O Governo de Minas deve cerca de R$ 700 milhões em veículos comprados em 2017 e 2018 para secretarias e órgãos estaduais. São ambulâncias, viaturas, vans e ônibus escolares distribuídos para todo o Estado.
O calote nos contratos com concessionárias inclui ainda as 106 novas bases móveis comunitárias da Polícia Militar (PM), destinadas a inibir a criminalidade na região metropolitana e em cidades do interior. Além das bases móveis, o governo comprou neste ano outros veículos para a PM mineira, que totalizam pelo menos R$ 22 milhões. Nada foi pago ainda.
Na quinta-feira 13, uma decisão em caráter liminar na 6ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte determinou que o governo de Minas devolva 323 veículos adquiridos em licitação, cujo contrato de R$ 24 milhões não foi pago. A ação judicial foi uma forma que a concessionária encontrou para não cair nas dívidas que serão pagas por precatórios, o que significa cerca de uma década de espera para receber.
Conforme apurou a imprensa mineira, os carros do modelo Spin, da GM, são veículos de passeio e usados para transporte de servidores e cidadãos. A montadora entregou as unidades entre os meses de maio e abril de 2018. Os veículos foram entregues pouco antes do início da campanha de Pimentel (PT) e a renovação da frota estadual está sendo tema de propagandas de rádio e TV do candidato. A GM está tentando evitar um prejuízo maior, uma vez que atualmente o governo de Minas está pagando precatórios referentes a 2007, dívida herdada do PSDB. Apesar de a perspectiva de receber carros já rodados não ser a melhor solução para a companhia, seria vender os veículos o mais rapidamente possível para minimizar os prejuízos.
Questionado sobre a dívida, o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, afirmou nesta quinta-feira que a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) já está em negociação com todos os fornecedores. Segundo ele, essa modalidade de negociação é “rotina na gestão”. “Nós vamos fazer cronograma de pagamento. Isso é praxe, sempre acontece. Mas tudo já está sendo negociado. O secretário José Afonso Bicalho (SEF) está se reunindo e conversando com cada fornecedor e está negociando”, afirmou.