O Sindicato dos Produtores Rurais de Sacramento, que desde o dia 2 de janeiro, está sob a direção de nova diretoria, presidida por André Eugênio Barra Bizinotto, reuniu, na noite dessa quinta-feira 25, no Centro de Convenções Anésio Gonçalves de Melo, os principais produtores de soja dos municípios, para uma rodada de palestras proferidas por especialistas do setor.
Estabilidade e recuperação da economia
Falaram aos produtores, o engenheiro agrônomo Marcos da Rosa, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), que abordou entre outros temas, 'Royalties da Soja Intacta'; o jornalista João Batista Olivi, fundador do programa Noticias Agrícolas e âncora do programa Mercado & Cia, no Canal Rural, que tratou entres outros assuntos, sobre o cenário político.
O jornalista João Batista Olivi, fiel crítico do governo petista, em entrevista ao ET, disse que “os fatos que vêm ocorrendo no país, como por exemplo, a condenação do ex-presidente Lula, acena para uma estabilidade do dólar e recuperação da economia e nos dá uma tranquilidade como exportadores que somos e a recuperação econômica, que tem dois lados bons: recupera a economia, fazendo a população consumir mais e isso derruba a inflação e favorece a exportação, isto é, o país se torna confiável”, frisou.
Falando sobre a safra recorde de 2017, Olivi previu que a produção agrícola deste ano deve ficar abaixo, em comparação à safra anterior, especialmente no Sul onde houve excesso de chuva.
“Mas o que se produz em Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso vai compensar as perdas do Sul, então é inegável que mais uma vez o agronegócio vai sustentar a balança comercial do país, mas como diz o Marcos da Rosa, importante ter também renda no bolso do produtor, não é só produzir e vender é preciso ver retorno”.
'Podemos ajudar nas estratégias do país”
O engenheiro agrônomo Marcos da Rosa trouxe para os produtores locais um incentivo para participar de associações. “O Brasil está passando por um momento de grande transformação que passa por nós, a sociedade organizada. E nós, como produtores, temos as nossas organizações tais como os sindicatos rurais, federações estaduais, a Aprosoja que chega agora a Minas Gerais com a posse da diretoria no dia 6 de fevereiro. E todos podemos ajudar nas estratégias do país”, disse, conclamando os produtores a se envolverem na política partidária e poder escolher melhor seus deputados.
Destacando a classe rural como o maior PIB nacional, ao exportar 65% da soja produzida, Da Rosa frisou que a sociedade organizada precisa melhorar o país. “A renda do produtor rural que está complicada, porque o curso da produção chegou muito próximo da produtividade”, alertou, exemplificando a questão dos royalties da soja intacta
“- Houve um aumento de produtividade, mas o aumento do custo da produção veio junto. “Isso não pode acontecer e não pode continuar, temos que estancar o custo na produção e um dos fatores sãos royalties pago pelos produtores pelo uso de sementes certificadas”.
Segundo Da Rosa, tramita na justiça uma ação que pede o cancelamento da patente da semente de soja Intacta RR2 PRO, que pertence à Monsanto. “A associação pede que a patente seja revista pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e declarada nula. Outro pedido é para que os valores dos royalties sejam depositados em juízo até o julgamento do mérito do caso. E mais, dados apontam que o sojicultor brasileiro paga até 150% mais por royalties da Intacta que os países vizinhos”, informou.
A boa notícia, segundo ainda o agrônomo, é a posse do presidente da Aprosoja Minas, sediada em Uberaba, que será presidida por Wesley Barbosa de Freitas, de Capinóplis. “Agora instalada em MG, a associação vai agregar muito para os sojicultores mineiros, vai ganhar poder para não deixar os riscos acontecerem, porque a Aprosoja, além dos inúmeros benefícios que oferece, tem trabalhado e articulado, politicamente, em favor do produtor, um exemplo disso são os royalties da Monsanto”, exemplificou.
O presidente André Eugênio Barra Bizinotto ao abrir e agradecer a presença dos palestrantes e produtores presentes, realçou a importância dos temas apresentados para os sojicultores do município e conclamou a todos para aumentar o número de associados do Sindicato, pelo fato da perda de receita orçamentaria advinda das contribuições da CNA que não são mais obrigatórias.