Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Há 20 anos UHE de Igarapava cuida do meio ambiente

Edição nº 1628 -22 de Junho de 2018

O Consórcio da Usina Hidrelétrica de Igarapava (UHE), desde a inauguração da hidrelétrica em 1998, assumiu o compromisso de cuidar do meio ambiente com ações que implicam no desenvolvimento de um programa de Educação Ambiental, que reúne uma grande equipe de profissionais, com o objetivo de conscientizar a população, em especial os educandos, sobre a importância da natureza para a sobrevivência da humanidade. 

A analista ambiental da usina, Joelma Mendes Gomes Ferreira, explica que o 'cuidar do meio ambiente' tem uma dimensão bem maior. “Primeiro, é preciso conscientizar, depois realizar ações concretas que estimule as pessoas a mudança de postura perante a natureza; falar da responsabilidade com o planeta onde vivemos; defender e lutar pela preservação do meio ambiente. Esse é o cuidado que queremos”, alerta.

 De acordo com Joelma, o fortalecimento da Educação Ambiental nesta semana tem por meta atingir principalmente as crianças. “queremos ensinar atitudes sustentáveis, para que o trabalhe não fique marcado apenas numa data, mas que as crianças levem pela vida a fora, em especial às comunidades onde estão inseridas, os conceitos e vivências proporcionados aqui hoje. Que todos possam ser cidadãos conscientes em relação à natureza, com ações de recuperação e preservação”, ressalta, informando que os alunos que participam das práticas e oficinas vêm das escolas dos municípios vizinhos, Delta, Igarapava, Conquista, Rifaina, Sacramento e Uberaba. 

Este ano, vivenciando o tema da semana, 'O futuro se planta no presente', o programa de Educação Ambiental que a Usina de Igarapava está desenvolvendo recebeu apoio de mais parceiros. “Nossos parceiros deste ano são a Polícia Ambiental, Uniube, Circuito Turístico Alta Mogiana, Maritaca Turismo SABESP, Comunidade Terapêutico Templo de Israel, que trabalha com reciclagem e Tanque Rede de Jatobá, empresa que cria peixes no lago”, informou a analista ambiental, observando que este ano as palestras foram substituídas pelas práticas e visitas monitoradas. 

Ampliando os parceiros, o leque de informações também foi maior. De acordo com Joelma, as oficinas desenvolvidas envolveram práticas sobre as matas ciliares, reciclagem, resíduos sólidos, peixes nativos e exóticos do Rio Grande e o viveiro de mudas, que são as plantas utilizadas no reflorestamento ciliar. “Para as crianças é uma oportunidade de conhecer as nossas ações e, também, de fazer o seu eco-bonsai - uma prática milenar chinesa que deixa as árvores sempre pequenas - que estão levando pra cuidar em casa”, explicou.

Outra novidade da SMA deste ano foi a oficina, 'Como plantar'. Com a ajuda dos responsáveis pelo viveiro, as crianças receberam sementes que foram plantadas por elas mesmas. “As futuras mudinhas serão cuidadas pelos nossos funcionários, para que sejam utilizadas pelas crianças que vierem participar do projeto no próximo ano”, explica Joelma, salientando que este ano os participantes não tiveram palestras, mas vivência, práticas de sustentabilidade. 

O ambientalista Fred Crema, da Maritaca Turismo, coordenou uma das oficinas ambientais do programa, como plantar e cuidar de um bonsai, aquela arvorezinha que não cresce. Com uma capacidade didática digna de um bom professor, unindo conhecimento e humor, Fred vai levando a sua aula com alegria e interesse. Para ele o futuro está nas crianças.  

“- As crianças é que vão conseguir mudar o planeta, os velhos são mais cabeças duras, têm uma opinião formada, por isso acredito na educação debaixo para cima e aí sim vamos ter um planeta melhor”,afirma destacando a  importância das crianças plantarem um bonsai. 

“O bonsai é a árvore da vida, uma tradição oriental milenar e que pode ser cultivada em casa. Ele é sinal de vida e deixa uma mensagem legal”, destaca, acrescentando que o bonsai é uma técnica chinesa e japonesa de plantio. Observa que o bonsai não é um tipo específico de planta, mas uma árvore como outra qualquer. “A técnica para a árvore permanecer sempre pequenininha está na poda da raiz, de qualquer planta, isto é, qualquer árvore pode ser transformada num bonsai. Aliás, a preservação é um presente para o futuro e é uma coisa que eu acredito muito”, ressalta.


Parceiros falam da importância do programa 

Mateus George Silva, acompanhado de Felipe, Darha, Érica e Lara estagiários do departamento de Engenharia da Prefeitura de Igarapava, destaca, que o Consórcio da UHE de Igarapava realiza esse trabalho de parceria para a educação ambiental do município. “Nossa ideia é de, futuramente, levar os demais municípios a participarem com um único objetivo: levar a mensagem de conscientização ambiental a toda população”, explica Mateus, incumbido de mostrar a infraestrutura da usina. 

Rafael Faria dos Santos, aprendiz da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), de Igarapava, e Lucas Galdino Pin, voluntário da Associação Igarapava Sabesp, também participaram das oficinas ambientais. “Nosso intuito é conscientizar as crianças do quão valioso é a coleta da água bruta e os processos de tratamento que recebe, para se tornar potável e também o pós uso, ou seja, o que acontece com a água, após a utilização, o tratamento de esgotos.  E tudo isso lhes é explicado de maneira clara e simples para que entendam qual a importância, da preservação dos mananciais e da água na nossa vida. A água é o bem mais precioso que temos”, ressalta o voluntário Lucas. 

Finalmente, o cabo Leonardo Costa e cabo William, ambos da Polícia   Meio Ambiente levaram à UHE stand de animais silvestres taxidermizados e vivos, montado em parceria com o curso de Medicina Veterinária da Uniube. Ressalta Leonardo que o próprio termo 'sustentabilidade' remete às próximas gerações. 

- “Nós precisamos do meio ambiente, utilizar a matéria prima dela extraída, mas sempre pensando no futuro do planeta. Por isso, nada melhor do que trabalhar com as crianças, para que elas cresçam com esse pensamento. Eles serão os adultos do futuro e vão pensar diferente da atual geração”, afirma, destacando que a consciência ambiental é um trabalho a longo prazo, mas já vê resultados. “As pessoas cada vez mais têm voltado a atenção para este tema, que é vital para a sobrevivência humana”, frisa.

  As funcionárias da Secretaria de Meio Ambiente de Sacramento, Amanda Bessa Pacheco e Sarah Leslie, que acompanharam pela Prefeitura a visita das três escolas à UHE. Otimista em relação ao programa, Amanda recorda que não é a primeira vez que acompanha os estudantes e sempre elogiou o trabalho ali realizado. 

“- Essa conscientização é muito importante desde as simples ações como jogar o lixo no lixo, descartando-o de forma correta, para não prejudicar o meio ambiente, como todo o conhecimento que levam das demais oficinas”, justifica, destacando que o cuidado com o meio ambiente deve ser uma atitude perene, como tem feito a Usina de Igarapava, que também é parceira da Secretaria de Meio Ambiente de Sacramento, no projeto de recolhimento de óleo de cozinha descartado. “Iniciamos o projeto ano passado com o apoio da usina e continuamos em 2018 em todas as escolas municipais de Sacramento”, lembrou. 

Somos parte desse ecossistema
A universitária Júlia Moretti, do 4º período de Medicina Veterinária na Uniube, participou das atividades com as colegas, Núbia, Ana Paula e Bianca, todas com muito interesse e crença num futuro. “Queremos que as novas gerações tenham consciência de preservação da flora e fauna do país, porque a depredação é grande, sobretudo nos grandes centros com a poluição. E se cada um fizer a sua parte, poderemos ter um planeta melhor, um país melhor, rico em fauna, flora, que são importantes para o equilíbrio”, afirma, ressaltando que, infelizmente, há muitos animais em extinção na região. 
“- Animais silvestres como a onça pintada, a suçuarana, o lobo guará, tatu, tamanduá, arara, dentre outros estão num processo de extinção muito grande, razão de estarmos aqui alertando esses educandos sobre o cuidado com o meio ambiente, a preservação de sua fauna e flora, um cuidado maior com o lugar onde vivemos, nossa 'casa comum'. Cuidar do meio ambiente, não é importante só para os animais, mas para nós mesmos, nós somos parte desse ecossistema”, frisou.