sacolas e caixas térmicas com bebidas, assim como a instalação e distribuição de som na avenida e suas imediações.

A novidade fica por conta do Cordão Samba Sacra, idealizado pelos carnavalescos, amantes do carnaval, Adriana Rosa e Luiz Alberto da Silva. “Apoiamos os idealizadores do Cordão, até porque, como disse, não temos condições financeiras para bancar as escolas de samba”, disse mais, falando da ajuda extra à Bateria 2000.

“- Diante da situação do sucateamento dos instrumentos da Bateria 2000, que vai puxar o cordão dos blocos, vimos por bem, enviar um projeto de lei à Câmara solicitando uma verba de R$ 10 mil para a reparação das caixas, troca de couros, etc, que passou com um quórum apertado. Quatro vereadores votaram a favor e quatro contra, com o presidente Matheus desempatando pela aprovação”.

Os vereadores contrários, Henrique Spirandeli Andrade, Leandro Roberto de Araújo,  Maurício Alves Rodrigues e Pedro Teodoro justificaram que os recursos deveriam ser destinados às escolas de samba da cidade, por isso não aprovaram a ajuda.