O projeto Fila Zero lançado pela Secretaria de Saúde da Prefeitura na última sexta-feira 6, veio com uma boa notícia para o grande público que lotou o salão do CRES Antônio Júlio.
“- Entre os exames que já estão sendo agendados, estão 362 cirurgias de cataratas, 160 tomografias e 120 ressonâncias” informou o secretário de Saúde, Reginaldo Afonso dos Santos, acrescentando que, além desses procedimentos, serão realizados ainda exames de imagem, tais como radiografias, ultrassonografias em geral, audiometria e impedanciometria, colonoscopia, densitometria, ecocardiografia, endoscopia, holter, mapa espirometria, dentre outros, além de diversos exames laboratoriais.
Dentro ainda do projeto Fila Zero estão previstos mutirões de consultas e avaliação de resultados com a contratação de médicos e outros profissionais necessário. Além dessas ações, outras estão sendo implementadas como transporte para exames em outras cidades e despesas com outras demandas para a realização dos exames.
PMS assume exames de média complexidade
Em entrevista ao ET, o secretário Reginaldo explicou como funciona, ou como deveria funcionar o Sistema Único de Saúde em relação a esses procedimentos: “A obrigação de atender a baixa complexidade, denominada de atenção básica, que é a prevenção e a promoção da saúde, é da Prefeitura. A média e alta complexidade, por exemplo os procedimentos cirúrgicos, exames de alto custo, que envolvem casos mais graves já seriam de obrigação do governo estadual ou federal e, aqui no nosso caso, deveriam ser feitos em Uberaba”.
“Deveriam - prossegue o secretário - pois o estado, infelizmente não está assumindo seu papel, então o município está arcando. Temos hoje especialistas em todas as áreas de médica complexidade e isso vai gerando uma demanda de exames cada vez maior, sem contar uma demanda dos anos anteriores”, explica, informando que, em 2017, a Prefeitura já conseguiu realizar uma boa quantidade de exames, com o mutirão de cirurgia de garganta e nariz. “Porém, em relação à cirurgias de catarata, só conseguimos 20 com o Ministério da Saúde, nem 10% da nossa demanda”, informa.
Ainda segundo o secretário, a Secretaria de Saúde vem intercedendo junto à Santa Casa de Araxá para realizar as 160 tomografias e 120 ressonâncias aguardadas, a preço do SUS. “Esse trabalho deu resultado, já assinamos o convênio e os atendimentos vão começar nos próximos dias”, revelou satisfeito, informando que outras dez cirurgias já estão agendadas.
Finalizando, informou o secretário que a Prefeitura já publicou as licitações para a realização dos demais exames.
“- Nosso objetivo é zerar as filas de todo tipo de demanda em um ano”, destaca, comemorando o êxito da reunião. “Foi muito bom, uma participação muito boa. Convidamos as pessoas que já estão agendadas, todos os agentes comunitários de Saúde, tivemos a presença do presidente da Câmara, Dr. Pedro e outros vereadores e todos gostaram muito da notícia”.
PMS contrata mais 31 Agentes de Saúde e promove curso
Para atender de forma mais eficiente as sete micro áreas de atuação da cidade e uma da zona rural, a Prefeitura contratou mais 21 agentes comunitários de saúde este ano. O aumento de 50% dos funcionários do setor, de 40 agentes no ano passado para 61 este ano, segundo o secretário Reginaldo Afonso dos Santos “é essencial para a execução de um bom atendimento”.
O curso tem uma duração de 60 horas, atendendo a uma programação do próprio SUS, que contempla um capacitação completa do agente. “É um curso à distância, ministrado pelo SUS e, nós, enquanto gestores, os enfermeiros das unidades básicas, psicólogos e outros profissionais vamos complementando as informações de acordo com a nossa realidade”.
Agente é porta de entrada no sistema de saúde
De acordo com Reginaldo, o agente comunitário de Saúde é um profissional de extrema importância, ele é, conforme define, “a porta de entrada no sistema de saúde”, e explica:
“- O agente comunitário de saúde é aquele profissional que deve ter domínio total de sua micro área, isto é, conhecer a fundo todas as pessoas e seus históricos de doenças, vacinas, medicamentos usados, procedimento, mesmo quando feitos fora de Sacramento. O agente deve visitar, pelo menos uma vez por mês, cada família da sua área e ter no final de cada visita um relatório. Cada família tem a sua ficha”.
Questionado sobre o resultado do trabalho do agente, Reginaldo garantiu que está sendo eficiente e demonstrando resultados. “Temos conseguido bons resultados com este aumento de agentes, com uma vantagem, cobrindo de forma eficiente todo o município, com oito a nove agentes em cada micro área”, avalia, ressaltando que “mais agentes representa menos custo na média e alta complexidade, cujo tratamento envolve procedimentos a um custo muito maior”.
Ainda segundo o secretário, a internação hospitalar diminuiu o ano passado, assim como o índice de mortalidade infantil que foi a zero. “Pelas estatísticas, o município tinha uma média de quatro mortes por ano, no ano passado não tivemos nenhuma morte. Este ano, até agora, infelizmente, tivemos uma. Essa redução é resultado da qualidade do pré-natal, do acompanhamento, da nutrição. E isso é muito bom, porque um dos índices mais importantes é a mortalidade infantil e a materna. A materna, graças a Deus, há muitos anos não temos nenhum registro”.
Outro aspecto importante, entre as atribuições do agente, é o vínculo entre a família e o agente. “É o agente que vai na casa de cada família, o agente é quem marca as consultas, às vezes, até acompanha a pessoa ao médico, especialmente aquelas pessoas mais idosas. Há determinados verbos que o agente usa no dia a dia: 'pegar', 'levar', 'acompanhar', 'ver', 'olhar', 'orientar'... se precisa por exemplo da visita médica ou da enfermeira. Ou seja, o agente tem que estar consciente de sua função e das necessidades de todos os usuários do SUS atendidos na sua micro área, ele tem que sentir essa ajuda do agente”, explica mais.
Projeto terapêutico singular
Outro aspecto importante ressaltado pelo secretário Reginaldo é que o agente ou a agente tem que encarar o paciente como um todo, não apenas o problema detectado naquele momento da visita.
“- As pessoas serão avaliadas com a visão de uma clínica ampliada. Por exemplo, se a pessoa tem um problema de coração, ela não vai ser tratada só do coração, mas também das eventuais causas do problema: sedentarismo, alimentação inadequada, o tipo de vida que leva, se tem depressão, vícios, se precisa de psicólogo.
A partir de então, com a boa relação existente entre agente e família, é elaborado o projeto terapêutico junto com a equipe de saúde, o agente e a família. A isso damos o nome de Apoio Matricial, isto é, a equipe Saúde da Família é responsável pelo paciente que, quando precisa de outro tipo de atendimento, aciona o 'apoio matricial', que fará o encaminhamento”, explicou, justificando a importância do curso para os iniciantes e a atualização e capacitação para os mais antigos.