O projeto Interagir, criado pela Secretaria de Assistência Social e aplicado no Lar Solidário, é um dos grandes projetos culturais da Prefeitura, que envolve um universo de 70 educandos entre crianças e jovens e mais de 200 usuários e usuárias das oficinas programadas pela instituição, ao longo do ano: lazer, cultura, esporte, teatro, dança moderna, balé, informática, trabalhos artesanais em pintura em panos, telas, biscuit, tapetes, além do trabalho psicossocial.
O Lar Solidário atende os usuários no contraturno escolar. Quem estuda de manhã em alguma escola pública da cidade, começa às 12h no Lar e, quem estuda à tarde, chega às 7h na instituição, que fornece café da manhã, lanche no recreio, almoço, café da tarde e banho.
“Estou saindo daqui do Lar Solidário com o coração na mão, como dizem, dada a emoção que vivi durante as apresentações culturais das crianças e adolescentes do projeto Interagir, no palco do Lar Solidário, completadas, ainda com uma belíssima e riquíssima exposição de trabalhos, que vão da pintura em tecido e em tela a bordados, artesanatos, pois são várias as oficinas. Uma beleza!”, avaliou o prefeito Wesley De Santi de Melo, que assistiu ao lado da primeira dama, Profa. Maria Tereza Abrate, o evento preparado pelos servidores do Lar, sob a coordenação de Juliane dos Reis e Priscila de Oliveira Almeida, na noite de 17 último.
Para o prefeito, o projeto Interagir trabalha de maneira inteligente com os usuários da Secretaria de Ação Social. “ 'Quem pede, ganha, mas quem pede também aprende'. Talvez seja este um slogan apropriado para esse projeto, pois as pessoas necessitadas e carentes atendidas pela Secretaria participam também das oficinas de aprendizagem, por isso gostaria, de público, de parabenizar a secretária Sílvia e, nas pessoas das coordenadoras Juliane e Priscila, todos os educadores do Lar Solidário, mas principalmente, os 'donos da festa', as crianças, adolescentes e jovens e, também os pais e aqueles que participam das oficinas pelas comoventes apresentações e beleza da exposição”, elogiou, ressaltando também o seu lado psicossocial:
“- O nome do projeto define bem, Interagir quer dizer relacionar-se com o outro, confraternizar-se, viver e fazer amizades com troca de experiências. Percebo que há aqui no Lar Solidário um congraçamento, uma convivência interessante, pois saem daqui mais enriquecidos pelas atividades vividas, pelo humanismo, pela ética praticada”, finalizou.
Ficamos muito felizes esta noite
A afirmação do título é da assistente social, Juliane dos Reis, em entrevista ao ET. “O ano foi longo, às vezes encontrando barreiras, dificuldades, mas sempre lutando junto com as crianças para enfrentar todos os obstáculos. E vemos que valeu a pena. Assistindo às apresentações percebemos que eles souberam e conseguiram exprimir suas potencialidades. Nosso papel é este, de busca, vimos pra cá para conseguir achar o que eles têm de melhor e mais bonito. E foi o que aconteceu hoje, uma satisfação muito grande. Ficamos felizes. E esperamos que, em 2019, possamos oferecer mais qualidade para servir”, avaliou, agradecendo o grande apoio e incentivo dado pelo prefeito e secretária ao projeto.
A psicóloga, Priscila de Oliveira Almeida, que divide a coordenação do Lar Solidário com Juliane, também fez uma avaliação positiva do projeto Interagir, no trabalho junto aos problemas vivenciados. “Os problemas enfrentados são nascidos das situações reais de nosso cotidiano, como questões sociais, emocionais, de autoestima, as quais intervimos no sentido de levantar o potencial, dar credibilidade a essas crianças e adolescentes”, explica.
Priscila compara a descrença que algumas vivem nas ruas, sem uma ocupação com a presença sempre motivadora do projeto Interagir, através das inúmeras atividades ali vividas. “Aqui, trabalhamos para despertar em todos um novo olhar para a vida, um novo olhar para a realidade deles. Por isso que digo que nossos trabalho aqui seja de restauração, de transformação de vidas”, aponta, ressaltando que o trabalho é inédito na região.
“-Não existe algo semelhante na região. Esse trabalho do Lar Solidário com as crianças e adultos é inédito, por isso que muitas pessoas que visitam o Lar são unânimes em afirmar que ficam admiradas com o trabalho realizado pelos educadores. E é por isso que devemos dar uma extrema importância, um extremo valor a esse projeto”.
O projeto interagir é muito mais do que apenas dar
O trabalho da Secretaria de Ação Social não é exclusivamente fornecer cestas básicas a famílias carentes. É muito mais que isso. Nosso trabalho, há dois anos, é de promoção social. Uma promoção que acolhe os mais necessitados, ajuda, presta assistência, mas também promove socialmente essas pessoas. A sociedade hoje está muito carente, não apenas de pão, também de amor, de autoestima, motivo pelo qual os usuários da Secretaria, hoje mais de 200 pessoas, estão integradas em alguma das oficinas que promovemos”, pontuou a secretária Sílvia Madalosso Dreher.
Para a secretária, o acolhimento proporcionado pelo Lar Solidário às crianças e jovens, aos pais e usuários é um merecimento. “Não há dinheiro que pague”, reconhece, lembrando a felicidade das crianças sempre que participam de alguma excursão. “A última, por exemplo, no Shopping de Uberaba e entrando pela primeira vez num cinema, foi pura emoção, para elas e para mim, ao sentir a sua alegria, felicidade por viver aquele momento”.
Destacando a crise vivida pela Prefeitura da cidade por conta da falta dos repasses, disse que o prefeito Wesley é um grande parceiro. “Ele valoriza a Educação como ninguém, passou a bancar as despesas do Lar Solidário com recursos próprios do município. Ninguém paga nada, nem mesmo os materiais utilizados nas oficinas”, revelou, salientando que duas vezes por semana há também encontros com a Assistente Social e Psicóloga. “Então é isso, não queremos ser uma instituição depósito, onde só se dá, uma entidade distribuidora de cestas básicas. Não queremos que venham aqui só pedir, mas sobretudo que venham para participar”.
Finalizando falou da alegria ao chegar naquela noite e cumprimentar um dos usuários adultos das oficinas. “ 'Oi, tudo bem, com vai a senhora?' 'Bem melhor quando te vejo', foi a resposta. Aqui a gente cria vínculos. Minha cabeça muda com uma saudação dessas”.