Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sem-terra voltam à Fazenda Chapadão do Zagaia

Edição nº 1622 - 11 de Maio de 2018

Na madrugada do último domingo 6, por volta das 2h, RBSO, diretor de uma empresa Agro Florestal Serra da Canastra, no Chapadão do Zagaia acionou a PM, denunciando a invasão da propriedade. 

A PM compareceu ao local, que fica aproximadamente a 1.400 metros do povoado das Sete Voltas e deparou com um acampamento recém montado na beira de um milharal,  onde havia cerca de dez veículos entre carros e caminhonetes, dez barracas de lona e madeira e várias outras barracas sendo construídas. A PM constatou ainda a presença de  cerca de 30 pessoas no local, em sua grande maioria homens em idade adulta. Também puderam perceber que as pessoas usavam madeira retirada da propriedade para construir as barracas e que parte da construção do acampamento foi feita sobre a lavoura de milho, danificando a plantação.

 Conforme o BO, ao perceberem a presença da PM, todas as pessoas foram ao seu encontro, demonstrando certa hostilidade. A PM pôde verificar que muitos deles, talvez a maioria, eram pessoas que haviam invadido um outro ponto da mesma fazenda no final de 2017. 

A PM fez contato com EGN e um homem que se apresentou como JAB,  que falaram em nome dos demais. Na conversa, Edilson disse que descobriram, através de documentos - que não foram apresentados à PM - que aquela área não pertence à empresa Chapadão do Zagaia, mas que, na verdade, pertencia a um fazendeiro da região de nome José Sebastião, falecido e que seus filhos não reivindicaram a herança e, portanto, não pertence a empresa à Chapadão do Zagaia, por esse motivo ocuparam a terra.

 De acordo com o BO, EGN é conhecido da PM, pois estava à frente dos invasores na ocupação de outro ponto da mesma fazenda que ocorreu no final de 2017. Na época, representou os invasores em todas as reuniões e negociações que aconteceram.  Já o homem que se apresentou como JAB, ainda não havia sido visto na região.

  A PM informou-lhes que os representantes da empresa, proprietária da fazenda e a arrendatária, reivindicam a posse do local invadido e pedem que os invasores se retirem. Mas, todos os presentes foram unânimes em responder que não vão se retirar. Afirmando que os invasores fazem parte do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), cuja bandeira estava hasteada no local, E acrescentou que muitas famílias ainda irão para o local e que o acampamento ficará do tamanho do que foi construído na invasão anterior. 

PHM,   representante da empresa arrendatária da fazenda, relatou à PM, que na manhã do dia 6 de maio último, os funcionários faziam a colheita do milho na lavoura invadida, quando E.  foi até eles,  acompanhado de mais seis homens e ordenou que parassem a colheita, pois iriam reivindicar a produção daquela colheita, como forma de compensar os prejuízos que tiveram na invasão anterior. PHM disse que,  temendo pela segurança de seus funcionários, interrompeu a colheita. 

RBSO, diretor da empresa proprietária acrescentou que E lhe havia dito que vão invadir novamente a sede da fazenda como fizeram anteriormente, ocupando barracões, escritório e outras edificações.